sábado, 23 de julho de 2011

Receitas com as exportações de commodities disparam

MAURO ZAFALON – FOLHA SP

mauro.zafalon@uol.com.br

As receitas brasileiras com commodities dispararam. Demanda mundial maior e elevação dos preços garantiram avanço de 59% nas receitas do primeiro primeiro semestre em relação a 2010.
As 26 maiores exportadoras de commodities do Brasil, incluindo mineração e agronegócio, venderam US$ 41 bilhões até junho, ante US$ 25,8 bilhões em 2010.
As mineradoras somaram US$ 23 bilhões, salto de 79%. Já as agrícolas obtiveram US$ 18 bilhões, com alta de 39%.
A Vale, líder do ranking, quase dobrou sua receita. Exportou US$ 15,1 bilhões, contra US$ 7,8 bilhões no primeiro semestre de 2010.
Com o bom desempenho do setor, o Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração) revisou para US$ 43 bilhões as exportações do ano, 22% mais do que em 2010.
Entre as commodities agrícolas, um dos destaques fica para as carnes. Apesar do dólar desvalorizado, as exportadoras tiveram a seu favor a valorização internacional do produto, que foi recorde.
A JBS exportou US$ 1,3 bilhão no semestre, com aumento de 126% em relação a igual período de 2010. A recuperação do setor, que vem ocorrendo desde 2009, somada ao maior volume e aos melhores preços, permitiram a evolução, afirma Jeremiah O’Callaghan, diretor de relações com investidores.
O diretor da JBS diz que boa parte dessa evolução veio dos mercados do Oriente Médio, da Rússia e da Ásia.
Ricardo Florence dos Santos, diretor de planejamento e de relações com investidores da Marfrig, diz que esse comportamento das exportações é resultado também de melhorias internas. Apesar de ser um ano difícil, devido ao câmbio e à alta dos grãos, as empresas do grupo buscaram eficiência e sinergia. A diversidade do grupo em proteínas permite o aumento das exportações e a entrada em novos mercados, segundo ele.
A Seara Alimentos obteve receitas 72% maiores neste ano em relação ao primeiro semestre de 2010. Seara e Marfrig exportaram US$ 1,3 bilhão no primeiro semestre.
Outras duas gigantes do setor (Sadia e BRF Brasil Foods S.A.) tiveram evolução menor nas receitas neste ano (14% e 19%, respectivamente), mas somaram US$ 2,4 bilhões.
A Cosan Açúcar e Álcool exportou US$ 484 milhões no período e obteve o maior aumento percentual entre as empresas do setor: 605%.
A liderança em receitas no setor do agronegócio fica para as grandes tradings -Bunge, Cargill e ADM-, favorecidas pela safra recorde de grãos e pelos preços externos.
As empresas de papel e celulose também aumentaram suas receitas, mas com taxa inferior à média do setor.
O cenário para os próximos meses, principalmente no caso das carnes, continua favorável. Demanda, preços e o potencial brasileiro são decisivos na busca por novos mercados, avaliam Florence e O’Callaghan.

Rebanho Os Estados Unidos iniciaram o mês com rebanho de 100 milhões de cabeças de gado, 1% menos do que em 2010. O rebanho leiteiro subiu 1%, para 9,2 milhões de vacas.

Confinamento Os dados de ontem do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicam também que o confinamento de gado é menor. Seca e custos forçam as vendas no setor.

Quanto é O total de gado confinado recuou de 11,2 milhões de cabeças em maio para 10,9 milhões em junho. Agora, está em 10,4 milhões, 4% acima do total de julho de 2010.

Pouca mudança Os preços do álcool ficaram estáveis nos postos de São Paulo. Nas usinas, tiveram pequeno reajuste.

Valor Pesquisa do Cepea mostrou que o hidratado foi a R$ 1,137 por litro, com alta de 0,4%. O anidro subiu 0,5%, para R$ 1,296.

com PAOLA CARVALHO

Postado por Luis Favre
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Do Blog do Favre.

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