por Luiz Carlos Azenha
A campanha de 2010 está em andamento. Como já escrevi, anteriormente, repete o padrão de 2006: denúncias vazias na revista Veja, devidamente repercutidas pelo Jornal Nacional de sábado e em seguida replicadas pelos jornais O Globo, Folha e Estadão.
O objetivo é erguer uma cortina de acusações que vinculem o presidente Lula, a ministra Dilma Rousseff e o Partido dos Trabalhadores a comportamentos criminosos e/ou radicais.
Nesse balaio cabem promessas supostamente não cumpridas e condenações por associação. Cabem rumores, boatos e meias-verdades.
É uma forma de evitar o crescimento da candidatura de Dilma Rousseff na classe média e, especialmente, entre o eleitorado paulista: José Serra precisa desesperadamente de 70% dos votos de São Paulo para ter chance de vitória.
Ele pode não crescer com as denúncias, mas evita o crescimento de Dilma. Pelo menos é o que espera o consórcio PSDB/DEM/Globo/Folha/Estadão/Veja.
Eu disse que qualquer factóide será explorado para “criminalizar” o comportamento do governo, do presidente Lula e da ministra Dilma. Desde a menção a um triplex presidencial inacabado na boca de William Bonner, no Jornal Nacional, à repercussão de uma falsidade plantada por um colunista de um jornal da Flórida, o Miami Herald.
Assim como o Juan Arias, correspondente do jornal espanhol El Pais, o colunista Andres Oppenheimer, do Herald, faz parte do que poderia ser definido como o braço internacional do PIG, o Partido da Imprensa Golpista inventado pelo deputado Fernando Ferro e popularizado no Conversa Afiada pelo Paulo Henrique Amorim.
Em uma coluna recente, em que lamentou a posição adotada pelo presidente Lula em relação a dissidentes cubanos, Oppenheimer especulou: “Presidente do Brasil para secretário-geral da ONU? Esperamos que não”.
A fonte do colunista foi uma nota da revista Veja sem qualquer base factual: Lula seria candidato a secretário-geral da ONU depois de deixar o governo.
Foi em cima deste boato, portanto, que Oppenheimer disse esperar que a inexistente candidatura de Lula não dê certo.
Pois a “notícia” entrou na reportagem do Jornal Nacional que repercutiu as declarações de Lula sobre Cuba. O JN disse que o Miami Herald era um jornal de uma cidade onde havia muitos exilados cubanos, destacou o título do comentário de Oppenheimer e traduziu.
Ou seja, baseado em um boato publicado na revista Veja, repercutido por um colunista de opinião do Miami Herald, o diretor de jornalismo da TV Globo, Ali Kamel, contratou e demitiu o presidente Lula do cargo de secretário-geral das Nações Unidas!
Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)

Nenhum comentário:
Postar um comentário