As denúncias contra o recém-eleito tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, acusado de desvios milionários na Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), provocaram a primeira reação judicial do Partido dos Trabalhadores. Em nota pública, o presidente da legenda, José Eduardo Dutra, anunciou uma representação contra o promotor de Justiça, José Carlos Blat, no Conselho Nacional do Ministério Público, por ter feito "acusações desprovidas de qualquer base jurídica ou factual".
O jornal "Estado de S. Paulo" e a "Veja" também serão acionados judicialmente. Segundo o PT, a revista do Grupo Abril publicou uma reportagem com ataques ao partido, apontado como destinatário do dinheiro da Bancoop, sem ouvir as lideranças petistas. O editorial "O partido da bandidagem" (09/03), do Estadão, motivou a resposta mais indignada de Dutra:
- O editorial do Estadão extrapolou qualquer fronteira da dignidade. Sou presidente do partido e não sou bandido. Assim como os milhões de petistas não são bandidos - rebate o presidente nacional do PT, em entrevista a Terra Magazine.
Segundo a denúncia do Ministério Público de São Paulo, a partir da análise de 8,5 mil extratos bancários, os desvios podem ultrapassar os R$ 100 milhões. Para o promotor José Carlos Blat, uma parte desse dinheiro abasteceu campanhas eleitorais do PT e outra foi destinada ao enriquecimento ilícito dos dirigentes da cooperativa, entre os quais Vaccari, ex-presidente da Bancoop.
A presidenciável petista Dilma Rousseff afastou a hipótese de Vaccari ser escolhido tesoureiro de sua campanha. "Nós temos tido nas últimas eleições uma opção por diferenciar as duas tesourarias, a tesouraria do partido, uma vez que ela tem mais obrigações que a campanha presidencial", garantiu a ministra da Casa Civil. Na tarde desta terça, 9, a Assembleia Legislativa de São Paulo instalou a CPI da Bancoop. O líder da bancada do PSDB, deputado Samuel Moreira, foi o autor do pedido em 2008. José Eduardo Dutra defende o partido das acusações:
- O que nós afirmamos é que esse dinheiro não veio pro PT, que o PT não é uma organização criminosa, nem um partido de bandido. Não estamos entrando no mérito em relação à Bancoop, estamos tratando daquilo que se refere ao PT.
Confira a entrevista.
Terra Magazine - Por que o PT decidiu processar o jornal "Estado de S. Paulo" e a revista "Veja", além de representar contra o promotor José Carlos Blat, no Conselho Nacional do Ministério Público? José Eduardo Dutra - O editorial do Estadão extrapolou qualquer fronteira da dignidade. Sou presidente do partido e não sou bandido. Assim como os milhões de petistas não são bandidos. E o "Estadão" chamou o PT de "partido da bandidagem". Nós vivemos num Estado de Direito, só nos resta recorrer ao Judiciário.
Como o senhor avalia a atuação do promotor? Ah, o promotor tem "n" exemplos de uma postura partidária. Por isso nós estamos representando no Conselho Nacional do Ministério Público. Não estou entrando no mérito da questão relativa à Bancoop. Ele faz acusações ao PT a partir de conclusões que são inclusive contrárias ao conjunto do Ministério Público. A Bancoop fez um acordo judicial com o Ministério Público. No ano passado, em decorrência de ações dos cooperados, dos mutuários, digamos assim, foi feito um acordo dos procedimentos, que aprovou uma auditoria externa. Se a Bancoop fosse uma organização criminosa, o Ministério Público não faria o acordo na causa cível. Porque funciona como um termo de ajustamento de conduta. Esse procurador está fazendo isso há dois anos. Há dois anos ele foi pro Canal Rural! A diferença é que agora, como está em ano de eleição, ele conseguiu um "Jornal Nacional". Uma postura claramente de autopromoção e de ataque ao PT. Como nós vivemos num Estado de Direito, vamos usar os meios que a lei nos garante.
O senhor disse que ele tem uma postura partidária. Seria, então, favorável ao PSDB? Não, partidário porque é contra o PT. Não sei a quem ele é favorável. É contra o PT. A postura do procurador não é essa, é de apurar as coisas, e não com base numa conclusão inicial, de um processo onde ninguém foi indiciado. Como é que ele faz uma acusação dessa maneira? Ele é recorrente. Isso são ações do PT. Agora, estou informado que tanto a Bancoop quanto o (João) Vaccari vão buscar caminhos semelhantes.
Vaccari prestou informações ao PT sobre esse período em que ele esteve à frente da Bancoop? Todas essas denúncias eram do conhecimento do partido. Até porque essas acusações dele são antigas, já saiu na imprensa. Não tem nenhum questionamento do PT com relação a Vaccari no período em que ele esteve à frente da Bancoop.
E a denúncia de que houve desvios de R$ 100 milhões da cooperativa, parte deles pra campanhas...Nós não temos nenhum problema com a matéria jornalística. Esse dado dos R$ 100 milhões é o promotor que está dizendo. Nós não estamos falando do mérito da questão da Bancoop, se houve desvio, se não houve desvio... O que nós afirmamos é que esse dinheiro não veio pro PT, que o PT não é uma organização criminosa, nem um partido de bandido. Não estamos entrando no mérito em relação à Bancoop, estamos tratando daquilo que se refere ao PT. Porque o processo da Bancoop vai rolar. A Bancoop já se defendeu, inclusive, dizendo que é um absurdo aquilo que os cheques foram sacados na boca do caixa. Cada cheque daquele corresponde a um título que foi resgatado. Isso está na nota da Bancoop. Não entramos nessa questão específica. Estamos defendendo é o partido da acusação do procurador, que disse que o dinheiro veio para o PT, e não é verdade. E do editorial do Estadão, porque diz que somos um partido de bandidos.
E a revista Veja? A revista "Veja" foi o veículo pelo qual o procurador utilizou. Faz acusação ao PT sem nós sermos ouvidos.
Qual será a posição do PT na CPI do caso Bancoop, na Assembleia de São Paulo? Essa é uma posição que cabe à Assembleia de deputados de São Paulo debater. A direção nacional do PT não está tratando disso, até porque é uma questão localizada em São Paulo. Os deputados do PT de São Paulo vão ter autonomia para debater o assunto. É uma prerrogativa do Legislativo fazer a apuração. Com certeza, todo mundo que for convocado vai lá depor.
Fonte: Claudio Leal / Terra Magazine
O jornal "Estado de S. Paulo" e a "Veja" também serão acionados judicialmente. Segundo o PT, a revista do Grupo Abril publicou uma reportagem com ataques ao partido, apontado como destinatário do dinheiro da Bancoop, sem ouvir as lideranças petistas. O editorial "O partido da bandidagem" (09/03), do Estadão, motivou a resposta mais indignada de Dutra:
- O editorial do Estadão extrapolou qualquer fronteira da dignidade. Sou presidente do partido e não sou bandido. Assim como os milhões de petistas não são bandidos - rebate o presidente nacional do PT, em entrevista a Terra Magazine.
Segundo a denúncia do Ministério Público de São Paulo, a partir da análise de 8,5 mil extratos bancários, os desvios podem ultrapassar os R$ 100 milhões. Para o promotor José Carlos Blat, uma parte desse dinheiro abasteceu campanhas eleitorais do PT e outra foi destinada ao enriquecimento ilícito dos dirigentes da cooperativa, entre os quais Vaccari, ex-presidente da Bancoop.
A presidenciável petista Dilma Rousseff afastou a hipótese de Vaccari ser escolhido tesoureiro de sua campanha. "Nós temos tido nas últimas eleições uma opção por diferenciar as duas tesourarias, a tesouraria do partido, uma vez que ela tem mais obrigações que a campanha presidencial", garantiu a ministra da Casa Civil. Na tarde desta terça, 9, a Assembleia Legislativa de São Paulo instalou a CPI da Bancoop. O líder da bancada do PSDB, deputado Samuel Moreira, foi o autor do pedido em 2008. José Eduardo Dutra defende o partido das acusações:
- O que nós afirmamos é que esse dinheiro não veio pro PT, que o PT não é uma organização criminosa, nem um partido de bandido. Não estamos entrando no mérito em relação à Bancoop, estamos tratando daquilo que se refere ao PT.
Confira a entrevista.
Terra Magazine - Por que o PT decidiu processar o jornal "Estado de S. Paulo" e a revista "Veja", além de representar contra o promotor José Carlos Blat, no Conselho Nacional do Ministério Público? José Eduardo Dutra - O editorial do Estadão extrapolou qualquer fronteira da dignidade. Sou presidente do partido e não sou bandido. Assim como os milhões de petistas não são bandidos. E o "Estadão" chamou o PT de "partido da bandidagem". Nós vivemos num Estado de Direito, só nos resta recorrer ao Judiciário.
Como o senhor avalia a atuação do promotor? Ah, o promotor tem "n" exemplos de uma postura partidária. Por isso nós estamos representando no Conselho Nacional do Ministério Público. Não estou entrando no mérito da questão relativa à Bancoop. Ele faz acusações ao PT a partir de conclusões que são inclusive contrárias ao conjunto do Ministério Público. A Bancoop fez um acordo judicial com o Ministério Público. No ano passado, em decorrência de ações dos cooperados, dos mutuários, digamos assim, foi feito um acordo dos procedimentos, que aprovou uma auditoria externa. Se a Bancoop fosse uma organização criminosa, o Ministério Público não faria o acordo na causa cível. Porque funciona como um termo de ajustamento de conduta. Esse procurador está fazendo isso há dois anos. Há dois anos ele foi pro Canal Rural! A diferença é que agora, como está em ano de eleição, ele conseguiu um "Jornal Nacional". Uma postura claramente de autopromoção e de ataque ao PT. Como nós vivemos num Estado de Direito, vamos usar os meios que a lei nos garante.
O senhor disse que ele tem uma postura partidária. Seria, então, favorável ao PSDB? Não, partidário porque é contra o PT. Não sei a quem ele é favorável. É contra o PT. A postura do procurador não é essa, é de apurar as coisas, e não com base numa conclusão inicial, de um processo onde ninguém foi indiciado. Como é que ele faz uma acusação dessa maneira? Ele é recorrente. Isso são ações do PT. Agora, estou informado que tanto a Bancoop quanto o (João) Vaccari vão buscar caminhos semelhantes.
Vaccari prestou informações ao PT sobre esse período em que ele esteve à frente da Bancoop? Todas essas denúncias eram do conhecimento do partido. Até porque essas acusações dele são antigas, já saiu na imprensa. Não tem nenhum questionamento do PT com relação a Vaccari no período em que ele esteve à frente da Bancoop.
E a denúncia de que houve desvios de R$ 100 milhões da cooperativa, parte deles pra campanhas...Nós não temos nenhum problema com a matéria jornalística. Esse dado dos R$ 100 milhões é o promotor que está dizendo. Nós não estamos falando do mérito da questão da Bancoop, se houve desvio, se não houve desvio... O que nós afirmamos é que esse dinheiro não veio pro PT, que o PT não é uma organização criminosa, nem um partido de bandido. Não estamos entrando no mérito em relação à Bancoop, estamos tratando daquilo que se refere ao PT. Porque o processo da Bancoop vai rolar. A Bancoop já se defendeu, inclusive, dizendo que é um absurdo aquilo que os cheques foram sacados na boca do caixa. Cada cheque daquele corresponde a um título que foi resgatado. Isso está na nota da Bancoop. Não entramos nessa questão específica. Estamos defendendo é o partido da acusação do procurador, que disse que o dinheiro veio para o PT, e não é verdade. E do editorial do Estadão, porque diz que somos um partido de bandidos.
E a revista Veja? A revista "Veja" foi o veículo pelo qual o procurador utilizou. Faz acusação ao PT sem nós sermos ouvidos.
Qual será a posição do PT na CPI do caso Bancoop, na Assembleia de São Paulo? Essa é uma posição que cabe à Assembleia de deputados de São Paulo debater. A direção nacional do PT não está tratando disso, até porque é uma questão localizada em São Paulo. Os deputados do PT de São Paulo vão ter autonomia para debater o assunto. É uma prerrogativa do Legislativo fazer a apuração. Com certeza, todo mundo que for convocado vai lá depor.
Fonte: Claudio Leal / Terra Magazine
Um comentário:
Tempos atrás dois atores da Globo mataram uma colega, filha de uma escritora de novela. Lembra-se? Pela lógica, então, a Globo é uma empresa de assassinos?
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