terça-feira, 13 de julho de 2010

Bloomberg: os tucanos enterraram São Paulo (II). É melhor investir no Rio

    Publicado em 13/07/2010

Na foto, a jestão tucana de São Paulo

Por sugestão de Nelson de Sá, na pág. A9 da Folha (*), o Conversa Afiada foi à Bloomberg News, no Brasil Econômico:

Rio supera SP com fundos que miram praia e Eike Batista

Brasil Econômico – Por Alexander Ragir/Bloomberg News
12/07/10

Agora, metade da semana não é suficiente. Meio século depois de deixar de sediar a capital do país, o Rio está se destacando como motor da maior economia da América Latina.

A cidade atraiu pelo menos 24 fundos de hedge na última década, assim como as principais petrolíferas, a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016.

O governador Sérgio Cabral prevê que o estado vai receber até US$ 90 bilhões em investimentos até 2013 por meio da expansão das indústrias naval, nuclear, siderúrgica e de mineração, liderada por projetos do bilionário Eike Batista.

Petrolíferas e mineradoras ajudaram a dobrar as exportações do estado nos primeiros cinco meses do ano, um ritmo de expansão três vezes mais rápido do que a média do país.

O Rio “está no meio de uma enorme transformação”, disse Palmer, que, como chefe mundial de mercados em desenvolvimento na Gartmore, supervisiona US$ 5 bilhões em Londres.

“O Rio voltou a ficar em destaque por causa das Olimpíadas e do desenvolvimento do setor e petróleo e gás.”
O Cristo Redentor foi reinaugurado no final de junho, após uma reforma de R$ 7 milhões que deixou o monumento coberto por andaimes durante quatro meses.

Em 30 de junho, o governo inaugurou elevadores panorâmicos de 65 metros de altura para conectar moradores de favelas do Cantagalo e Pavão-Pavaozinho à mais nova estação de metrô da cidade, na Praça General Osório, em Ipanema, como parte de uma campanha para melhorar a segurança e o transporte para comunidades mais pobres.

“Ciclo virtuoso”

“Está virando um ciclo virtuoso,” disse Carlos Langoni, ex-presidente do Banco Central e diretor financeiro do comitê organizador da Copa de 2014.

“Pacificaram favelas que todo mundo achava que seria impossível de ocupar. Os preços do mercado imobiliário subiram muito, o Rio está vendo mais royalties da produção de petróleo e finalmente tem bons políticos.”

A produção industrial no estado do Rio subiu 1,9% de janeiro a março, em comparação com uma queda nacional de 0,3%.

As exportações do estado mais que dobraram para US$ 7,9 bilhões até maio, na comparação com o mesmo período de 2009, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento. A média de aumento das vendas externas do Brasil foi de 30%.

A taxa de desemprego no Rio caiu de 10,5% em abril de 2002 para 5,9% no mesmo mês deste ano. Em São Paulo, o desemprego estava em 7,7% e a taxa nacional era de 7,3% em igual período.

Eike Batista

O Grupo EBX, holding das cinco empresas de Eike Batista sediada no Rio de Janeiro, multiplicou a força de trabalho por cinco desde 2006 para 2.000 funcionários.

A estatal Petrobras, maior empresa brasileira, contratou 22.000 empregados nos últimos seis anos, a maioria no Rio, e planeja acrescentar mais 6.000 até 2013 como parte de um plano de investimentos de US$ 224 bilhões, o maior do setor petrolífero mundial, segundo a assessoria de imprensa da companhia.

O avanço da economia pode não ser suficiente para que o Rio ultrapasse São Paulo como centro empresarial, disse Langoni.
São Paulo é o centro para os setores financeiro, automotivo e agropecuário. O Produto Interno Bruto paulista, de R$ 902,8 bilhões, é três vezes maior do que o do Rio.

O Banco BTG Pactual aumentou o número de funcionários em São Paulo em 29, mais do dobro das contratações feitas na sede no Rio, desde que o bilionário André Esteves comprou o banco de investimento do UBS, em setembro de 2009.

As operações no Rio concentram 578 funcionários, contra 358 em São Paulo, de acordo com e-mail da assessoria de imprensa do banco.
E ainda que o Rio não esteja atraindo bancos, a cidade virou destino para a indústria de fundos de hedge.

Base de Fraga

Os bairros de Ipanema, cuja praia foi eleita “a mais sexy do mundo” pelo Travel Channel em 2008, e Leblon já atraíram mais de uma dúzia de fundos de hedge.

Das mais de 70 administradoras independentes de fundos do Brasil, cerca de 60% têm sede no Rio, e metade delas tem menos de dez anos, de acordo com dados da Economática compilados pelo fundo de hedge Leblon Equities Gestão de Recursos.

Armínio Fraga, ex-diretor do Banco Central e ex-gestor de recursos do Soros Fund Management, do bilionário George Soros, disse que abriu seu fundo de hedge no Leblon oito anos atrás porque as faculdades de economia da cidade ofereciam uma gama talentosa de operadores e porque ele também poderia viver e trabalhar perto da praia.

“Meu negócio não depende de estar em São Paulo ou em Nova York”, disse Fraga, um carioca de 52 anos.

“Moro perto do escritório e trabalho muito, então gasto pouco tempo e tenho uma boa qualidade de vida.”

O Gávea Investimentos, de Fraga, emprega 110 pessoas e tem US$ 5,8 bilhões sob gestão.

Gilberto Sayão, ex-sócio do Banco Pactual, banco de investimento sediado no Rio, montou seu fundo de hedge e private equity no ano passado no Leblon com foco em investimentos em infraestrutura. O fundo tem cerca de US$ 2,4 bilhões sob administração.

Entre os acontecimentos mais importantes que beneficiaram a região está a ascensão de Eike Batista, 52 anos, cuja fortuna mais que triplicou no último ano para US$ 27 bilhões, tornando-o a oitava pessoa mais rica do mundo, de acordo com a revista Forbes.

A LLX Logística, parte do grupo EBX, planeja construir o porto de Açu, um complexo do tamanho da ilha de Manhattan no litoral do Rio que vai exigir até US$ 50 bilhões em investimento, disse Batista a repórteres em Nova York em 31 de março.

O projeto vai incluir uma usina termelétrica, uma unidade de cimento e montadoras de automóveis.

País em mudança

“Sendo realistas, nós não poderíamos sediar nossas empresas em nenhuma outra cidade porque aqui é onde estão os empregados qualificados nos setores em que operamos”, disse Paulo Gouvea, que trabalha com Batista há mais de uma década e é diretor de finanças corporativas da EBX.

“O Rio está se tornando uma mistura interessante de Boston com Houston.”

Palmer, da Gartmore, disse que visitar Batista foi uma das principais razões para a viagem dele ao Rio em janeiro.

“Eike tem seu dedo no centro do que está mudando o país”, disse ele no hotel Copacabana Palace.

Jim O’Neill, economista-chefe mundial do Goldman Sachs Group, disse que também notou a mudança do Rio. Em sua última viagem à América do Sul, em fevereiro, O’Neill ignorou São Paulo e foi direto para o Rio.

Ele aproveitou o Carnaval e participou de um painel de discussões durante a inauguração do primeiro centro de pesquisas sobre BRIC no Brasil.

A pesquisa será feita pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, que há décadas forma ministros da Fazenda e diretores do Banco Central.

“É uma cidade que está recuperando o interesse”, afirmou O’Neill, que em 2001 criou o termo BRIC agrupando Brasil, Rússia, Índia e China como países que vão liderar o crescimento econômico global.

“A cidade está mais viva e tem mais energia.”

Clique aqui para ler também: “Marcio Pochmann na Folha – tucanos enterraram São Paulo”.

Clique aqui para ler “Suape faz uma revolução em Pernambuco, onde Eduardo Campos dá de 10 a 0 em Serra” .

Navalha

Quem manda votar em tucano de São Paulo ?


Paulo Henrique Amorim

(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

Matéria Publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)

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