quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Itamaraty leva especialista em resolver conflitos para a embaixada dos EUA


Também copiado do Blog INTERESSE NACIONAL.

Visitem este Blog.
Saraiva

Itamaraty leva especialista em resolver conflitos para a embaixada dos EUA
Presidente Lula e o Novo Embaixadordo Brasil em Washington, Mauro Vieira
Um discretíssimo especialista em antecipar conflitos e articular alianças foi a escolha do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, para ocupar a embaixada brasileira em Washington, que deve ficar vaga no fim do ano com a saída do embaixador Antônio Patriota, prestes a ser promovido a secretário-geral do Itamaraty. O posto em Washington vai para o atual embaixador em Buenos Aires, Mauro Vieira, e o atual secretário-geral, Samuel Pinheiro Guimarães, aguarda apenas a benção do vice-presidente, José de Alencar, para ter anunciada sua nomeação como ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos.
Foi Mauro Vieira, em 1994, o emissário de Celso Amorim, então ministro de Relações Exteriores de Itamar Franco, de um convite para conversas no ministério, endereçado ao então assessor do candidato Luiz Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Garcia. Hoje assessor internacional no Palácio do Planalto, Garcia só tem elogios a Vieira, de quem costuma louvar a "capacidade de antecipação de crises". Com Amorim, a relação é mais antiga, ambos trabalharam no governo José Sarney como assistentes de Renato Archer, então ministro da Ciência e Tecnologia.
Tão discreto que é difícil encontrar referências a seu nome na página da internet da embaixada do Brasil em Buenos Aires, Mauro Vieira teve participação em conflitos sérios que mal receberam atenção na imprensa brasileira. Contornou a ameaça do governo Kirchner de cortar voos charter das companhias Gol e TAM e, em 2007, chegou a aproveitar um coquetel na embaixada para conseguir de um dos convidados, o presidente do sindicato dos caminhoneiros, Pablo Moyano, apoio a um acordo que pôs fim a uma greve nas instalações da Ambev - cujos grevistas se manifestavam às portas da embaixada.
A atuação de Vieira em Buenos Aires é facilitada por uma característica mencionada por todos seus interlocutores no Brasil: o enorme trânsito que construiu na elite portenha. A presidente Cristina Kirchner se refere a ele como "meu amigo Mauro", e costuma telefonar diretamente para a embaixada quando quer a interferência da diplomacia brasileira em algum assunto. Mauro Vieira é um dos raros embaixadores que recebem telefonemas pessoalmente do presidente Lula. Os frequentadores dos eventos que promove na embaixada vão desde o influente ministro do Planejamento, Julio de Vido à apresentadora Mirtha Legrand, uma espécie de versão local e turbinada de Hebe Camargo.
Afável, querido pelos subordinados e disciplinado, Vieira faz ginástica regularmente na embaixada, onde atua há cinco anos. Foi chefe de gabinete de Amorim, antes de ser nomeado para Buenos Aires, um dos postos mais importantes da diplomacia brasileira. Vieira é diplomata desde 1974 e é considerado, no Palácio do Planalto, um dos embaixadores mais sintonizados com a política externa desejada por Lula.
Seu sucessor, quando deixou a chefia de gabinete, foi Antônio Patriota, a quem agora vai suceder em Washington. Ambos têm, em comum, o fato de terem menos de 60 anos (Patriota, mais novo, tem 55, e Vieira, 58). Para a embaixada de Buenos Aires, Celso Amorim, que teve suas indicações endossadas sem perguntas por Lula, decidiu enviar o atual subsecretário de Cooperação e de Promoção Comercial, embaixador Ruy Nogueira, atualmente o mais antigo na carreira.
Samuel Pinheiro Guimarães deixará a Secretaria-Geral em outubro por alcançar a idade limite para permanecer na ativa na carreira diplomática, 70 anos. Seu nome era, com insistência, apontado como candidato à embaixada brasileira em Buenos Aires. A nomeação de um diplomata do chamado quadro especial do Itamaraty contrariaria, porém, a política do governo de manter, nos postos no exterior, somente diplomatas da ativa. É sinal de prestígio para Pinheiro Guimarães a decisão de Lula de nomeá-lo para a Secretaria de Assuntos Estratégicos, que ganhou status de ministério e foi ocupada anteriormente por Roberto Mangabeira Unger, a pedido do vice-presidente, José de Alencar.
Postado por Espaço Democrático de Debates às 08:37 0 comentários
Marcadores: ,

Nenhum comentário: