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Luis Nassif É uma das armas mais poderosas da velha mídia, mas cuja eficácia tende a se diluir com o tempo, devido ao pouco critério no tratamento das denúncias; e à desconstrução pela Internet das denúncias vazias.
Mas, como poder extremamente lento, cauteloso, a Justiça leva algum tempo para entender os novos tempos.
De repente, surgem dois fatos relevantes, fora da órbita de escandalização da mídia: as denúncias do livro "A Privataria Tucana" e o inquérito sobre a lista de Furnas.
No primeiro caso, a disseminação das informações do livro se deu exclusivamente pelas redes sociais. Tivesse sido através dos jornais, certamente estimularia a abertura de inquérito pelo procurador geral Roberto Gurgel.
A coluna estapafúrdia de Merval Pereira - sobre o suposto critério da mídia para formular denúncias em contraposição à falta de critérios da mídia nova - tentou ser uma espécie de vacina para segurar qualquer movimento do MPF. Ele nao escreveu para os leitores do Globo, mas para o MPF e a Policia Federal
Gurgel sabe que não existe critério algum no denuncismo midiático. Mas o artigo de Merval serve como um habeas corpus para sua não atuação.
No caso da lista de Furnas, o inquérito ganhou vida própria no MPF.
Mais uma vez a mídia tenta ocupar o lugar do juiz, através de um conjunto de matérias falsas veiculadas pela Veja. E, agora, através desse factóide do perito norte-americano - em matérias veiculadas pela Veja e pelo Estadão.
Essa estratégia não resistiu a meio dia, desmontada pela informação de que o perito foi condenado por falsidade ideológica. É a rede ajudando a definir os contrapesos, dos quais a Justiça parece ter aberto mão, na hora de definir limites ao uso político da notícia.
Por trás de todos esses movimentos, a grande batalha da velha mídia para manter seu poder de pautar a Justiça.
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