Demorou, demorou, saiu escondidinho, mas saiu no jornal que o preço do etanol (hidratado e anidro) baixou fortemente nas usinas e não baixou nada – ou quase nada – para o consumidor.
A Folha registra aí do lado que a baixa do etanol hidratado, em uma semana, foi de 20%, mas a queda de preços nas bombas de combustível foi desprezível. Dez vezes menor, 2,1%.
Idem com o etanol anidro, que é misturado com a gasolina. A gasolina pura continua sendo vendida pela Petrobras ao mesmo preço : R$1,05. O etanol anidro, que entra na mistura à razão de 25%, baixou de 2,73 – preço de 20 de abril – para R$ 1,88. Portanto, 31% mais barato – 21% só na última semana. E o preço no posto subiu mais 0,85%!
Vejam que coisa: um composto de duas substâncias, onde uma não aumenta e outra baixa muito de preço passa a custar mais caro!
É o mercado, que maravilha o mercado!
Mas não é só o mercado que é estranho, não. A Folha, que considera digna de uma manchete garrafal a alta da inflação, quase “comemorando” que esta tenha batido no teto das previsões, não acha importante destacar para seus leitores o comportamento absurdo dos preços daquilo que está, basicamente, causando o aumento de preços: o combustível.
A matéria sobre o etanol saiu você sabe onde? Na coluna de Mauro Zaphalon, “Vai e vem das Commodities”, umaseção especializada em negociação de produtos primários, no caderno de economia.
Bom, vamos esperar que os pauteiros de jornal agora finalmente vejam o que a gente vem mostrando aqui há uma semana e mandem um repórter fazer o que a ANP deveria estar fazendo: saber e mostrar quem está comprando, a quanto, e a quanto está vendendo.
Ou seja, quem está sangrando o bolso da população.
Do Blog TIJOLAÇO.COM
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