quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O golpe no baú de Silvio Santos

André Siqueira, CartaCapital

“Permanece um mistério o que aconteceu com cerca de 2,5 bilhões de reais do balanço do banco PanAmericano. O rombo foi detectado pelo Banco Central, que substituiu oito diretores da instituição, e coberto pelo empresário Sílvio Santos, dono do banco, com recursos emprestados pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) – espécie de caixa do sistema financeiro nacional para enfrentar eventuais quebras no setor.

De acordo com os dirigentes do FGC, Silvio Santos ofereceu a totalidade de seu império empresarial em garantia pelos recursos do fundo. Entraram no aval a rede SBT, a fabricante de cosméticos Jequiti, a Liderança Capitalização, o Baú da Felicidade e o próprio PanAmericano. “É a primeira vez que um empresário nos procura para oferecer seu patrimônio em garantia”, afirmou o presidente do Conselho de Administração do FGC, Gabriel Jorge Ferreira, acrescentando que o empresário negociou pessoalmente os termos do empréstimo.

De acordo com o executivo, o aporte evitou que o banco entrasse em processo de liquidação. Na prática, porém, ocorreu uma intervenção branca na administração do banco, já que a diretoria do banco será substituída. À frente do novo time de executivos – do qual devem fazer parte nomes indicados pela Caixa Econômica Federal, que em julho fechou a compra de 35,45% de participação no banco – está Celso Antunes da Costa, ex-Banco Real e diretor responsável pela integração da Nossa Caixa ao Banco do Brasil.

A operação consiste na emissão, pela holding controladora do banco, de um lote de 2,5 bilhões de reais em debêntures, a serem compradas pelo FGC. Os papéis têm vencimento em dez anos, com três de carência e juros equivalentes ao IGPM (que se acumulam durante a carência). Até a quitação da dívida, patrimônio de Silvio Santos só poderá ser alienado se o valor da venda for revertido ao fundo credor. Para concretizar o negócio, foi necessário transformar a holding controladora do banco, até então uma empresa limitada, em sociedade anônima (SA), capaz de emitir debêntures.”
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