terça-feira, 12 de maio de 2009

Ainda não acabou, falta pagar a conta


Matéria copiada do Blog DESABAFO BRASIL, do meu Amigo Daniel Pearl, que está em Minhas Notícias e em Meus Favoritos.

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Saraiva

Ainda não acabou, falta pagar a conta
O general Enzo Peri disse que cada um tem o direito de ter sua opinião, referindo-se às palavras do general-de-exército Paulo César de Castro, que enalteceu a ditadura. O general Enzo reconhece que vivemos hoje em plena democracia – 45 anos após o golpe militar de 64, 25 anos após a ditadura militar –, e que somos livres para opinar e nos expressar, ato totalmente proibido no período da ditadura militar. Sobre a fala do general Paulo César de Castro, ela é a mesma fala dos bandidos e assassinos a serviço da ditadura, com e sem farda, como os muitos que tive oportunidade de ouvir na época, na retaguarda do HC que recebia presos enfermos do ex-Carandiru. Os bandidos e assassinos a serviço da ditadura, com e sem farda, justificavam os seus crimes usando esse mesmo palavreado chulo e rancoroso que usou o general Paulo César. O Elias Maluco, que torturou e matou com requintes de crueldade o jornalista Tim Lopes, queria obter informações do jornalista. Queria saber o quanto o jornalista sabia, quem mais além do jornalista estava envolvido na investigação, queria os nomes de outros jornalistas e policiais para, provavelmente, assassiná-los também. Os bandidos e assassinos comuns também de vangloriam de seus feitos, de seus crimes, estupros, torturas e assassinatos. Mesmo presos eles se acham seres superiores, acham-se vencedores, e até ganham o respeito de outros criminosos. O general Paulo César de Castro perdeu uma ótima oportunidade de ficar calado, mas como bandidos, torturadores e assassinos são pessoas altamente dissimuladas, cínicas, o general Paulo César não fugiu à regra. Mas a Lei da Anistia não resolve todos os problemas do general, pois há uma conta a pagar: cadáveres escondidos, mortes de inocentes sem elucidação, muitos desaparecidos. Crimes que não prescrevem. Há muitos fatos históricos escabrosos praticados na ditadura militar que precisam vir à tona, para conhecimento e cobrança de toda a sociedade.Jussara Seixas
General responsável pelo ensino no Exército exalta golpe de 64 e ironiza cotas
O general-de-exército Paulo César de Castro, principal responsável pelo ensino no Exército nos últimos dois anos, exaltou ontem o golpe militar de 1964 e ironizou as políticas de cotas raciais na educação.Um dos 14 generais quatro estrelas (posto máximo) do Alto Comando do Exército, Castro elogiou o presidente Emilio Garrastazú Medici, em cujo governo (1969-74) desapareceram dezenas de oposicionistas, e defendeu a Lei de Anistia de 1979 (deu a entender que ela não permite punir militares).O oficial disse que os "arautos da sarna marxista", inimigo "astuto e insidioso", seguem em ação. As afirmações foram feitas no Palácio Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, diante do comandante do Exército, Enzo Peri.Castro foi ovacionado por centenas de pessoas, destacadamente oficiais da ativa, da reserva (podem ir a uma eventual guerra) e reformados (não podem).A cerimônia marcou sua substituição na chefia do Departamento de Educação e Cultura do Exército e passagem à reserva.O departamento dirige dos colégios militares às escolas para oficiais. O novo chefe é o general-de-exército Rui Monarca da Silveira.As cotas para grupos populacionais no acesso ao ensino são política federal, e o comandante constitucional das Forças Armadas é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva -opositor da ditadura militar (1964-85).O general Castro recordou sua admissão no Colégio Militar: "[Foi] em concurso, sem que jamais me tivesse sido exigida a cor da pele dos meus pais, avós e demais ascendentes ou me tivessem acenado para integrar qualquer tipo de cotas fossem elas quais fossem".Como cadete, mobilizado pelo comandante da Academia Militar das Agulhas Negras, Emilio Medici, Castro tomou parte na deposição do presidente João Goulart em 1964.Ontem, o general leu o elogio de Medici "por ter participado do movimento de descomunização do Brasil" e chamou de "revolução democrática" o golpe militar.Para o oficial, o general Medici constituiu "exemplo de honestidade, coragem moral e audácia". "Sob seu comando, nós, os democratas brasileiros, derrotamos o oponente subversivo durante a Guerra Fria", afirmou.Castro, 64, disse ainda que na Força aprendeu a "cumprir todas as leis", entre elas a Lei da Anistia.No governo, há divergência: para os ministros Tarso Genro (Justiça) e Paulo Vannuchi (Direitos Humanos), a norma não preserva responsáveis por tortura durante a ditadura; o ministro Nelson Jobim (Defesa) discorda dos colegas."Lepra ideológica"O general também saudou militares por "patrulhar para que a lepra ideológica fosse mantida bem afastada dos currículos, salas de aula e locais de instrução". "Meus generais, perseverai no combate", discursou. "O inimigo é astuto e insidioso. Mas capitulará ante nós, como derrotado tem sido até agora.""Cuidado: ele procurará afirmar e convencer os inocentes e incautos de que o Exército de 2009 é diferente do Exército que os derrotou no passado. Pobres almas."Ao fim do evento, a Folha indagou o comandante da Força sobre a manifestação de Castro: "Ele encerrou o tempo dele na ativa em 31 de março, quando completou 12 anos como general", disse Enzo Peri. "Então, fez reminiscências do tempo como cadete. Há fatos históricos, cada um tem o direito de ter sua opinião."Em março, ao se despedir do Comando Militar do Leste (RJ, MG e ES) e da ativa, o general Luiz Cesário Filho também enalteceu o golpe de 64.http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1205200920.htm
Postado por Jussara Seixas
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