Nos Estados Unidos – que ninguém ousaria apontar como um país sem liberdade de imprensa – é comum que os jornais assumam, em seus editoriais, posição a favor deste ou daquele candidato, democrata ou republicano.
Aqui, os grandes jornais e emissoras, embora sempre assumam escandalosamente posição a favor de um determinado candidato – e, indefectivelmente, o candidato da direita – e querem que seus leitores acreditem que são “neutros”, embora suas editorias, colunistas e pautas tenham bem nítida esta preferência.
Devo, aliás, registrar que é justamente o conservador “Estadão” o que mais separa as duas áreas, entre todos os grandes jornais.
Digo isso porque ocorreu hoje um episódio extremamente saudável para a imprensa brasileira. Colocando a sinceridade e a honestidade antes da conveniência de omitir-se, para não desagradar ninguém, a revista Carta Capital publicou um editorial assinalando sua opção por Dilma Rousseff.
Trancrevo um trecho do texto de seu editor, Mino Carta, e sugirou a leitura, para quem puder, na íntegra:
(…)Em Dilma Rousseff enxergamos sem a necessidade de binóculo a continuidade de um governo vitorioso e do governante mais popular da história do Brasil. Com largos méritos, que em parte transcendem a nítida e decisiva identificação entre o presidente e seu povo. Ninguém como Lula soube valerse das potencialidades gigantescas do País e vulgarizá-las com a retórica mais adequada, sem esquecer um suave toque de senso de humor sempre que as circunstâncias o permitissem.
Sem ter ofendido e perseguido os privilegiados, a despeito dos vaticínios de alguns entre eles, e da mídia praticamente em peso, quanto às consequências de um governo que profetizaram milenarista, Lula deixa a Presidência com o País a atingir índices de crescimento quase chineses e a diminuição do abismo que separa minoria de maioria. Dono de uma política exterior de todo independente e de um prestígio internacional sem precedentes. Neste final de mandato, vinga o talento de um estrategista político finíssimo. E a eleição caminha para o plebiscito que a oposição se achava em condições de evitar.
Como seria bom se a Folha, O Globo e outros fizessem isso em relação a José Serra. Se glorificam as policas do período de seu inspirador, Fernando Henrique, nada mais natural que apoiarem aquele que tem o perfil de continuador de sua “obra” de desmonte do estado brasileiro e do capital financeiro.
Seria honesto com seus leitores, que passariam a ser tratados como pessoas esclarecidas, que nõ vão tomar por jornalismo o que é opinião eleitoral. E que que, igualmente, não se sujeitariam a ser engabelados por propaganda eleitoral fantasiada de jornalismo.
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