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Saraiva
'O gol é a geração de empregos'
É o emprego! *Por Wladimir Pomar Não deixa de ser impressionante ver, a toda hora, economistas e pensadores de alto coturno, que assessoram os noticiários e debates na TV e nas rádios, ou escrevem artigos alentados nos jornais e revistas, sugerindo a queda dos juros e o socorro do governo, em dinheiro, a bancos e empresas, para aumentar o crédito e irrigar a liquidez da economia, como forma de solucionar a crise. De outro lado, à medida que o número de desempregados aumenta, industriais tidos como progressistas, e nem tanto, exigem que os trabalhadores aceitem a redução das jornadas de trabalho e dos salários, sem qualquer garantia de que os empregos sejam mantidos. Tudo isso é impressionante porque, depois de anos estudando economia, embora deixando de lado a parte política da mesma, muitos intelectuais e industriais parecem incapazes de entender aquilo que Henry Ford chegou a compreender: só existe mercado consumidor se uma grande parte da população estiver empregada. E só existe lucro se a mais-valia produzida pelos trabalhadores na produção for realizada na venda dos produtos. Portanto, chegou a hora de alguém dizer a eles que, para resolver a atual crise, a questão chave é o emprego. No caso brasileiro, será essencial criar novas oportunidades de trabalho, tanto para os trabalhadores que ainda estavam desempregados, quanto para aqueles 600 ou 800 mil que foram jogados nas ruas de dezembro para cá. O problema reside em que o conjunto da burguesia brasileira não está acostumado a investir, seja no risco, seja em áreas que só vão dar retorno a longo prazo, ainda mais em época de crise. Então, mesmo a contragosto, terá que aceitar que o Estado assuma o investimento na construção de moradias, hidrelétricas, ferrovias, rodovias, portos e outras áreas de infra-estrutura, como já estava programado no PAC, e foi reiterado recentemente pelo governo. Por outro lado, o governo pode impor maior celeridade a esses programas, em especial àqueles que absorvem grandes contingentes de mão-de-obra e, ao mesmo tempo, melhoram as condições de vida das populações de baixa renda. A construção de moradias de baixo custo, redes de coleta e estações de tratamento de esgotos, estações de tratamento e redes de distribuição de água, aterros sanitários, redes de distribuição de energia e estradas vicinais, assim como os programas de assentamento de trabalhadores agrícolas, apresentam essa dupla vantagem de potencializar a geração de empregos e superar alguns dos problemas crônicos da sociedade brasileira. Uma parte considerável da burguesia brasileira torce para que a disseminação da atual crise mundial no Brasil afunde as pretensões do governo e dos petistas na disputa de 2010. Para eles, tanto faz que o povo brasileiro sofra com isso. Basta ler as entrelinhas dos noticiários, artigos e ensaios que inundam a comunicação para ver que o "quanto pior, melhor" se transformou na grande esperança de segmentos importantes das classes dominantes. Por outro lado, nunca antes apareceram condições tão favoráveis para legitimar, econômica, social, política e moralmente, a ação do governo para tirar o Brasil da crise e colocá-lo num patamar ainda mais elevado no contexto internacional. A bola está no pé do governo. Mas ele precisa chutar bem. O gol é a geração de empregos e, portanto, de mercado consumidor. O resto pode até ser importante, em maior ou menor grau, mas sua eficácia vai depender desse gol. *Wladimir Pomar é analista político e escritor. **Fonte: Jornal Correio da Cidadania
Postado por JÚLIO CÉSAR SCHMITT GARCIA 0 comentários
É o emprego! *Por Wladimir Pomar Não deixa de ser impressionante ver, a toda hora, economistas e pensadores de alto coturno, que assessoram os noticiários e debates na TV e nas rádios, ou escrevem artigos alentados nos jornais e revistas, sugerindo a queda dos juros e o socorro do governo, em dinheiro, a bancos e empresas, para aumentar o crédito e irrigar a liquidez da economia, como forma de solucionar a crise. De outro lado, à medida que o número de desempregados aumenta, industriais tidos como progressistas, e nem tanto, exigem que os trabalhadores aceitem a redução das jornadas de trabalho e dos salários, sem qualquer garantia de que os empregos sejam mantidos. Tudo isso é impressionante porque, depois de anos estudando economia, embora deixando de lado a parte política da mesma, muitos intelectuais e industriais parecem incapazes de entender aquilo que Henry Ford chegou a compreender: só existe mercado consumidor se uma grande parte da população estiver empregada. E só existe lucro se a mais-valia produzida pelos trabalhadores na produção for realizada na venda dos produtos. Portanto, chegou a hora de alguém dizer a eles que, para resolver a atual crise, a questão chave é o emprego. No caso brasileiro, será essencial criar novas oportunidades de trabalho, tanto para os trabalhadores que ainda estavam desempregados, quanto para aqueles 600 ou 800 mil que foram jogados nas ruas de dezembro para cá. O problema reside em que o conjunto da burguesia brasileira não está acostumado a investir, seja no risco, seja em áreas que só vão dar retorno a longo prazo, ainda mais em época de crise. Então, mesmo a contragosto, terá que aceitar que o Estado assuma o investimento na construção de moradias, hidrelétricas, ferrovias, rodovias, portos e outras áreas de infra-estrutura, como já estava programado no PAC, e foi reiterado recentemente pelo governo. Por outro lado, o governo pode impor maior celeridade a esses programas, em especial àqueles que absorvem grandes contingentes de mão-de-obra e, ao mesmo tempo, melhoram as condições de vida das populações de baixa renda. A construção de moradias de baixo custo, redes de coleta e estações de tratamento de esgotos, estações de tratamento e redes de distribuição de água, aterros sanitários, redes de distribuição de energia e estradas vicinais, assim como os programas de assentamento de trabalhadores agrícolas, apresentam essa dupla vantagem de potencializar a geração de empregos e superar alguns dos problemas crônicos da sociedade brasileira. Uma parte considerável da burguesia brasileira torce para que a disseminação da atual crise mundial no Brasil afunde as pretensões do governo e dos petistas na disputa de 2010. Para eles, tanto faz que o povo brasileiro sofra com isso. Basta ler as entrelinhas dos noticiários, artigos e ensaios que inundam a comunicação para ver que o "quanto pior, melhor" se transformou na grande esperança de segmentos importantes das classes dominantes. Por outro lado, nunca antes apareceram condições tão favoráveis para legitimar, econômica, social, política e moralmente, a ação do governo para tirar o Brasil da crise e colocá-lo num patamar ainda mais elevado no contexto internacional. A bola está no pé do governo. Mas ele precisa chutar bem. O gol é a geração de empregos e, portanto, de mercado consumidor. O resto pode até ser importante, em maior ou menor grau, mas sua eficácia vai depender desse gol. *Wladimir Pomar é analista político e escritor. **Fonte: Jornal Correio da Cidadania
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