”Faltam pouco mais de 24 horas para a Convenção do PSDB que decidirá o futuro político de José Serra. A disposição de setores majoritários do tucanato é de sepultar a figura do grande desagregador, hoje identificado amplamente como responsável pela implosão do partido já durante a campanha de 2010, o que explica em parte a letargia tucana na longa convalescência pós-eleitoral. Serra frequentemente impôs a sua vontade dentro da sigla transformando adversários em escombros políticos, com a ajuda do rolo compressor de seu dispositivo midiático, sobretudo em São Paulo. Pela primeira vez na história do PSDB o jogo virou.
O ex-governador está sem condições de fuzilar concorrentes, mas corre o risco de ser fulminado por eles. Seguidores de Aécio Neves relutam em conceder ao candidato da derrota conservadora em 2002 e 2010 até mesmo o abrigo do Instituto Teotônio Vilela cuja presidência é reivindicada como prêmio-consolação pelo serrismo --um prêmio-consolação que administra quase R$ 7 milhões de orçamento. O temor é de que com esse calibre financeiro, o ITV seja utilizado como quartel-general para a urdidura de um novo ciclo de golpes e punhaladas dentro do partido, uma especialidade de Serra que alguns só enxergam um jeito de erradicar: expurgando o mal pela raiz. E pensar que a mídia fez de tudo para convencer o Brasil que esse personagem seria a melhor opção para suceder a Lula.”
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