terça-feira, 6 de julho de 2010

Investimento federal deve fechar ano com alta de 20%, diz ministro

06/07/2010 - 08:36h

Alex Ribeiro, de Washington – VALOR

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem que os investimentos do governo federal deverão chegar a R$ 50 bilhões no orçamento de 2011. Caso os números previstos sejam cumpridos, será uma expansão de quase 20% em relação aos R$ 42 bilhões executados no período de 12 meses encerrado em março.

Bernardo pondera, porém, que será mais difícil executar os investimentos em 2011, porque o governo irá avançar na segunda fase do chamado Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Os investimentos demoram algum tempo para decolar, porque só saem do papel depois que são feitos os projetos de engenharia, as licitações e são obtidas as licenças ambientais”, afirmou Bernardo.

Neste ano, afirmou o ministro, o ritmo de execução das obras está mais forte porque houve tempo para maturar os projetos incluídos na primeira fase do PAC, lançada em 2007. “No ano que vem, ainda teremos projetos do PAC 1, mas o PAC 2 começará a ser tocado”, afirmou. Até agora, disse o ministro, foram executadas cerca de 71% das obras incluídas no PAC 1, embora apenas 45% das obras tenham sido completamente concluídas.

Os R$ 50 bilhões em investimentos em 2011, disse o ministro, serão incluídos no projeto de orçamento que o governo irá mandar para o Congresso em agosto. “Não fechamos ainda o orçamento, mas os investimentos devem ficar em torno desse valor”, afirmou.

Enquanto finaliza o orçamento, o governo enfrenta pressões para o aumento de gastos correntes, o que deve reduzir o dinheiro disponível para investimentos. É o caso da proposta apresentada pelas centrais sindicais para conceder um reajuste um pouco maior para o salário mínimo. “Tem toda a chance de isso ser aprovado no Congresso”, afirmou Bernardo. “Infelizmente.”

Pela regra em vigor, os reajustes do salário mínimo devem ser iguais ao crescimento da economia de dois anos antes, acrescido da reposição da inflação. Dessa forma, o reajuste real previsto para 2011 é de cerca de 0,5%, percentual estimado para a variação do Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado. As centrais sindicais querem, no entanto, que o reajuste de 2011 seja feito com base no aumento do PIB deste ano, previsto em cerca de 7,5%. Bernardo diz que essa não é uma boa proposta porque o PIB deste ano não será conhecido de forma definitiva até maio de 2011, quando tradicionalmente ocorre o reajuste do salário mínimo.

Segundo ele, o IBGE divulga em março números provisórios o PIB do ano anterior, que estão sujeitos a revisão mais tarde. “Como é que faz se o IBGE rever os números?”, pergunta o ministro. “A regra é o reajuste com o crescimento da economia de dois anos atrás porque esse é um dado que a gente conhece.”

“Em todos os anos de eleições, querem fazer um campeonato no Congresso para ver quem é mais bonzinho”, queixou-se o ministro, que está em Washington para participar da eleição do novo presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). “O melhor é que haja um critério de reajuste do salário mínimo que valha até 2020.”

Postado por Luis Favre

Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)

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