Light pode ter 4 mil bueiros com risco de explodir no Rio, diz Ministério Público
A rede subterrânea de fornecimento de energia elétrica da Light, concessionária responsável pelo abastecimento no Rio de Janeiro, pode ter até quatro mil bueiros com risco de explosão, de acordo com o levantamento feito pelo Ministério Público.
Desses, cerca de 1.770 precisam de reparos em caráter emergencial. A empresa assinou nesta quarta-feira (6) um Termo de Ajustamento e Conduta (TAC), pelo qual será obrigada a reformá-los até dezembro deste ano.
Segundo o promotor Pedro Rubim Borges Fortes, os pontos de maior risco estão localizados em ruas do centro e da zona sul. O Ministério Público possui uma relação numérica dos bueiros - que já estão sendo vistoriados -, mas não pretende divulgar a lista para não desencadear uma eventual desvalorização imobiliária em tais áreas. "Não podemos estigmatizar esses endereços ou criar pânico na população", disse ele.
Questionado se a melhor opção não seria alertar os cariocas e fluminenses sobre possíveis pontos de risco, o promotor preferiu generalizar. “O aviso é o símbolo da Light. São equipamentos antigos e, se houver contaminação ou contato com o gás, vai haver explosão.”
Fortes fez questão de ratificar que a informação de que o Rio poderia ter cerca de 130 bombas-relógio em sua rede subterrânea -- número dado pelo próprio presidente da Light, Jerson Kelman, em abril deste ano -- não traduz a real extensão do problema.
“Na verdade, existem quatro mil câmaras mais sensíveis, e não 130. Esse foi um número ‘cabalístico’ passado para a imprensa, mas não reflete o problema como um todo. Nessas quatro mil câmaras pode haver um incidente de impacto maior se houver explosão por gás ou curto-circuito. Não necessariamente essas quatro mil câmaras estão em condições precárias”, disse.
Alguns pontos de risco foram confirmados pelo promotor, tais como as ruas República do Peru, no centro, e avenida Nossa Senhora de Copacabana, na zona sul, que já registraram episódios de explosões de bueiros, inclusive com vítimas.
A reforma de todas as quatro mil câmaras que oferecem perigo maior à população e ao patrimônio da capital fluminense será realizada em três fases: reestruturação e modernização dos equipamentos, instalação de sensores e, posteriormente, transmissão dos dados coletados a uma central de monitoramento.
Segundo o Ministério Público, este trabalho já começou em algumas vias do centro da cidade. “São locais próximos à rota do gás, com intenso fluxo de pessoas e grande potencial de energia”, disse o promotor.
De acordo com Fortes, a Companhia Estadual de Gás (CEG) não participou das negociações para formalizar o Termo de Ajustamento e Conduta. “Eles disseram que compareceriam a uma reunião no Crea, mas não foram”, afirmou Fortes. O Ministério Público já trabalha para cobrar da empresa postura mais atuante em relação à crise dos bueiros explosivos, e a possibilidade de punição não está descartada.Uol.
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