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José Serra ainda acalenta esperanças de chegar ao segundo turno das eleições. É sem dúvida uma aspiração legítima a dele, da mesma forma que é a de Marina Silva. As pesquisas dos Institutos IBOPE E VOX POPULI, contrariando o divulgado pelo DataFolha, dizem que isso é possível, mas, difícil. Dilma não caiu tanto assim e Serra não subiu nada.
A decisão sai no próximo domingo, o que vale é voto na urna.
Enquanto isso, na reta final, dentro do número de promessas mirabolantes e de programas pouco prováveis de ser levado a termo integralmente pelos candidatos, José Serra superou o limite da empulhação e da demagogia. Serra foi ministro do Planejamento de FHC, Prefeito e Governador em São Paulo. A marca de todos os governos de que participou é a de “arrocho” salarial ao trabalhador, servidor público e aposentado. Literalmente, Serra foi um apoiador da política de deixar à míngua a turma do batente, isso quando não lhes sentou a borracha de cassetetes.
Agora, no desespero, diante de uma derrota fragorosa que lhe apavora, contrariando todos os argumentos em que se baseia a política econômica que seu partido e seus aliados pregam, Serra resolveu anunciar um salário mínimo de R$ 600,00 NO ANO QUE VEM !!!! e um aumento de 10% no vencimento dos aposentados que ganham mais de um salário mínimo.
Ninguém discorda que tanto o salário mínimo quanto o reajuste do valor de aposentadorias precisa crescer, para dar aos que trabalham e aos que trabalharam a vida inteira, uma remuneração justa. Acreditar, porém, que isso vá ser feito a toque de demagogia eleitoral é inaceitável, e, uma maldade com o povo brasileiro.
Serra deveria saber, que de R$ 510,00 para R$ 600,00, são quase 20% de reajuste no salário mínimo, e, que a maior parte dos aposentados recebe com base nesse indicador. Deveria saber quanto custará dar o dobro da inflação como reajuste as demais aposentadorias. Serra deveria saber ainda, que a economia das pequenas empresas, Prefeituras e grande parte das famílias brasileiras estão organizadas com base no valor do salário mínimo, e que, se aumentar seu valor é importante, o mesmo só pode ser feito de forma a preservar seu poder de compra com equilíbrio e de forma sustentável.
O que Serra não sabe é como ele faria para cumprir a promessa que lançou ao ar sem nenhum compromisso com a responsabilidade de não aplicar futuramente um estelionato eleitoral, caso ganhasse a eleição. O que o aposentado e trabalhador sabem, é que José Serra não costuma cumprir o que promete, mesmo quando assina documento, como aquele em que prometeu não deixar a prefeitura para se candidatar ao governo do Estado de São Paulo. É por isso que ele tocou num ponto tão importante e isso não lhe rendeu votos, pelo contrário, economistas “liberais” devem ter desistido de votar nele.
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