quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Bom cabrito não berra


Copiado do Blog CIDADANIA.COM, do Eduardo Guimarães, que está em Minhas Notícias.

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Saraiva

Análise política

Bom cabrito não berra

O balão de ensaio que vem sendo soltado pela mídia sobre uma possível desistência de Serra de se candidatar a presidente no ano que vem, é balela. Não resta à oposição outra alternativa que não seja a de pelo menos fazer com que o governador de São Paulo puxe votos para o consórcio tucano-pefelê-pepessista.
A eleição do ano que vem será diferente das outras eleições federais, sobretudo num aspecto: os dois lados tratarão de tentar eleger grandes bancadas nas duas casas do Congresso.
O governo Lula descuidou de sua base parlamentar em 2002 e em 2006, acuado pela mídia nas duas vezes – mais na segunda do que na primeira. Ou seja: mídia, PSDB e PFL conseguiram obrigar a coalizão governista a focar esforços na manutenção do Palácio do Planalto.
Desta vez, a mídia nem sonha em atacar a ética dos adversários de Serra. Sabe que o povo estará pensando com o bolso. Ano que vem, o país estará com a economia bombando (7% ao ano?), o real estará forte e dando poder de compra à população, os jovens estarão conseguindo empregos como nunca enquanto mais pobres escalarão ainda mais a pirâmide social.
Isso sem falar do moral alto. Acabo de voltar da Argentina – dez dias em Buenos Aires. O povo está com a auto-estima no chão. As pessoas andam de cara amarrada nas ruas. O mesmo acontece por toda parte do mundo. Menos no Brasil. O brasileiro está feliz e esperançoso. Até FHC reconheceu isso nesse artigo publicado no Zero Hora que ganhou tanto destaque.
Mas nem por isso a oposição pode abrir mão de tentar manter-se forte ao menos no Congresso. Se minguar, se a base de apoio parlamentar num eventual governo Dilma for sólida como a de Lula nunca foi, PSDB e PFL acabarão se tornando um PP de terno e gravata, ou coisa que o valha.
Por tudo isso, acho que essa conversinha de que Serra irá disputar a própria sucessão ao Bandeirantes, é furada. Só não vê quem não quer – ou quem acredita em Papai Noel.
Mídia e Serra querem tirar este da linha de fogo. E nem é tanto da artilharia da blogosfera, que ainda não assusta. É da artilharia de Lula. O presidente andou esboçando perda de paciência com a mídia do governador paulista e, por tabela, com o próprio.
Um Lula batendo em Serra do alto de 80% de aprovação, batendo talvez até nominalmente – apesar de que Lula não é disso, preferindo a ironia –, assusta o tucano bem mais do que assusta à sua mídia, que se limita a cumprir sua “obrigação” de fazer propaganda dele através da tentativa de desmoralização dos seus adversários ou fazendo insinuações de boas políticas dele e ocultação de seus muitos erros e até de suas ações antiéticas.
Tira-se o tucano da artilharia e tranqüiliza-se mais a máquina de Lula, o qual é a própria locomotiva de tudo. Ano que vem, para perder ou ganhar, pois, a candidatura do governador de São Paulo será inevitável. Uma candidatura Aécio faria o PSDB encolher.
A oposição se encolhe e a mídia lhe dá provas de lealdade mantendo o bombardeios a Lula e Dilma, mas quem manda mesmo é o capo careca da Mooca, e ele está assustado.
Contudo, há o fator orgulho. Depois de tantas gozações, de tanto tripudiar sobre a esquerda desde 2004, 2005, a direita e seus jornais, revistas, tevês, rádios e portais de internet deixarão o fígado falar mais alto.
Vejam só a manutenção de FHC vivo e falante. É pura picuinha. A melhor coisa (para Serra) seria ele sumir do mapa, mas o consórcio tucano-pefelê-midiático parece preferir a morte a admitir que o ex-presidente foi um desastre para o país, pelo menos na opinião dos brasileiros.
Todo império cai pela mesma razão: arrogância. Ou, se preferirem um dito mais popular, todo peixe morre pela boca – e pelo fígado. A direita acha que quem tem o poder (ao menos de falar mais alto) “de facto”, tem que manter o nariz empinado, desdenhando dos opositores.
Mas eles subestimam Lula, prioritariamente. É um fator psicológico. Não conseguem admitir que ele seja mais esperto. Querem ser mais espertos e querem fazer isso como rolo compressor. Não admitem não poderem manipular o jogo transformando seu discurso em discurso “de consenso” através do bloqueio do discurso adversário.
O presidente já está provando que sua estratégia – que eu mesmo questionei muitas vezes aqui – é correta. Bom cabrito não berra.
Escrito por Eduardo Guimarães às 16h34[(28) Opiniões - clique aqui para opinar] [envie esta mensagem]

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