O representante da Autoridade Palestina no Brasil, o embaixador Ibrahim Al Zeben, comemorou a divulgação nesta sexta-feira de uma carta pelo Itamaraty em que o governo do presidente Lula passou a reconhecer o Estado da Palestina nas fronteiras de 1967. Al Zeben afirmou que este é um passo importante para aprofundar o processo de paz na região.
"É um ato soberano, que agradecemos muito por reconhecer este Estado que há 43 anos está postergado para nós. É um ato de solidariedade e justo para a causa palestina. É um passo certo para aprofundar o processo de paz e melhorar as condições para obter a paz", disse o embaixador.
Al Zeben disse também que espera uma atitude da comunidade internacional, das Organizações das Nações Unidas (ONU) e até do Conselho de Segurança da entidade a partir de agora, caso Israel continue a ocupar os territórios palestinos.
No entanto, o embaixador reiterou que os palestinos querem atingir a paz com Israel através de negociações. "Queremos retomar as negociações, pois entendemos que a negociação é o melhor caminho", completou.
Reconhecimento do Estado da Palestina
Segundo o Ministério da Relações Internacionais, o presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas mandou uma carta a Lula em 24 de novembro, solicitando o reconhecimento brasileiro de um Estado que inclua os territórios palestinos ocupados por Israel na Guerra dos Seis Dias (1967).
Lula, que em seu mandato fez esforço para envolver-se nas negociações de paz no Oriente Médio, respondeu a Abbas, em um carta divulgada nesta sexta-feira, que "o reconhecimento do Estado palestino é parte da convicção brasileira de que um processo negociador que resulte em dois Estados convivendo pacificamente e em segurança é o melhor caminho para a paz no Oriente Médio. (...) O Brasil estará sempre pronto a ajudar no que for necessário".
Segundo o Itamaraty, o anúncio não prejudicará as relações com Israel, "que nunca foram tão robustas". Em março, Lula fez a primeira visita de um chefe de Estado brasileiro a Israel, retribuindo visita de seu par israelense, Shimon Peres.
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