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Saraiva
Governador do Acre diz que não vota em Marina
Amigos por mais de 30 anos, Binho Marques diz que Marina não deveria ter saido PT. Ela estaria desinteressada pela reeleição
AGÊNCIA AMAZÔNIA (*)
RIO BRANCO – Até bem pouco tempo fiel escudeiro e conselheiro da senadora Marina Silva (sem partido), o governador do Acre, Binho Marques (PT), cuidou, hoje, de desfazer boatos de bastidores e assumir qualquer compromisso público com uma possível candidatura da ex-petista à Presidência da República. Anteontem, Marina desfilou-se do Partido dos Trabalhadores, no qual militou por mais de três décadas, e deve ingressar no Partido Verde. A acreana poderá ser candidata à sucessão de Lula pelo PV. A exemplo de Marina, Binho graduou-se em História pela Universidade Federal do Acre (Ufac). E atuou com ela em movimentos estudantis e sociais e sempre esteve politicamente do lado dela. Desta vez, ele avalia que Marina Silva não tem seu apoio na decisão política tomada. Binho também assegura que não votará na senadora, caso ela seja candidata à Presidência pelo PV. "Com respeito à floresta não terá o voto do amigo, irmão e compadre Binho, caso seja candidata a presidente da República", disse Binho, durante coletiva à imprensa.
Segundo o governador, essa é a primeira vez em mais de 30 anos que ocorreu uma discordância política entre ele e Marina Silva. "Ela não rompeu com o PT, não rompeu com o projeto. O que ela quer é exatamente o que nós queremos. O que pode se diferenciar é o caminho para chegar lá. Para mim, o caminho é este que estou seguindo. É continuar no PT, partido que abriga a minha história. Tentei convencer a Marina disso e não consegui", ressaltou.
Desinteresse pela reeleição - Binho ainda reconheceu a importância de Marina na história do PT acreano. E por essa razão, ele próprio - o ex-governador Jorge Viana e até o presidente Lula - saíram em campo na tentativa de demovê-la de sair do partido. Segundo Binho, essa atitude é justificada pelo sentimento é unânime de todos os que conversaram com a senadora: o respeito por Marina. Ao narra suas últimas conversas com Marina, Binho Marques disse ter percebido nela o desinteresse em uma reeleição para o Senado. "De uns tempos para cá vinha sendo muito difícil animar a Marina para concorrer a um cargo. Sabia que não seria candidata a senadora, principalmente pelo PT. Depois vi que a saída dela do partido era um processo irreversível. Mas conheço a Marina. Ainda não é certo que ela seja candidata a presidência. Ela pode não ser candidata a nada".
Indagado sobre seu voto caso Marina dispute com o PT a sucessão presidencial, Binho foi taxativo: não votará em Marina, mas no candidato do PT. "Com o coração partido e sofrendo muito, não tenham dúvida. Adoro a Marina". Candidata natural do PT a uma das duas vagas do Senado, Marina deixa uma dúvida sobre quem vai disputar o cargo. O próprio Binho descarta essa possibilidade. "Ao sair para o governo houve um compromisso de que eu não seria mais candidato a nada. Não tenho este perfil de parlamentar. Se o próximo governador quiser me contratar para ser secretário eu aceito. Caso não, vou gostar muito de trabalhar nas ZAPs [Zonas de Atendimento Prioritário] ou na Usina de Arte". (*) Com reportagem de Tatiana Campos, da Agência de Notícias do Acre.
Postado por DANIEL PEARL
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