Moradores de Higienópolis que integram o grupo minoritário de cidadãos daquele bairro que não quer construção de uma estação de metrô na avenida Angélica andaram dizendo que, neste sábado, irão se refugiar em outros bairros. Pelo que se entende, parecem temer alguma coisa que certamente inexiste.
Antes de me preparar para ir até Higienópolis aderir ao movimento que se indignou com o poder exibido por 3.500 cidadãos (de um bairro em que residem 30 mil) ao conseguirem tirar de lá uma obra que interessa a toda São Paulo, quero deixar um recado a essas pessoas: fiquem e participem do ato.
Serei um dos primeiros a defender que lhes dêem voz para dizerem as vossas razões, mas terão que ouvir as nossas. Tenho certeza de que todos serão corteses e civilizados ao ponto de manterem com os senhores discussão em praça pública, como na Grécia antiga. Todos inebriados pela democracia.
O que pedimos, senhoras e senhores higienopolitanos, é que nos ouçam. Este blogueiro, por exemplo, estará entre os primeiros a defender até que falem antes de nós.
Estamos indo aí para dizer que alguns dos senhores estão enganados. E nem precisarei dizer as razões. Ministério Público e vários especialistas cogitam que a avenida Angélica possa ser o melhor local para a estação de metrô ser construída. Está na imprensa toda. Inclusive neste sábado. Basta procurarem.
A decisão do governador Geraldo Alckmin de ter anunciado a mudança do local da obra metroviária parece ter decorrido do abaixo-assinado da décima parte de vossa comunidade, senhores higienopolitanos. E quero crer que a grande maioria dos senhores não concorda com essa fração.
De qualquer forma, o que precisa ficar claro hoje é que cidadão nenhum, de nenhuma rua, de nenhum bairro, de nenhuma cidade, de nenhum estado do Brasil tem o direito de decidir pela maioria aquilo que afeta a todos. Dentro do regime democrático, o interesse que prevalece, pois, é o público.
Entendam, senhoras e senhores higienopolitanos, que uma obra de transporte público em uma cidade como São Paulo atinge a toda ela em cada lugar em que for ou não for feita.
O que se quer hoje é mostrar que, havendo possibilidade de ser um erro a nebulosa decisão do governo do Estado de não construir a estação de metrô na avenida Angélica, haverá que embargar tal decisão para discuti-la em fórum apropriado e com dados precisos, de forma pública e transparente.
Ninguém quer lhes cassar qualquer direito, senhoras e senhores higienopolitanos. Apenas não queremos que usurpem os nossos.
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