domingo, 26 de julho de 2009

Denúncia - Pesquisas Frias no forno


Matéria copiada do Blog CIDADANIA.COM, do Eduardo Guimarães, que está em Minhas Notícias e em Meus Favoritos.

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Saraiva


Denúncia
Pesquisas Frias no forno

No sábado, denunciei aqui e via Twitter que fonte que tenho no jornal Folha de São Paulo revelou-me que um grupo de tucanos e barões da mídia se reuniram, planejaram e decidiram divulgar brevemente pesquisas forjadas sobre as popularidades do presidente Lula e de Dilma Rousseff mostrando que teriam perdido apoio.
O assunto bombou na blogosfera e no Twitter. Ganhou o site de Paulo Henrique Amorim e o blog de Luis Nassif tocou no assunto “próximas pesquisas”, porém sem dar maiores detalhes.
Em toda parte, porém, o que me surpreendeu foi o tom de surpresa das pessoas. Por que alguém se surpreenderia que o próximo passo de uma mídia que promove pânico quanto à febre amarela ou a gripe suína ou que publica com alarde uma ficha policial falsa de uma ministra de Estado fosse fraudar pesquisas eleitorais?
Em 2000, aproximei-me da Folha de São Paulo por conta de meu então insistente envio de cartas à coluna de leitores daquele jornal. Segundo o ex-ombudsman da Folha Bernardo Ajzemberg, fui o leitor mais publicado naquela coluna por um bom tempo.
Dali em diante, comecei a ser convidado para eventos no jornal, como no evento comemorativo de seus 80 anos em 2000. Participei de umas duas dezenas de seminários, conferências e sabatinas promovidos por aquele jornal tanto em seu auditório em sua sede como no Teatro Folha, num shopping próximo à residência de Fernando Henrique Cardoso – que ironia – em São Paulo.
Só me afastei da Folha em 2005, quando percebi que o jornal pretendia derrubar o governo Lula com o escândalo do mensalão. Até ali, até Clóvis Rossi chegou a me citar em sua coluna na página A2 do jornal como exemplo de isenção política.
Graças a essa aproximação do veículo, fiz contatos por lá que seus tubarões na direção e no generalato mal suspeitam. E foi graças a essa aproximação que conheci jornalistas que labutam naquele aparato político do PSDB que sentem nojo do que presenciam o tempo todo, ou seja, a ligação escancarada do jornal com o partido político e, sobretudo, com FHC e José Serra.
O fato é que fui informado de que o que a mídia está fazendo com Sarney é só aperitivo. Folha, Globo, Estadão, Veja e apêndices, a mando de FHC e de Serra, farão tudo que for humanamente possível para impedir que Lula faça seu sucessor – ou sucessora.
As pesquisas serão usadas para tentar provocar efeito manada entre o eleitorado, ou seja, vendo que a popularidade do presidente e de sua candidata estão caindo, pessoas hesitantes se uniriam ao movimento forjado.
Apesar de ainda haver dúvida sobre a entrada do Ibope e, sobretudo, do instituto Sensus no esquema supostamente encabeçado pelo Datafolha, as conversas estão acontecendo e, em breve, sairiam ao menos pesquisas Ibope e Datafolha mostrando queda da popularidade de Lula e de Dilma. E uma das pesquisas dirá que a causa da perda de popularidade do presidente e da ministra foi o apoio deles ao senador e ex-presidente José Sarney.
Também existiria a hipótese de o encontro em que a fraude foi discutida ter sido fotografado. Desse encontro teriam participado FHC, Serra, Frias, Civita e um emissário da Globo. Está por se confirmar que o local do encontro teria sido na residência de FHC.
Verdade? Mentira? Pois eu acredito que fariam isso e que a informação que obtive deverá se concretizar na próxima pesquisa sobre Lula e Dilma a ser divulgada. Para mim, nem precisava dessa informação em off para prever que chegariam a esse ponto. Se a próxima pesquisa mostrasse o presidente e a ministra inabaláveis ou crescendo, todo esse esforço para derrubar Sarney seria jogado fora.
Urge que o governo Lula providencie pesquisas confiáveis. O instituto Vox Populi seria uma opção.


Ombudsman denuncia crime de alarma social


No limite da irresponsabilidade
26/07/2009
Ao ler na capa chamada sobre a gripe A, até os menos paranoicos devem ter achado que chances de contrair doença são enormes

Por Carlos Eduardo Lins da Silva - ombudsman da Folha de São Paulo
A REPORTAGEM e principalmente a chamada de capa sobre a gripe A (H1N1) no domingo passado constituem um dos mais graves erros jornalísticos cometidos por este jornal desde que assumi o cargo, em abril de 2008.
O título da chamada, na parte superior da página, dizia: "Gripe suína deve atingir ao menos 35 milhões no país em 2 meses". A afirmação é taxativa e o número, impressionante.
Nas vésperas, os hospitais estavam sobrecarregados, com esperas de oito horas para atendimento.
Mesmo os menos paranoicos devem ter achado que suas chances de contrair a enfermidade são enormes. Quem estivesse febril e com tosse ao abrir o jornal pode ter procurado assistência médica.
O texto da chamada dizia que um modelo matemático do Ministério da Saúde "estima que de 35 milhões a 67 milhões de brasileiros podem [em vez de devem, como no título] ser afetados pela gripe suína em oito semanas (...). O número de hospitalizações iria de 205 mil a 4,4 milhões".
É quase impossível ler isso e não se alarmar. Está mais do que implícito que o modelo matemático citado decorre de estudos feitos a partir dos casos já constatados de gripe A (H1N1) no Brasil.
Mas não. Quem foi à página C5 (e não C4 para onde erradamente a chamada remetia) descobriu que o tal modelo matemático, publicado em abril de 2006, foi baseado em dados de pandemias anteriores e visavam formular cenários para a gripe aviária (H5N1).
Ali, o texto dizia que "por ser um esquema genérico e não um estudo específico para o atual vírus, são necessários alguns cuidados ao extrapolá-lo para o presente surto".
Ora, se era preciso cautela, por que o jornal foi tão imprudente? Ou, como pergunta o leitor Martim Silveira: "já que não tem base em nada nas circunstâncias atuais, qual a relevância de publicar algoque evidentemente só pode causar pânico numa população que já está abarrotando os postos de saúde por causa da gripe, quando os casos mal passam do milhar?"
Muitos leitores se manifestaram ao ombudsman. José Rubens Elias classificou a chamada de "leviana e irresponsável". José Roberto Teixeira Leite disse que "se o objetivo do jornal era espalhar pânico, conseguiu o intento". Para José Clauver de Aguiar Júnior, "trata-se claramente de sensacionalismo".
O pior é que a Redação não admite o erro. Em resposta à carta do Ministério da Saúde, que tentava restabelecer os fatos, respondeu com firulas formalistas como se o missivista e os leitores não soubessem ver o óbvio. Em resposta ao ombudsman, disse que considera a chamada e a reportagem "adequadas" e que "informar a genealogia do estudo na chamada teria sido interessante, mas não era absolutamente essencial".
Escrito por Eduardo Guimarães às 11h53[(26) Opiniões - clique aqui para opinar] [envie esta mensagem]

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