Mair Pena Neto, Direto da Redação
“A morte de Osama Bin Laden foi um circo dos horrores com todos os elementos que atestam a precariedade de nossa condição humana. Um homem, por pior que ele seja, foi executado, seu corpo jogado ao mar e as pessoas sairam às ruas para comemorar em júbilo, como se estivessem no coliseu vibrando com cristãos jogados às feras. Desumano, demasiadamente desumano.
Compreende-se toda a revolta dos americanos e não americanos que perderam pessoas queridas no atentado de 11 de setembro de 2001. Nada justifica tamanha atrocidade, mas a reação não pode ser proporcional em termos de irracionalidade e nem ser considerada natural, como se fossemos todos selvagens. A humanidade evoluiu ao longo dos séculos. Conquistamos direitos e desenvolvemos valores que devem ser respeitados. Execução sumária é crime e não pode ser estimulada. Seja a de Bin Laden ou do chefe do tráfico de um morro carioca.
A operação teve requintes de sadismo. Obama pode acompanhá-la ao vivo por meio de imagens geradas por câmaras montadas nos capacetes dos fuzileiros navais que invadiram a fortaleza do líder da Al Qaeda, no Paquistão, e depois disse que a justiça foi feita. Que tipo de justiça? A vingança, o olho por olho dente por dente?
Bin Laden estava desarmado e segundo o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, teria resistido. Como? Será que pulou no pescoço de um marine armado até os dentes? Se estava desarmado, por que não foi detido e levado a interrogatório e julgamento. Será que a captura do principal líder da maior organização terrorista não teria sido útil para obter mais informações e desmantelá-la definitivamente? Ou Bin Laden se tornaria um prisioneiro incômodo, cujas revelações poderiam constranger e comprometer muita gente na inteligência e no governo americanos?
A versão inicial foi a de que Bin Laden teria sido morto numa troca de tiros. O que provocou a mudança na história? O porta-voz da Casa Branca disse que foi a necessidade de dar detalhes imediatos de uma complexa operação militar. Não convenceu. Se ela foi acompanhada ao vivo por Obama e seus auxiliares, como foi transmitida para o público de maneira diferente da que foi testemunhada?”
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