domingo, 19 de fevereiro de 2012

Na Espanha, Rafael Nadal é pego como sonegador


Na Espanha, Rafael Nadal é pego como sonegador Foto: Susana Vera/Reuters

Susana Vera/Reuters

 Maior esportista espanhol declarava seus ganhos num paraíso fiscal e pagava 1% em vez dos 30% obrigatórios; num país mergulhado em crise econômica e existencial, multidões saem às ruas, bancos são rebaixados e funcionários públicos estão sendo obrigados a reduzir seus salários

19 de Fevereiro de 2012 às 16:06
247 – A crise espanhola não poupou nem o maior esportista do país na atualidade. O tenista Rafael Nadal foi fisgado como sonegador pela Agencia Tributaria, órgão semelhante à Receita Federal. De acordo com uma investigação interna, descobriu-se que Nadal movimentou 56 milhões de euros entre 2005 e 2011 por meio de empresas sediadas em San Sebastian, um paraíso fiscal localizado no país basco, onde o atleta pagava apenas 1% de imposto sobre seus ganhos. Ocorre que as firmas abertas pelo tenista não mantinham nenhuma atividade nesta localidade e, por isso, foram obrigadas pela Agencia Tributaria a mudar de domicílio. Além disso, para evitar um processo, Nadal foi obrigado a pagar alguns milhões de euros – o valor, no entanto, não foi revelado pelas autoridades.
Em profunda crise econômica e existencial, a Espanha do primeiro-ministro Mariano Rajoy vem tentando se impor pelo exemplo. Uma das medidas recentes anunciadas pelo governo foi a redução de 35% dos salários dos presidentes e diretores de empresas estatais. Foi uma forma de tentar conquistar apoio para uma reforma trabalhista que reduz benefícios e levou milhares de pessoas às ruas de Madri e de outras metrópoles espanholas neste domingo, em protesto.
Abatida por uma pesada dívida pública e perspectivas anêmicas de crescimento, depois do esgotamento de uma bolha imobiliária, a Espanha já foi rebaixada pelas principais agências de risco, assim como seus principais bancos, incluindo o Santander, que mantém forte presença no Brasil e na América Latina. A sonegação de Rafael Nadal é apenas o episódio mais recente de uma crise que parece não ter fim.
As firmas de Rafael Nadal, batizadas como Debamina, Goramendi e Aspemir eram geridas por Sebastian Nadal, pai do tenista. No país basco, pagavam 1% de imposto e, agora, serão tributadas em 30%. Portanto, Nadal pagou pelo menos 15 milhões de euros para regularizar sua situação fiscal. Um dinheiro não desprezível para um país em crise profunda.

Do Site Brasil247.

Nenhum comentário: