Partido Radical italiano quer Vaticano a pagar impostos sobre os mais de 100 mil edifícios de que é proprietário.
Começou nas redes sociais, com a criação de uma página no Facebook, e chegou ao Parlamento, pela mão do Partido Radical italiano: em tempos de crise, o Vaticano não pode escapar à vaga de austeridade e tem de estar disponível para abdicar de alguns dos privilégios de que tem beneficiado ao longo de décadas.
Em causa está a isenção do imposto sobre o património que, nas contas de Mário Staderini, líder dos radicais, “rouba” três mil milhões de euros por ano aos cofres estatais. Mais de 100 mil edifícios, incluindo quase nove mil escolas católicas, não pagam o correspondente ao IMI português.
Citado pelo “Corriere della Sera”, Staderi diz que muitos destes edifícios são abusivamente classificados de não-comerciais e que o valor da isenção fiscal é inaceitável numa altura em que os italianos estão a ser forçados a pagar mais – em impostos e pelos serviços públicos.
Staderi tem feito notar que o Vaticano, ao contrário do Estado italiano, tem contas positivas: 21 milhões de euros em 2010, sem contar com os donativos.
A página de protesto no Facebook, “Vaticano paga as tuas manobras financeiras”, tem crescido em popularidade, pugnando para que os seus privilégios sejam revistos e adaptados ao contexto de crise que assola o país – e o continente.
Grupos de católicos têm, no entanto, lembrado que é velha a tentação de atacar a Igreja em tempos de crise e que forçar o Vaticano a pagar mais impostos significaria reduzir as acções de solidariedade e de caridade, mais necessárias precisamente nestas conjunturas.
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