Na imprensa e no Congresso, ontem e hoje nem pareciam dias pós eleições. Se o Lula e a Dilma foram vergastados por mais de quatro meses, agora é a vez do Haddad e do MEC. A vítima de sempre é o PT, ao qual se atribui nova e indesculpável incompetência: as falhas do ENEM, que se repetem em 2010.
O objetivo deste breve artigo não é fazer conjeturas sobre quais seriam os verdadeiros objetivos dos que procuram alvejar esse novo happening do calendário escolar e social do Brasil, que envolveu diretamente cerca de quatro milhões de estudantes e, indiretamente, toda a sociedade. Quero só fazer duas considerações, a modo de um exame inicial desta nova política de avaliação do ensino médio e de acesso aos cursos superiores de graduação.
A primeira é admitir as falhas e os limites do ENEM. O tamanho do evento é tal e a novidade dos instrumentos é tanta que a inexistência de falhas no conteúdo e na forma do Exame é, na teoria e na prática, impossível. Convém registrar que as falhas de 2010 são menos graves que as de 2009, e podem ser contornadas cientificamente, embora não completamente superadas. Mas é preciso entender que o ENEM tem limites precisos: nem substitui a avaliação que todas as escolas públicas e privadas devem realizar no processo dos três ou quatro anos do ensino médio, nem, muito menos, se constitui em critério único e obrigatório de acesso aos cursos superiores. Continua a vigorar a autonomia universitária para definir os processos seletivos e avançam também as políticas afirmativas e normas originais que calibram os resultados em centenas de instituições.
A segunda consideração é o que me motivou escrever estas linhas. Moro em Ceilândia, uma cidade do Distrito Federal com doze escolas públicas que oferecem o ensino médio para cerca de vinte mil alunos. É verdade que mais de dez mil de seus habitantes freqüentam faculdades privadas e quase mil estudam na Universidade de Brasília, inclusive num campus recentemente instalado na cidade. Entretanto, quem visitasse até 2008 seus cursos de ensino médio, diurnos e noturnos, ficaria abatido de ver o desinteresse de alunos e professores pelos estudos de quem, teoricamente, estaria se preparando para disputar uma vaga na educação superior. O ENEM está operando uma revolução silenciosa. A partir do momento em que ele passou a ser considerado como forma de acesso ao PROUNI e a cursos superiores de universidades públicas e gratuitas, os estudantes, antes apáticos e interessados somente em “passar” o tempo para o ingresso no mundo do trabalho (que, talvez, lhe desse um salário capaz de financiar uma faculdade privada), agora se sentem desafiados e motivados a estudar, a “se preparar para a chance do ENEM”, nas palavras de um deles, na tarde do sábado.
O ENEM, mais do que uma avaliação do ensino médio, é uma grande política de inclusão social. Ele atrai não somente os quase três milhões de adolescentes e jovens que concluem este ano o ensino médio, mas quase dois milhões de brasileiros que acalentam o sonho de cursar a educação superior, mesmo que já tenham cabelos grisalhos e rugas da idade e das canseiras da vida. Com o aumento substancial das vagas nas universidades e institutos federais, inclusive em cursos noturnos, o ENEM pode ser a transição da loteria dos vestibulares para a realização do preceito constitucional: a educação superior é direito de todos, segundo a capacidade de cada um. É hora de aperfeiçoar seus mecanismos avaliativos, para o aproveitamento democrático de todos os talentos. A qualidade da educação básica e o povo brasileiro agradecem.
João Monlevade, professor e consultor do Senado Federal
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Mais jovens de classe D que de A na universidade
Com filhos da elite em proporção cada vez menor, alunos de baixa renda são maioria: classes C, D e E correspondem a 73,7%
http://odia.terra.com.br/portal/educacao/html/2010/11/mais_jovens_de_classe_d_que_de_a_na_universidade_122618.html
http://odia.terra.com.br/portal/educacao/html/2010/11/mais_jovens_de_classe_d_que_de_a_na_universidade_122618.html
POR MARIA LUISA BARROS
Rio - Um fenômeno recente está dando novo rosto às universidades brasileiras e mudando, para melhor, a vida de milhares de famílias. Pesquisa inédita do Data Popular, instituto especializado em mercado emergente no Brasil, revela que, pela primeira vez na década, jovens de baixa renda são maioria nas faculdades. Eles são 73,7% dos universitários. “É um contingente enorme que representa a primeira geração de suas famílias a obter um diploma de nível superior”, constata Renato Meirelles, sócio-diretor do instituto de pesquisa.
