domingo, 13 de dezembro de 2009

Deputado Antônio Andrade vai presidir o PMDB

Apoiado por Hélio Costa, deputado vence a convenção com 57% dos votos. Vitória de Andrade representou uma derrota para o ex-governador Newton Cardoso


CRISTIANO MACHADO

pmdb

Antônio Andrade é carregado pelos correligionários na Assembleia de MG



O deputado federal Antônio Andrade, apoiado pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, venceu neste domingo (13) a Convenção Estadual do PMDB e foi eleito presidente da legenda com 57% dos 916 votos válidos apurados. A vitória de Andrade representou uma derrota para o ex-governador Newton Cardoso, liderança histórica do partido, que apoiou o deputado estadual Adalclever Lopes, que teve 42,5% dos votos. O placar final da votação foi de 523 votos para Andrade, 390 para Lopes, três em branco e seis nulos. Após a eleição, Andrade disse que vai costurar a unidade partidária com a parte derrotada, para, em seguida, compor alianças com objetivo de eleger Hélio Costa ao Palácio da Liberdade em 2010.

Lopes e Newton Cardoso participaram dos debates da convenção na parte da manhã, mas não ficaram até a contagem final de votos e o anúncio do vencedor. Para Andrade, a ausência das lideranças da outra chapa no fim da convenção não sinaliza para dificuldades na costura da unidade partidária. “É questão de momento. É evidente, acabou perdendo a eleição, talvez achasse que ganhasse, isso é natural, nós entendemos. Eu gostaria que ele estivesse aqui conosco, para dar um abraço, cumprimentá-lo. Ele foi um grande herói nesta campanha, teve mais de 42% dos votos”, disse.

Para um peemedebista próximo de Newton Cardoso, a tendência é que haja uma reaproximação entre as duas alas, pois o ex-governador deverá se lançar candidato a deputado federal no ano que vem e precisará de palanque eleitoral.

Lopes defendeu que o PMDB lidere a chapa que disputará o Palácio da Liberdade, tendo em vista o peso do partido e a boa posição de Hélio Costa nas pesquisas eleitorais. “Nós entendemos que temos o maior partido em Minas Gerais. Nós entendemos que temos o melhor candidato, que as pesquisas têm mostrado a todo momento. Neste domingo mesmo, saiu pesquisa em que o Hélio tem quase 44% das intenções de voto, que é maior que a soma dos outros candidatos juntos”, disse. “Se nós temos o melhor candidato e temos o melhor partido, nós entendemos que o lógico, o correto, é que nos teremos a cabeça de chapa.”

Apesar de ser lançado candidato ao Governo pelos correligionários, o ministro Hélio Costa evitou se comprometer com a candidatura neste momento. “Não posso dizer que sou candidato ou não, porque sou ministro de Estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e só posso assumir posições na convenção do meu partido depois de deixar o cargo de ministro”, afirmou. “O PMDB vai ter uma proposta para Minas Gerais.

Esta proposta indica que o PMDB pode vir a ter um candidato, mas nós estamos trabalhando parafazer uma campanha dentro da base aliada. O PMDB nunca disse: ah, nós somos cabeça de chapa em qualquer circunstância.”

Os dois lados se mobilizaram para ganhar o voto dos delegados na reta final. Dois potentes caminhões de som tocavam jingles dos candidatos durante o dia, enquanto dezenas de pessoas batucavam em frente à entrada da Assembleia. A chapa PMDB Forte, de Antônio Andrade, tinha apoiadores com camisas e bandeiras vermelhas, e na chapa PMDB da Base predominou a cor branca.

Durante a convenção, cada lado tinha uma claque, que vaiava na tentativa de abafar o discurso adversário. Vários oradores foram interrompidos pelas claques, que eram silenciadas após pedidos dos caciques do partido. Após um breve silêncio, a confusão recomeçava. “O povo não esquece, Adalclever é PDS”, e “Toninho é tucano”, eram algumas das provocações lançadas de parte a parte.

Antes do fim da votação, Lopes garantiu apoio a Costa. “Hoje, de qualquer maneira, ganhando ou perdendo esta convenção, meu candidato é o Hélio Costa”, disse, no começo da tarde deste domingo (13).

Newton Cardoso, por sua vez, disse pela manhã que não aceitaria que o ministro se lançasse ao Senado pelo PMDB, o que seria uma rota alternativa ao Palácio da Liberdade. “Ele hoje vai sair daqui candidato a governador, ou nada”, ameaçou. “O PMDB vai ter um palanque só para governador, apoiando o PT nacionalmente.”

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