quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Dilma e Lula fazem primeira reunião oficial já eleita e falam à imprensa

Na manhã de hoje, o presidente Lula teve a primeira reunião dentro da agenda oficial com a presidente eleita Dilma Rousseff.

Foi uma reunião de uma hora, seguida de uma entrevista coletiva à imprensa dos dois.

Depois desse compromisso, Dilma irá descansar até domingo, e já retoma ao batente na segunda feira, acompanhando o presidente Lula na viagem a Coréia do Sul, para a reunião do G-20, onde o principal tema será o câmbio.

Entrevista coletiva:

A íntegra da entrevista coletiva com Lula e Dilma em aúdio:



Na entrevista coletiva, o presidente Lula disse que até o fim desta semana decide quem será o novo presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Também deverá indicar o substituto do conselheiro Antônio Bedran, atual vice-presidente da agência reguladora, cujo mandato termina amanhã (4).

Ele disse também que o G20 agora vai enfrentar Lula e Dilma, na guerra cambial (já que os dois vão estar presentes na reunião do G20), que a oposição não faça com Dilma política da vingança. Lula diz que não vai interferir na montagem da equipe de governo de Dilma: “O governo da Dilma tem que ser à cara e à semelhança da Dilma. Somente ela pode dizer quem ela quer ou não quer.”

Na entrevista de Dilma Rousseff, ela falou:

- ministérios e outros cargos públicos serão escolhidos por competência técnica e compromisso com as políticas públicas a serem cumpridas. Dilma Rousseff lembrou o caso de um ministro de outro país cuja residência com a família era no exterior, para destacar que faz absoluta questão de que os ministros escolhidos por ela tenham vínculo total com o Brasil.

- Para Dilma, é absurdo achar que o trem-bala não precisa ser construído, num país de dimensões continentais como o Brasil. Afirmou tratar-se de um investimento privado e que não concorre com os recursos públicos, como é o caso dos metrôs.

- A revisão do índices de produtividade para reforma agrária, seguirá os estudos que estão em curso. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) não será tratado como “caso de polícia”, sem compactuar com invasões de prédio nem de áreas produtivas ou com ilegalidades: “No meu governo, não vai haver outro Eldorado dos Carajás” - referindo-se ao massacre dos sem-terra em 1996.

- A presidente eleita disse ainda que irá conversar e negociar com os governadores sobre como obter novos recursos para a saúde, mas ressaltou que não pretende enviar ao Congresso um projeto para reimplantar a antiga CPMF.

- Sobre a relação com o PMDB: “Esse é um governo que não se pautará por partilhas, mas por processo de construção de uma equipe única”, afirmou Dilma durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto. Segundo ela, as iniciativas do PMDB têm sido em favor dessa concepção “sem conflitos”, e destacou o papel de seu vice, Michel Temer.

- Sobre a execução da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte em seu país por adultério: “Sou contra o apedrejamento da iraniana. Acho uma coisa muito bárbara, mesmo considerando os costumes de outros países”.

- ela avaliou como positivo o critério que vem sendo adotado no governo Lula, de reajustar o salário mínimo com base na inflação e no Produto Interno Bruto (PIB) do ano anterior. Dilma lembrou, entretanto, que o país enfrentou uma crise econômica que afetou o PIB de 2009, fazendo com os números se aproximassem de zero. “Estamos avaliando. Vamos ver se é possível fazer essa compensação.”

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