quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Lula determina guinada na campanha de Dilma, que vai explorar privatizações


Nesta terça-feira, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu governadores recém-eleitos e políticos de sua base aliada no Palácio da Alvorada, em Brasília.
Antonio Cruz/ABr


Presidente também quer que PT evite agenda religiosa e que a candidata passe a adotar atitude menos formal

Orientação é utilizar o horário na TV, que recomeça na sexta, para comparar os projetos de governo de PT e PSDB

FOLHA SP DE BRASÍLIA

ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

O presidente Lula e os governadores eleitos cobraram ajustes na estratégia de campanha de Dilma Rousseff (PT) no segundo turno. Uma delas é explorar o tema privatizações nos programas de TV, numa reedição do que foi feito em 2006.
Outra orientação foi tirar a agenda religiosa, incluindo a polêmica do aborto, imediatamente do foco da campanha, e usar os programas de TV, que recomeçarão na próxima sexta-feira, para comparar os projetos de governo petista e tucano.
Durante reunião com governadores eleitos, ontem no Alvorada, Lula disse que a campanha de Dilma tem de enfrentar a polêmica do aborto, mas não pode deixar que o tema domine o segundo turno, fazendo o jogo que interessa a José Serra (PSDB).
Lula também determinou que Dilma se aproxime mais das pessoas e da imprensa, acabando com o tom cerimonial e com o cerco de segurança de suas viagens. Ontem mesmo a candidata concedeu entrevista em meio à aglomeração dos repórteres.
Outra mudança notada foi o tom de sua fala. Dilma disse que o governo Lula também atendeu à classe média e frisou que sua campanha vai explorar as comparações na área social e o viés privatizante do PSDB.
“Nosso objetivo principal é deixar cada vez mais claro que se trata do confronto entre dois projetos. Um projeto é necessariamente uma volta ao passado”, afirmou.
“Sem dúvida a gente tem que comparar a questão das privatizações. E o tratamento que eles deram à Petrobras, quando tiraram até o que é mais brasileiros, que é o “bras”, e tentaram colocar o “brax’”, disse, se referindo a ideia surgida em 2000 de trocar o nome para “PetroBrax”.
Dilma falou rapidamente sobre a polêmica em torno do aborto, limitando-se a dizer que defende a vida. “Passei por uma experiência espiritual muito forte, que foi o nascimento do meu neto.”
Também estimulada pelos governadores, a campanha fez uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral na tentativa de regionalizar parte dos programas de TV e comerciais no segundo turno.
A ideia é fazer pelo menos parte da propaganda e dos programas de Dilma com conteúdos voltados para cada região em que vão ao ar.
O TSE anunciou que a primeira propaganda a ser veiculada na sexta-feira será a da petista, por ela ter obtido mais votos (46,9%) do que Serra (32,6%). Depois, a ordem de aparição, de dez minutos para cada um, será alternada, até o dia 29.

(VALDO CRUZ, RANIER BRAGON, SIMONE IGLESIAS e ANA FLOR)

Postado por Luis Favre
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