Ronald é o primeiro da família a entrar em uma universidade. Ele trabalha como voluntário em pré-vestibular social ajudando outros jovens | Foto: Deisi Rezende / Agência O Dia
O estudo mostra que os estudantes da classe D, oriundos de famílias que ganham menos de 3 salários mínimos (R$ 1.530), ultrapassaram os filhos da elite nos campi. Uma das razões para esta revolução no ensino apontada por Meirelles foi o Programa Universidade para Todos (ProUni) que já atendeu 747 mil estudantes de baixa renda nos últimos seis anos.
De 2002 a 2009, as faculdades, públicas e particulares, receberam 700 mil estudantes da classe D — média de 100 mil jovens a cada ano. Se há oito anos eles ocupavam somente 5% do bolo universitário, em 2009 chegaram a 15,3%. Já os da classe A perderam participação no total: a fatia caiu de 24,6% para 7,3%.
Ronald Rosa Fonseca, 25 anos, passou pelo funil da exclusão social. Filho de uma doméstica e de um mecânico, teve o apoio dos patrões da mãe para cursar o 4º período de Serviço Social na Pontifícia Universidade Católica (PUC). “Eles permitiram que eu morasse na casa deles, no Leme, onde minha mãe trabalha. Não teria condições de estudar morando em Magé”, conta ele, que passou em 11º lugar no vestibular. Graças ao bom desempenho, a PUC deu a ele bolsa integral, passagem, alimentação e livros.
INVESTIMENTO PESADO
De acordo com Meirelles, para esses jovens a universidade é um investimento pesado, mas que vale a pena: “A família vê no estudo a única chance de mudar as condições de vida de todos”. Em retribuição à ajuda que recebeu para entrar na faculdade, Ronald voltou para o pré-vestibular gratuito mantido pela empresa ExxonMobil como coordenador. “Quem consegue entrar tem quase um compromisso de voltar e fazer o mesmo por outros jovens”, diz ele. Além do curso, os alunos participam de oficinas culturais, palestras, visitas a museus, universidades e empresas. Em janeiro, será aberta nova seleção. Informações: 2505-1233 e 2505-1256.
Número de universitários cresceu 57% em sete anos
Entre 2002 e 2009, o número de universitários no Brasil passou de 3,6 milhões para 5,8 milhões, um avanço de 57%.
Noventa por cento da população ganham até 10 salários mínimos e movimentam R$ 760 bilhões ao ano.
As classes A e B detêm 26,3% das vagas no ensino superior, enquanto estudantes da C, D e E representam 73,7% do total.
Em todas as classes sociais, houve aumento dos homens nas faculdades, mas as mulheres são a maioria (57%).
A média da idade dos universitários aumentou: passou de 25,87 em 2002 para 26,32, em 2009.
A necessidade de trabalhar para pagar a faculdade faz com que a maioria prefira estudar à noite ou em meio período.
Rede de apoio para estudantes carentes
Para atravessar os portões das universidades, estudantes de baixa renda contam com extensa rede de apoio que inclui programa de bolsas em faculdades privadas, orientação profissional e pré-vestibular social patrocinados por grandes empresas. É o caso do estudante Carlos Henrique Simões, 22 anos, morador de Realengo, Zona Oeste, que será o primeiro da família a prestar vestibular.
Há um ano, ele frequenta as aulas do pré-vestibular custeado pela empresa petrolífera Exxon Mobil, em parceria com o Centro de Integração Empresa Escola (CIEE). Os alunos recebem bolsa-auxílio de R$ 100 por mês e vale-transporte para que não abandonem os estudos. “Eles chegam com tanta vontade de fazer faculdade que demonstram uma força imensa, capaz de superar qualquer obstáculo”, diz Valéria Lopes, supervisora do CIEE.
Desde que foi criado, em 2004, o Programa Mais ajudou 51 estudantes a ingressar na universidade. Carlos não só está próximo de realizar seu sonho, como está levando junto a família. “Minha mãe voltou a estudar e está a caminho de concluir o Ensino Médio. Meu irmão mais velho também retomou os estudos”, conta o estudante, que fará Serviço Social.
