O jornal O Globo desta terça-feira é uma peça de propaganda de José Serra. Até aí nenhuma novidade. A diferença é que a seção de Opinião vem com dois artigos absurdamente ofensivos à Dilma Rousseff. Um deles, do nosso onipresente Marco Antonio Villa, não merece resposta porque se trata de uma xaropada completamente débil mental. Sinceramente, não consegui entender onde ele quis chegar com o texto "Obsessão pelo poder". Vale observar apenas que Villa usa a tática mais desonesta num articulista: em vez de dizer o que pensa, discorre sobre o que, segundo ele, o PT pensou, pensa e pensará, como se ele, Villa, tivesse acesso direto ao consciente e inconsciente dos fundadores, dos dirigentes e do próprio Lula. Todas as lutas sindicais, todas as conquistas obtidas até aqui, não passaram de "obsessão pelo poder". Ele deixa implícito, naturalmente, que Serra e os tucanos, são santinhos que aspiram o poder apenas para fazer o bem à classe trabalhadora.
O outro texto, de Rodrigo Constantino, também é imbecil. Mas contém uma infinidade de acusações e calúnias graves contra Dilma Rousseff. Infelizmente, quanto mais idiota o texto, mais ele circula por toda a parte e tenho sérias suspeitas de que esses mesmos argumentos cairão em meus ouvidos a qualquer momento, num papo com amigos ou conhecidos. Vale a pena, portanto, desconstruí-lo meticulosamente.
Entretanto, não há novidades nele. É um amontoado de clichês anti-dilma, na linha de que Dilma é uma revolucionária comunista enrustida, um Chávez de saia, que irá acabar com a propriedade privada no Brasil, confiscar as grandes fazendas, elevar o MST à condição de Ministério, estatizar todas as empresas e bancos do país, e amordaçar os grandes meios de comunicação. O cara faz terrorismo explícito, despudoradamente. É uma espécie de surto reginoduartiano em estado avançadíssimo, flertando com a senilidade e a loucura; ou então, o que é mais provável, com o cinismo mais deslavado.
Constantino cita Shopenhauer para comparar Dilma ao diabo: "Quem espera que o diabo ande pelo mundo com chifres será sempre sua presa". Depois compara-a a serpente na fábula de Esopo: "Em uma de suas fábulas, Esopo faz um alerta aos que acreditam nas mudanças da essência dos seres humanos. Um lavrador, durante um inverno rigoroso, encontrou uma serpente congelada. Apiedou-se dela e a pôs em seu colo. Aquecida, ela voltou à vida normal, picou seu benfeitor ferindo-o de morte. E ele, morrendo, disse: 'É justo que eu sofra, pois me apiedei de uma malvada.'"
Usemos o método dos comentários intercalados para responder a cada uma das calúnias:
O outro texto, de Rodrigo Constantino, também é imbecil. Mas contém uma infinidade de acusações e calúnias graves contra Dilma Rousseff. Infelizmente, quanto mais idiota o texto, mais ele circula por toda a parte e tenho sérias suspeitas de que esses mesmos argumentos cairão em meus ouvidos a qualquer momento, num papo com amigos ou conhecidos. Vale a pena, portanto, desconstruí-lo meticulosamente.
Entretanto, não há novidades nele. É um amontoado de clichês anti-dilma, na linha de que Dilma é uma revolucionária comunista enrustida, um Chávez de saia, que irá acabar com a propriedade privada no Brasil, confiscar as grandes fazendas, elevar o MST à condição de Ministério, estatizar todas as empresas e bancos do país, e amordaçar os grandes meios de comunicação. O cara faz terrorismo explícito, despudoradamente. É uma espécie de surto reginoduartiano em estado avançadíssimo, flertando com a senilidade e a loucura; ou então, o que é mais provável, com o cinismo mais deslavado.
Constantino cita Shopenhauer para comparar Dilma ao diabo: "Quem espera que o diabo ande pelo mundo com chifres será sempre sua presa". Depois compara-a a serpente na fábula de Esopo: "Em uma de suas fábulas, Esopo faz um alerta aos que acreditam nas mudanças da essência dos seres humanos. Um lavrador, durante um inverno rigoroso, encontrou uma serpente congelada. Apiedou-se dela e a pôs em seu colo. Aquecida, ela voltou à vida normal, picou seu benfeitor ferindo-o de morte. E ele, morrendo, disse: 'É justo que eu sofra, pois me apiedei de uma malvada.'"
Usemos o método dos comentários intercalados para responder a cada uma das calúnias:
A outra face de Dilma :: Rodrigo Constantino
"Ninguém pode usar uma máscara por muito tempo: o fingimento retorna rápido à sua própria natureza" (Sêneca)
[Alguém tem que dizer a esses bocós que, em tempos de google, essas citaçõezinhas clichês e convenientes se tornaram cafonas.]
De olho nos eleitores mais moderados, a candidata Dilma Rousseff tem alterado seu discurso, vestindo uma embalagem mais atraente. Não foi apenas o cabelo que passou por uma transformação radical. Agora, Dilma já fala em reduzir a dívida pública para 30% do PIB, em imposto zero para investimentos, em combater as invasões ilegais do MST e na defesa da liberdade de imprensa. Entretanto, este discurso soa estranho na boca da petista. A nova personagem não combina nada com a figura histórica.
[Dilma mudou o cabelo de "olho nos eleitores mais moderados"... Avisem ao imbecil do Constantino que Dilma teve câncer no ano passado, ficou careca, e agora está de penteado novo porque é uma mulher, um ser humano com vaidade natural, com autoestima. Esse discurso não soa nada estranho na boca da petista. O articulista começa fazendo afirmações peremptórias absurdas, tentando mostrar conclusões antes sequer de apresentar seus argumentos. ]
Para começo de conversa, o governo Lula teve oito anos para fazer as reformas estruturais, reduzir os impostos, atacar as invasões do MST etc. Não só deixou de fazer isso tudo, como muitas vezes agiu à contramão do desejado. A carga tributária aumentou, ocorreu uma escalada de invasões do MST, que recebe cada vez mais verbas públicas, e a liberdade de imprensa se viu inúmeras vezes ameaçada: Ancinav, Conselho Nacional de Jornalismo, tentativa de expulsão do jornalista estrangeiro que falou dos hábitos etílicos do presidente, PNDH-3 e Confecom. Foram diversas tentativas de controle dos meios de comunicação.
[Primeira confusão de Constantino: Dilma não falou em "reduzir impostos", assim genericamente. Ela falou em zerar os impostos sobre os investimentos. Quanto às reformar estruturais, sugiro ao Dr.Constantino que olhe a lista de obras feitas durante o governo Lula. Os dois aeroportos do Rio de Janeiro foram duplicados: Santos Dumont e Galeão. O pessoal reclama do Galeão, que é uma porcaria; mas eu, sempre que vou lá, nunca vi esse quadro de horrores. Sei que foi duplicado, que os banheiros funcionam perfeitamente. Tudo limpo e funcional. Há uma psicose de setores da classe média de que o mundo inteiro seja uma espécie de grande Copa D'Or, com logotipos modernos nas paredes, poltronas padronizadas e toaletes a cinco reais. Eles querem privatizar os aeroportos? Sei muito bem no que isso vai dar. Banheiros caríssimos, suco de laranja a doze reais o copo, e sumiço dos bebedouros e de qualquer coisa gratuita. Poderia listar aqui algumas dezenas de grandes obras, mas deixemos que o senhor Constantino assista ao horário eleitoral. João Santana está ganhando bastante dinheiro para fazer justamente isso e fá-lo-á em horário nobre, para milhões de brasileiros.]
A participação de Dilma em alguns destes projetos foi direta. O Programa Nacional de Direitos Humanos, com viés bastante autoritário, saiu de seu gabinete. Além disso, Dilma sempre deixou claro que acredita num Estado centralizador como locomotiva da economia. Foi durante a gestão de Luciano Coutinho que o BNDES se transformou numa espécie de "bolsa empresa", torrando bilhões dos pagadores de impostos em subsídios para grandes empresas. O Tesouro teve que emitir dezenas de bilhões em dívida para bancar os empréstimos do BNDES. Coutinho é cotado como possível ministro no governo Dilma. Como acreditar no discurso de redução da dívida pública? As palavras recentes dizem uma coisa, os atos concretos dizem outra, bem diferente.
[Pensei que o PNDH3 tivesse sido fruto de debates da sociedade civil e não que tivesse saído "do gabinete de Dilma". Mas esses caras dizem qualquer coisa. Bolsa empresa? Constantino se diz economista, mas omite graciosamente que o mundo viveu a maior crise financeira desde a II Guerra e que o Brasil, em vez de fazer como EUA e Europa que torraram trilhões de dólares com suas instituições financeiras, sem que, com isso, houvesem gerado nenhum emprego (ao contrário, inclusive), o Brasil emprestou dinheiro para o setor produtivo ampliar seus investimentos no país e com isso ajudou o país a passar pela crise quase incólume. Os "pagadores de impostos" financiaram grandes empresas de seu próprio país? Sim, mas Constantino esquece de dizer que esse dinheiro volta para o governo, na forma de geração de empregos e mais impostos, além dos rendimentos advindos das operações financeiras paralelas que acompanham esses empréstimos. Constantino, como de resto O Globo bem fazendo, tenta enganar seus leitores, vendendo a tese de que os financiamentos do BNDES ao setor produtivo nacional embute subsídios excessivos e traz prejuízo ao bolso do contribuinte. Mentira. As operações do BNDES foram maravilhosamente bem sucedidas e o Brasil já atingiu um crescimento de 9,5% este ano e deve fechar 2010 com crescimento de 7,5% ou mais. Com isso, a arrecadação do governo explodirá, sem que isso acarrete em maior carga tributária para empresas ou indivíduos. Constantino também não diz que o governo reduziu o imposto de renda. A carga tributária subiu por causa da melhor arrecadação junto às empresas. Além disso, a informatização tem ajudado a Receita a combater a sonegação, o que igualmente amplia a participação da receita tributária em relação ao PIB.]
O passado de Dilma também levanta suspeita sobre esta nova imagem "paz e amor". Dilma foi guerrilheira e lutou para implantar no país um regime comunista. Com este "nobre" fim em mente, ela se alinhou aos piores grupos revolucionários, aderindo à máxima de que os fins justificam quaisquer meios. Colina e VAR-Palmares foram organizações que praticaram os piores tipos de atrocidades, incluindo assaltos, ataques terroristas e sequestro. Claro, devemos levar o contexto da época em conta: Guerra Fria, muitos jovens idealistas iludidos com a utopia socialista, e dispostos a tudo pela causa.
[Essa é a maior calúnia. A mais odiosa. Dilma tinha 17 anos quando ingressou na luta clandestina contra a ditadura. Atribuir a uma senhora experiente, com mais de 60 anos, os arroubos ideológicos de sua primeira juventude, é de uma desonestidade absolutamente revoltante. Ademais, demonstra uma falta de compreensão histórica que só pode ser explicada pela ausência total de sensibilidade e caráter. No final do parágrafo, ele apenas finge ter alguma compreensão do contexto, porque o raciocínio aparece depois dele mencionar um "passado que levanta suspeita". É um canalha completo.]
Mas o tempo passou, e vários colegas colocaram as mãos na consciência e fizeram um doloroso mea-culpa, reconhecendo os erros do passado. Dilma, entretanto, declarou com todas as letras numa entrevista à revista "Veja": "Jamais mudei de lado." Sabendo-se que este lado nunca foi o da democracia, e sim o lado que aponta para Cuba, resta perguntar: qual Dilma pretende governar o país? Em um típico ato falho freudiano, a campanha de Dilma apresentou ao TSE o programa de governo do PT, ignorando a aliança com o PMDB. Neste programa, que contava com a rubrica de Dilma, estavam presentes os ideais golpistas da ala radical do partido, como o controle da imprensa, os impostos sobre "fortunas" e a relativização do direito de propriedade no campo, beneficiando os criminosos do MST.
[Mais canalhice. Quem fez "doloroso meaculpa"? O lado a que se refere Dilma é o lado dos trabalhadores, seu mané! Ideais golpistas? Pô, um programinha meia-boca do PT, com menções leves a tímidas reformas na área das concessões públicas de TV, com uma sugestão de um imposto sobre grandes fortunas que existe nos EUA e em toda Europa, virou agora uma plataforma leninista... Quanto à relativização do direito de propriedade no campo, isso não passa de pura mentira eleitoral. Não havia nada nesse sentido no programa "radical" de Dilma. E os membros do MST não são "criminosos". Criminoso é Daniel Dantas, condenado pela Justiça.]
Chávez, em 1998, declarou que não tinha nenhuma intenção de nacionalizar empresas, de controlar a imprensa ou de destruir a democracia e permanecer no poder. Ao contrário, ele se mostrou bastante receptivo ao capital estrangeiro. Na época, ele estava prospectando clientes. Depois, era tarde demais. Ele já tinha o domínio da situação, e estava pronto para sacrificar suas vitimas ingênuas. "Quem espera que o diabo ande pelo mundo com chifres será sempre sua presa", alertou o filósofo Schopenhauer.
[O articulista não lembra, mas Chávez sofreu um golpe de estado em 2002, um golpe apoiado e articulado pela mídia venezuelana.]
Em uma de suas fábulas, Esopo faz um alerta aos que acreditam nas mudanças da essência dos seres humanos. Um lavrador, durante um inverno rigoroso, encontrou uma serpente congelada. Apiedou-se dela e a pôs em seu colo. Aquecida, ela voltou à vida normal, picou seu benfeitor ferindo-o de morte. E ele, morrendo, disse: "É justo que eu sofra, pois me apiedei de uma malvada."
[Sem comentários. É um imbecil.]
A História está repleta de casos em que a crença nas lindas promessas de políticos autoritários se mostrou fatal. Dilma apresenta ao público sua nova face, com um discurso bem mais moderado. Mas é a outra face que não sai de minha cabeça, aquela que acompanhou a candidata por toda sua vida.
RODRIGO CONSTANTINO é economista.
[Oh que meda! Regina Duarte agora já é passado. Os tucaninhos tem versões mais sofisticadas e bem mais apavoradas. "(...) se mostrou fatal". Uhh, que sinistro! Dilma "bicho papão" Rousseff vai pegar o neném! Eike Batista, Abílio Diniz e demais grandes empresários que apóiam Dilma, a terrorista vermelha, devem ser um idiotas ingênuos...]
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