Romeu Prisco, Direto da Redação
“Até o recente levante ocorrido no Egito, pouco se falava daquele país, salvo quando havia alguma referência a "pirâmide" e a "faraó". O mesmo não se pode dizer de Cuba. Raros foram os dias em que este país não foi mencionado na imprensa, com reiteradas críticas à ditadura de Fidel Castro, há décadas no poder, agora substituído pelo irmão Raul. Acontece que, no Egito, também se fazia presente um ditador, com quase o mesmo tempo de casa.
Diante disso, a conclusão a que se chega é que existem ditaduras democráticas, como seria a do Egito, e ditaduras antidemocráticas, como seria e ainda é a de Cuba. Por isso, a egípcia merecia todos os favores e atenções da grande potência estadunidense, enquanto a cubana merecia, como continua merecendo, ser combatida e isolada, pela mesma grande potência.
A explicação para esse quadro é fácil. No Oriente Médio, o Egito do ditador Hosni Mubarack não representava nenhuma ameaça para os EUA e, mormente, para Israel. Estava mais engajado com estes dois países, do que com os países do mundo árabe, como um deles que é. Assim, o seu “democrático” ditador poderia permanecer no poder. Com Cuba era diferente. O seu ditador, além de antidemocrático, influenciava os países das Américas Central e do Sul a adotarem políticas contrárias aos interesses norte-americanos. Deveria, portanto, ser apeado do poder, a fim de que, em Cuba, fosse restabelecido um regime de liberdade, com eleições livres e diretas.
Eis aí como se dá a manipulação dos fatos pela mídia norte-americano-sionista, que também acusa o Presidente do Irã, Ahmadinejad, de ser um usurpador do poder, embora eleito em votação popular. Ah, é verdade ! As eleições no Irã teriam sido fraudulentas, algo jamais acontecido em nenhum país democrático. A eleição do xerife texano, George W. Bush, à Presidência dos EUA, foi cercada de uma densa cortina de fumaça sobre a licitude da votação na Flórida. Isto, porém, não importa. O que importa é colocar ordem no quintal alheio, sem se preocupar com o próprio rabo.
Os EUA são o único país que se mantém em permanente estado de beligerância contra outros países. Assim foi com o Vietnam e assim é com o Afeganistão e o Iraque, sem contar o apoio incondicional que dão a Israel, no massacre aos palestinos. Estão ameaçando o Irã, como já ameaçaram a Coréia do Norte. Quando não estão guerreando, ou ameaçando, procuram desestabilizar o governo dos países que lhes são antipáticos. China e Rússia também tem lá suas guerrinhas, porém internas, contra colônias e províncias ditas rebeldes.”
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