Renda aumentou e mensalidade despencou
A ascensão dos jovens de baixa renda aos bancos universitários foi favorecida pela universalização do Ensino Médio e pela expansão das faculdades privadas, que fez despencar o preço das mensalidades. Além disso, foram criados cursos universitários de dois anos e a classe D obteve aumento na renda. “Depois de pagar a comida, aluguel e condução, começou a sobrar dinheiro para pagar os estudos”, observa Renato Meirelles.
Segundo ele, a classe C já representa o maior número de alunos em escolas privadas, com mais de 4 milhões de crianças matriculadas. “É um círculo virtuoso baseado na reciprocidade. Quem é ajudado ajuda outros a melhorar de vida”, explica. Ainda na classe C, 68% das pessoas estudaram mais do que os pais; entre a classe A esse percentual é de apenas 10%.
A partir do ano que vem, jovens terão mais um incentivo. A UFRJ vai destinar 20% das vagas para estudantes de escolas públicas. Os candidatos serão aprovados por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A instituição planeja dar mil bolsas-auxílio, Bilhete
De 2002 a 2009, as faculdades, públicas e particulares, receberam 700 mil estudantes da classe D — média de 100 mil jovens a cada ano. Se há oito anos eles ocupavam somente 5% do bolo universitário, em 2009 chegaram a 15,3%. Já os da classe A perderam participação no total: a fatia caiu de 24,6% para 7,3%.
Ronald Rosa Fonseca, 25 anos, passou pelo funil da exclusão social. Filho de uma doméstica e de um mecânico, teve o apoio dos patrões da mãe para cursar o 4º período de Serviço Social na Pontifícia Universidade Católica (PUC). “Eles permitiram que eu morasse na casa deles, no Leme, onde minha mãe trabalha. Não teria condições de estudar morando em Magé”, conta ele, que passou em 11º lugar no vestibular. Graças ao bom desempenho, a PUC deu a ele bolsa integral, passagem, alimentação e livros.
INVESTIMENTO PESADO
De acordo com Meirelles, para esses jovens a universidade é um investimento pesado, mas que vale a pena: “A família vê no estudo a única chance de mudar as condições de vida de todos”. Em retribuição à ajuda que recebeu para entrar na faculdade, Ronald voltou para o pré-vestibular gratuito mantido pela empresa ExxonMobil como coordenador. “Quem consegue entrar tem quase um compromisso de voltar e fazer o mesmo por outros jovens”, diz ele. Além do curso, os alunos participam de oficinas culturais, palestras, visitas a museus, universidades e empresas. Em janeiro, será aberta nova seleção. Informações: 2505-1233 e 2505-1256.
Número de universitários cresceu 57% em sete anos
Entre 2002 e 2009, o número de universitários no Brasil passou de 3,6 milhões para 5,8 milhões, um avanço de 57%.
Noventa por cento da população ganham até 10 salários mínimos e movimentam R$ 760 bilhões ao ano.
As classes A e B detêm 26,3% das vagas no ensino superior, enquanto estudantes da C, D e E representam 73,7% do total.
Em todas as classes sociais, houve aumento dos homens nas faculdades, mas as mulheres são a maioria (57%).
A média da idade dos universitários aumentou: passou de 25,87 em 2002 para 26,32, em 2009.
A necessidade de trabalhar para pagar a faculdade faz com que a maioria prefira estudar à noite ou em meio período.
Rede de apoio para estudantes carentes
Para atravessar os portões das universidades, estudantes de baixa renda contam com extensa rede de apoio que inclui programa de bolsas em faculdades privadas, orientação profissional e pré-vestibular social patrocinados por grandes empresas. É o caso do estudante Carlos Henrique Simões, 22 anos, morador de Realengo, Zona Oeste, que será o primeiro da família a prestar vestibular.
Há um ano, ele frequenta as aulas do pré-vestibular custeado pela empresa petrolífera Exxon Mobil, em parceria com o Centro de Integração Empresa Escola (CIEE). Os alunos recebem bolsa-auxílio de R$ 100 por mês e vale-transporte para que não abandonem os estudos. “Eles chegam com tanta vontade de fazer faculdade que demonstram uma força imensa, capaz de superar qualquer obstáculo”, diz Valéria Lopes, supervisora do CIEE.
Desde que foi criado, em 2004, o Programa Mais ajudou 51 estudantes a ingressar na universidade. Carlos não só está próximo de realizar seu sonho, como está levando junto a família. “Minha mãe voltou a estudar e está a caminho de concluir o Ensino Médio. Meu irmão mais velho também retomou os estudos”, conta o estudante, que fará Serviço Social.
