O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, pode não estar fazendo muito pela cidade, mas ninguém pode acusá-lo de abandonar os correligionários feridos na estrada. Chega a ser pungente a sua dedicação a eles.
É de chorar, por exemplo, o que fez pelo ex-senador Marco Maciel e pelo ex-deputado Raul Jungmann, os dois pernambucanos que foram reprovados pelo eleitorado no ano passado, mas nem por isso deixaram de ser lembrados pelo bom companheiro Kassab: eles acabam de ganhar um presente que milhões de brasileiros certamente invejariam, um empreguinho de R$ 12 mil mensais.
E olha que para embolsar o gordo contracheque nem é preciso muito: basta participar de duas reuniões por mês do Conselho de Administração da nossa conhecida e estimada Companhia de Engenharia de Tráfego, a CET que tantos e bons serviços presta aos paulistanos - ah, como é gostoso andar de carro em São Paulo!
Maciel e Jungmann, ilibados homens públicos de farta folha de serviços à sociedade brasileira, certamente darão à CET uma contribuição inestimável, seja pela inteligência brilhante de que são dotados, seja pela experiência administrativa que preenche os seus currículos. O paulistano pode, enfim, agora respirar mais aliviado, pois tem a certeza de que, com Maciel e Jungmann dando seus pitacos, a CET deverá transformar, em breve tempo, o apagão viário da metrópole num doce e constante fluir de veículos, sejam eles leves ou pesados, de duas ou quatro rodas, de transporte individual ou coletivo.
Inquirido por um repórter desavisado sobre os motivos que o levaram a nomear Maciel para o cargo, o prefeito Kassab respondeu na lata: ora, ele é um brasileiro exemplar!
Perfeito, prefeito. É de exemplos como esse que o país precisa para sair do pântano moral em que se encontra.
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