A revista Veja mostrou toda a sua lealdade à parceria com o bicheiro
Carlinhos Cachoeira, ao tentar desqualificar o relatório final da CPI,
apresentado pelo relator deputado Odair Cunha (PT-MG).
Malandramente, a revista omitiu da seção de notícias o indiciamento de
seu diretor, o jornalista Policarpo Júnior, por formação de quadrilha
junto ao bicheiro.
O indiciamento de Policarpo no art. 288 do Código Penal (formação de
quadrilha) só foi tratado em uma nota pelo blogueiro Reinaldo Azevedo.
Aliás, ele imitou José Serra (PSDB) quando saiu o livro "A Privataria
Tucana". Serra disse que o livro era "lixo", diante da impossibilidade
de rebater os documentos mostrados no livro. Reinaldo Azevedo também
chama de "lixo" o relatório de Odair Cunha, apesar de estar
meticulosamente descritas as condutas que levaram ao indiciamento do
diretor da revista.
Na seção de notícias, a revista só publicou (e no fim da página) o
pedido do relator para investigar o Procurador-Geral da República,
Roberto Gurgel, por ter engavetado a Operação Vegas da Polícia Federal,
em 2009. A revista recorreu a parlamentares da oposição, seus aliados,
para arrancar declarações de que seria vingança dos petistas. Os fatos
dementem qualquer tese de vingança. As explicações mal dadas por Gurgel
depõe contra ele mesmo.
Quanto mais Gurgel tentou se explicar, seja por nota pública, seja em
resposta à CPI, seja aos ofícios encaminhados pelo senador Fernando
Collor (PTB-AL), mais ele se enrolou, e mais evidências produziu de que
algo de muito errado pode ter acontecido, ao paralisar as investigações
sobre a organização criminosa.
A instituição Ministério Público precisa investigar com transparência o
engavetamento ocorrido, sem chicanas, sem carteirada e sem manobras
políticas de blindagem, para a Nação brasileira poder voltar a confiar
que não existe perseguição a uns e proteção a outros, conforme a
coloração partidária.
Nenhum comentário:
Postar um comentário