Renda aumentou e mensalidade despencou
A ascensão dos jovens de baixa renda aos bancos universitários foi favorecida pela universalização do Ensino Médio e pela expansão das faculdades privadas, que fez despencar o preço das mensalidades. Além disso, foram criados cursos universitários de dois anos e a classe D obteve aumento na renda. “Depois de pagar a comida, aluguel e condução, começou a sobrar dinheiro para pagar os estudos”, observa Renato Meirelles.
Segundo ele, a classe C já representa o maior número de alunos em escolas privadas, com mais de 4 milhões de crianças matriculadas. “É um círculo virtuoso baseado na reciprocidade. Quem é ajudado ajuda outros a melhorar de vida”, explica. Ainda na classe C, 68% das pessoas estudaram mais do que os pais; entre a classe A esse percentual é de apenas 10%.
A partir do ano que vem, jovens terão mais um incentivo. A UFRJ vai destinar 20% das vagas para estudantes de escolas públicas. Os candidatos serão aprovados por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A instituição planeja dar mil bolsas-auxílio, Bilhete
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PF: não há elementos para investigar
suspeita de irregularidade no Enem
Publicado em 10/11/2010
Extraído de O Globo:
PF afirma que não há elementos para investigar suspeita de irregularidade no Enem
O Globo
BRASÍLIA – Em nota divulgada na noite desta terça-feira, a Polícia Federal informou que não existem elementos suficientes para determinar a abertura de inquérito com o objetivo de investigar possíveis crimes relacionados ao Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). Além dos problemas de impressão, que determinaram a suspensão judicial da divulgação do gabarito , há rumores de que o tema da redação tenha vazado uma hora antes do começo do teste , no Piauí e em Pernambuco.
De acordo com a PF, “não houve instauração de inquérito policial para apuração de qualquer fato relativo ao referido exame, em razão de não existirem, até o momento, informações suficientes para fundamentar a instauração”, afirma.
A divulgação do gabarito do Enem 2010 foi suspensa, nesta terça-feira, por determinação da Justiça Federal do Ceará, por meio da juíza da 7º Vara Federal, Karla de Almeida Miranda Maia. Segundo a juíza, a liminar que suspendeu o exame em todo país, nesta segunda-feira também proibia a divulgação do gabarito da prova. De acordo com cronograma que havia sido divulgado pelo Ministério da Educação (MEC), as respostas da avaliação seriam divulgadas na tarde desta terça-feira. A Advocacia-Geral da União informou que irá recorrer contra a suspensão do Enem até a próxima segunda-feira.
(…)
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Haddad: ENEM é a banda larga que leva o pobre à faculdade
Para entar na faculdade de Direito da Universidade de Harvard, Barack Obama teve que fazer o ENEM (lá conhecido como SAT).
Sessenta países membros da OCDE submetem os estudantes ao ENEM – lá conhecido como teste PISA.
O Toffel de proficiência em inglês é um ENEM.
É um sistema universal, comparável, utilizado há 60 anos e há quinze no Brasil.
O usa o método TRI – perguntas diferentes com idêntido grau de dificuldade.
Só assim é possvel aplicar o ENEM em dias diferentes, locais distantes e, no Brasil, em 1.600 cidades do país e a três milhões de estudantes.
É o sistema que seleciona os alunos do ProUni, os que se submetem à Prova Brasil, à Provinha Brasil, ao Enseja e, proximamemnte, aos financiados pelo FIES.
(Na gestão Haddad, o FIES passou a dispensar fiador. E, se o aluno cursar Medicina ou se tornar professor de escola pública, não paga o financiamento – o Estado paga tudo. Que horror !)
Para se inscrever no ENEM, o candidato paga R$ 35.
Mas, se for egresso de escola pública ou se demonstrar que é pobre não paga nada.
Oitenta e três mil vagas de universidades públicas federais serão preenchidas pelo ENEM.
Com os 150 mil alunos do ProUni – que sempre tiveram que fazer o ENEM (para o Agripino Maia e a Monica Serra não dizerem que o ProUni é o “Bolsa Aluno vagabundo”) com os alunos do ProUni, serão 230 mil vagas de universitários do país aprovados no ENEM.
Para o aluno, o ENEM traz inúmeras vantagens.
