quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Duas semanas na Argentina


Copiado do Blog CIDADANIA.COM, do Eduardo Guimarães, que está em Minhas Notícias e em Meus Favoritos.

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Saraiva

Comunicado e análise
Duas semanas na Argentina
No próximo domingo, embarco para uma viagem de duas semanas à Argentina, começando por Buenos Aires e passando por Córdoba, Rosário, Santa fé e Mendoza.
É um momento difícil para viajar. Minha filha Victoria continua entrevada naquela UTI (completam-se 36 dias nesta quarta-feira), a febre vai e volta e, a rigor, ela está na mesma que quando foi internada em meados de setembro. Todavia, há que ganhar a vida...
Enfim, volto à Argentina depois de alguns anos. Afastei-me daquele mercado devido a problemas sérios de recebimento dos pagamentos de negócios que tive com importadores do país durante a crise do “Corralito” em 2001/2002.
A despeito disso, a principal indústria que represento tem sido bastante assediada pelos argentinos de alguns meses para cá, e os negócios estão surgindo. E, como a Argentina acabou saindo do sistema financeiro internacional pelo calote que deu no mundo no início da década, eles agora pagam antecipado quase tudo que compram do exterior.
Por outro lado, a economia do país continua inconstante e inconfiável. Eles têm que manter o dólar valorizado por conta da necessidade de conseguirem divisas para financiar importações, pagar dívidas etc., de maneira que, no último ano, o peso continuou perdendo valor (hoje, está a $ 3,83 por dólar) e a inflação constatável no dia a dia vai preocupando e gerando desconfiança dos índices oficiais.
Politicamente, para variar a Argentina continua instável. A sucessão de Néstor Kirchner por sua mulher Cristina me parece constituir um processo um tanto quanto bizarro (Néstor é visto como eminência parda do atual governo) e que estaria descontentando a maioria da população, segundo pesquisas.
Essa, pelo menos, é a versão que se tem por aqui via a grande imprensa de lá, que, como a daqui, está em guerra com o governo. Tais fatos, portanto, só poderão ser apurados por alguém que, como eu, atravessará o país e conversará com as pessoas no tempo livre entre os negócios.
Abaixo, reproduzo análise sobre a Argentina de “especialistas do mercado”, texto que vem circulando entre exportadores brasileiros e sobre o qual só poderei formar opinião nas próximas duas semanas.
Argentina dará novo calote até 2011, prevê gestor
Brasil Econômico - Por Lester Pimentel / Bloomberg News
A Argentina será obrigada a dar o calote até 2011, a não ser que o governo chegue a um acordo com os investidores que detêm US$ 20 bilhões em bônus e que ficaram de fora da última oferta de reestruturação, disse a Stone Harbor Investment Partners. A presidente Cristina Fernández de Kirchner está negociando os termos de um acordo, do qual o governo precisa para voltar a ter acesso aos mercados internacionais de capital.
O país perdeu esse acesso em 2001, quando deixou de fazer os pagamentos sobre US$ 95 bilhões em títulos. Desde então, a Argentina depende dos mercados locais e de empréstimos da Venezuela para atender as suas necessidades de financiamento, e confiscou cerca de US$ 24 bilhões de ativos de fundos de pensão no ano passado, para compensar a queda na receita fiscal.
Os argentinos "têm que arrumar as coisas - eles precisam fazer isso agora", disse Jim Craige, gestor de US$ 10 bilhões de títulos dos mercados emergentes na Stone Harbor de Nova York e proprietário de papéis argentinos, inclusive de um pouco dos títulos não-honrados.
Os credit-default swaps (CDS) da Argentina também indicam o temor dos investidores. Os operadores exigem 1,7 ponto percentual a mais para proteger os papéis da dívida do país contra o calote durante dois anos do que durante um, mais do que o 1,35 ponto percentual exigido há dois meses, e a maior diferença entre os países latino-americanos, segundo mostram dados compilados pela CMA Datavision.
A diferença entre os CDS de um e dois anos para os títulos da Venezuela - o país cujo custo da tomada de empréstimos está mais próximo do da Argentina na região - é de 0,26 ponto percentual. Um ponto-base é igual a 0,01 ponto percentual, que equivale a US$ 1.000 por ano de um contrato para proteger US$ 10 milhões em dívida mobiliária. Os CDS pagam ao comprador o valor de face no caso de o tomador dar o calote, em troca dos ativos subjacentes ou do equivalente em dinheiro. Escrito por Eduardo Guimarães às 13h43[(10) Opiniões - clique aqui para opinar] [envie esta mensagem]

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