Ele pode fazer a prova em qualquer uma das 1.600 cidades e se qualificar para estudar em qualquer faculdade do país.
Ele não precisa se deslocar para o local da faculdade.
Não precisa se preparar em cursinho para se qualificar em curriculos de vestibulares diferentes.
O ensino médio deve ser suficiente para levá-lo a uma faculdade, passado o ENEM.
É mais barato e mais racional: ele compara a média dele com a de seus concorrentes e avalia para onde mais é mais razoável ir.
Estas são informações extraídas de entrevista que este ordinário blogueiro fez com o Ministro Fernando Haddad, que vai ao ar esta terça feira às 21h00 na Record News.
Perguntei se ele concordaria com a minha suposição de que o ENEM é a banda larga para o pobre chegar à faculdade.
Ele disse que sim.
E acrescentou.
Sessenta países membros da OCDE submetem os estudantes ao ENEM – lá conhecido como teste PISA.
O Toffel de proficiência em inglês é um ENEM.
É um sistema universal, comparável, utilizado há 60 anos e há quinze no Brasil.
O usa o método TRI – perguntas diferentes com idêntido grau de dificuldade.
Só assim é possvel aplicar o ENEM em dias diferentes, locais distantes e, no Brasil, em 1.600 cidades do país e a três milhões de estudantes.
É o sistema que seleciona os alunos do ProUni, os que se submetem à Prova Brasil, à Provinha Brasil, ao Enseja e, proximamemnte, aos financiados pelo FIES.
(Na gestão Haddad, o FIES passou a dispensar fiador. E, se o aluno cursar Medicina ou se tornar professor de escola pública, não paga o financiamento – o Estado paga tudo. Que horror !)
Para se inscrever no ENEM, o candidato paga R$ 35.
Mas, se for egresso de escola pública ou se demonstrar que é pobre não paga nada.
Oitenta e três mil vagas de universidades públicas federais serão preenchidas pelo ENEM.
Com os 150 mil alunos do ProUni – que sempre tiveram que fazer o ENEM (para o Agripino Maia e a Monica Serra não dizerem que o ProUni é o “Bolsa Aluno vagabundo”) com os alunos do ProUni, serão 230 mil vagas de universitários do país aprovados no ENEM.
Para o aluno, o ENEM traz inúmeras vantagens.
Ele pode fazer a prova em qualquer uma das 1.600 cidades e se qualificar para estudar em qualquer faculdade do país.
Ele não precisa se deslocar para o local da faculdade.
Não precisa se preparar em cursinho para se qualificar em curriculos de vestibulares diferentes.
O ensino médio deve ser suficiente para levá-lo a uma faculdade, passado o ENEM.
É mais barato e mais racional: ele compara a média dele com a de seus concorrentes e avalia para onde mais é mais razoável ir.
Estas são informações extraídas de entrevista que este ordinário blogueiro fez com o Ministro Fernando Haddad, que vai ao ar esta terça feira às 21h00 na Record News.
Perguntei se ele concordaria com a minha suposição de que o ENEM é a banda larga para o pobre chegar à faculdade.
Ele disse que sim.
E acrescentou.
“Eu costumo dizer que assim como “saudade” não tem tradução, “vestibular” também não.”
Paulo Henrique Amorim
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O PiG e o Serra odeiam o ENEM por causa dos pobres
Publicado em 08/11/2010
O Estadão de hoje dedica a capa e duas páginas – A15 e A16 a desmoralizar o ENEM.
Uma desmoralização arrasadora.
É porque 0,04% dos alunos VOLUNTARIAMENTE inscritos na prova talvez venham a refazê-la, por causa de uma troca do cabeçalho de alguns cartões de resposta.
0,04% !
Que horror!
Foram 4,6 milhões estudantes inscritos e talvez 2 mil tenham a possibilidade de refazer a prova.
Ontem, o UOL e a Folhaonline bradaram o dia inteiro contra a “inépcia” do ENEM.
A Folha (**), se entende.
Ano passado, as provas vazaram da gráfica da Folha, que foi devidamente afastada da concorrência deste ano.
O Estadão se acha na obrigação, todo ano, de desmoralizar o ENEM.
Como fez no ano passado, com a divulgação do vazamento.
Por que o Estadão, a Folha (**) e o Serra são contra o ENEM ?
Ano passado, com o vazamento na gráfica da Folha, o Serra, célere, tirou as universidades de São Paulo do ENEM – para acentuar o “fracasso” do Governo Lula.
Qual é o problema deles com o ENEM ?
O Governo Fernando Henrique instituiu o ENEM para copiar o SAT americano: o vestibular único em todo o país, para facilitar o acesso às universidades federais e o deslocamento de estudantes pelo país afora.
O que tem a vantagem de baratear dramaticamente o sistema.
Antes – como em São Paulo, hoje – cada “coronel” faz o seu vestibular e estimula a iniciativa privada – com os serviços do vestibular e os cursinhos o Di Gênio.
De Fernando Henrique para cá, o ENEM cresceu 30 vezes !
30 vezes, amigo navegante.
Saiu de 157 mil inscritos em 98 para 4,6 milhões de hoje.
É sempre assim.
O Bolsa Família da D. Ruth atendia quatro famílias.
O do Lula, que virou “Bolsa Esmola”, segundo Mônica Serra, a grande estadista chileno-paulista, atende 40 milhões.
O que é o ENEM ?
É o passaporte do pobre à universidade pública.
É por isso que a Folha, o Estado e o Serra odeiam o ENNEM.
Porque esse negócio de pobre estudar é um problema.
Fica com mania de grandeza, de autonomia.
Pensa que pode mandar no seu destino.
E não acredita mais na fita adesiva do “perito” Molina.
Isso é um perigo.
Pobre é para ficar na senzala.
50 universidades públicas federais aderiram ao ENEM.
Isso significa que 47 mil vagas em universidades federais dependem do resultado do ENEM.
Em 2004, um milhão de estudantes se inscreveu no ENEM.
Aí, o Lula e o Ministro Haddad resolveram estabelecer o ENEM como critério para entrar no ProUni (para a elite branca – e separatista, no caso de São Paulo – não dizer que o ProUni é a “faculdade de pobre burro”).
Sabe o que aconteceu, amigo navegante ?
O ENEM passou de um ano para o outro de um milhão para 2,9 milhões de inscritos.
Quanto pobre !
Para o ano que vem, o ministro Haddad estabeleceu que o ENEM também será critério para receber financiamento do FIES.
Vai ser outro horror !
Mais pobre inscrito no ENEM para pagar a faculdade com financiamento público.
Um horror !
Tudo público.
ENEM, faculdade, financiamento …
“Público” quer dizer “de todos”.
Amigo navegante, sabe qual foi o contingente nacional que mais cresceu entre os inscritos no ENEM ?
Agora é que a elite branca – e separatista, no caso de São Paulo – vai se estrebuchar.
Foi o Nordeste !
Que horror !
Já imaginou, amigo navegante ?
Nordestino pobre com diploma de engenheiro ?
Nordestina pobre com diploma de médica ?
Vai faltar pedreiro.
Empregada doméstica.
Aí é que a elite branca – e separatista, no caso de São Paulo – vai se estrebuchar mesmo.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
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Lula: tem muita gente que quer que o ENEM não dê certo
Publicado em 09/11/2010
No Bom (?) Dia Brasil, os jenios da Globo desencaram o ENEM.
É o pessoal da Casa Grande aterrorizado com a derrubada da senzala.
Como diz o Mino Carta: os jornalistas brasileiros são piores que o patrão.
Aí, entra o Lula e diz:
Tem muita gente – o PiG, o Serra, os cursinhos, a fábrica particular de realizar vestibulares – que quer que o ENEM dê errado.
O Enem não vai ser anulado.
Clique aqui para ler “Haddad: ENEM não será cancelado !”.
O ministro Fernando Haddad calou o pseudo-cosmopolita Renato Machado, quando desmontou a tese de que educação brasileira é um fracasso do ponto de vista internacional.
O Renato fica muito preocupado com a “visão internacional” do Brasil …
A educação brasileira melhorou significativamente no Governo Lula.
E derrubou a senzala.
A Casa Grande e seus feitores estão aflitos.
Clique aqui para ler “Haddad enfrenta a batalha do ENEM em defesa dos pobres”.
E aqui para ler “O PiG e o Serra odeiam o ENEM por causa dos pobres”.
Paulo Henrique Amorim
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Depoimento: pai fala o que o ENEM fez pelos filhos
Publicado em 04/08/2010
Clique aqui para ler “Por que o PIG é contra o ENEM ?”
Confira a emocionante mensagem do amigo navegante Miled:
Tenho de dizer que grande diferença foi o ENEM na nossa vida aqui em casa. Acontece que meus dois filhos oriundos de escolas públicas e eu com os meus 62 anos e desempregado já tínhamos dado adeus a possibilidade deles cursarem faculdade ou mesmo curso técnico. Prestaram o ENEM e foi uma dádiva pois, ambos tiraram nota máxima e conquistaram os primeiros lugares na USP. Agora um faz lá Engenharia de Produção e o mais novo passou também na UNICAMP onde faz Economia. Nossas perspectivas mudaram e muito, eles para se manterem, trabalham na própria universidade e tudo se encaminha bem.
Amamos o Lula por isso, foi uma oportunidade única que saberemos aproveita-la.
É isso!
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Outros depoimentos sobre o papel do ENEM
Publicado em 04/08/2010
O Conversa Afiada reproduz mais depoimentos dos amigos navegantes sobre a importância do ENEM.
Clique aqui para ler “Por que o PIG é contra o ENEM ?”
Geraldo Souza:
Caro PHA,
Endosso a opinião do texto em que o Pai dá sua opinião sobre o ENEM. Acho que basta abrir um enquete para saber como está a opinião nos lares por conta do Enem. Na minha casa minha filha além do ENEM é bolsista do ProUni. Meu genro faz engenharia em Campinas – ENEM e ProUni. Outro genro faz arquitetura em Londrina – ENEM e ProUni. Ou seja, os pobres cursam faculdades e universidades de elite por causa do Lula. O que acham que vai acontecer nesta eleição? O voto é do Serra?
Caro PHA,
Endosso a opinião do texto em que o Pai dá sua opinião sobre o ENEM. Acho que basta abrir um enquete para saber como está a opinião nos lares por conta do Enem. Na minha casa minha filha além do ENEM é bolsista do ProUni. Meu genro faz engenharia em Campinas – ENEM e ProUni. Outro genro faz arquitetura em Londrina – ENEM e ProUni. Ou seja, os pobres cursam faculdades e universidades de elite por causa do Lula. O que acham que vai acontecer nesta eleição? O voto é do Serra?
Reinaldo:
Minha filha tinha 16 anos quando fez o ENEM e um vestibular particular. Boas notas nos dois, mas a faculdade não era vinculada ao ProUni e eu não tinha como pagar. Ela usou a nota do ENEM e nos mudamos de cidade. Ao preço atual o curso fica em torno de R$ 50 mil. Talvez ela pudesse esperar e tentar o mesmo curso numa Federal. Passaria, eu sei, mas o tempo também passaria. Passamos maus bocados, mesmo com a bolsa integral. Sem o ProUni não haveria a menor chance. No post anterior coloquei o texto-convite dela. Ela não precisa agradecer a Lula e Haddad, mas pedi a ela que os convidasse assim mesmo (…)
“William Shakespeare escreveu uma vez: “Somos feitos do mesmo material do que se tecem os sonhos, e nossa pequena vida está rodeada de sonhos”. É com muita alegria que agora eu realizo mais um dentre muitos sonhos. E com a mesma alegria eu agradeço do fundo do meu coração a todos os corações que me permitiram estar aqui hoje: a Deus, que torna toda realização humana possível; a meus pais , cujos ensinamentos e conselhos sempre oportunos me transformaram em quem sou hoje; aos meus irmãos pelo apoio incondicional, e a todos os familiares e amigos, presentes e ausentes, que me fizeram crer que era possível conquistar este sonho. Esta vitória também pertence a cada um de vocês!”
Este é o texto do convite de formatura de minha filha, escrito ontem, para ser distribuído dentro de poucos meses. O texto e a foto dela não serão sonhos Shakespeareanos! Serão palpáveis, visíveis, legíveis e sensíveis!
Ela talvez nem gostasse que eu o reproduzisse aqui, mas faço questão. Ela é ProUni, ProLula, ProDilma!
Renato:
Tenho 61 anos, recomecei a estudar em 2007, terminei o EJA (antigo supletivo), fiz o ENEM no final de 2008, e estou estudando Física na UNISO em Sorocaba, realizando um sonho meu e de meus pais que eram analfabetos e que gostariam que seus filhos tivessem uma vida melhor através dos estudos. Tenho mais dois sobrinhos e meu filho terminando cursos superiores com nível de aprendizado excelente, com bolsas do PROUNI. Isso sim é transformação ou revolução para melhor.
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