sexta-feira, 9 de julho de 2010

Marina Silva não pode peitar o Ibama na base do "você sabe quem está falando?"

exta-feira, 9 de julho de 2010

Marina Silva (PV) reagiu mal, muito mal, diante da denúncia de que seu vice, Guilherme Leal (PV), estaria promovendo degradação ambiental em área protegida.

Marina insinuou que estaria havendo objetivos político-eleitorais, um "vale-tudo" nas palavras dela.

Agiu mal, porque o fato de seu vice ser candidato não o coloca acima do bem e do mal, e ele pode ser autuado e fiscalizado como qualquer brasileiro, caso desmate áreas de proteção ambiental.

A denúncia não foi nenhuma ação político-partidária. Surgiu do fotógrafo Edvaldo Ferreira, de Ilhéus, que conta sua história:

"Eu estava sobrevoando a região, com empresários interessados em se instalar em Ilhéus, quando percebi uma clareira em cima de um morro, cheia de tratores e máquinas, dentro de uma área ambiental, e fotografei... Levei o material ao Ibama, ao IMA, ao Ministério Público e ao Crea, como cidadão, para pedir explicações. Não foi denúncia, só queria saber se as obras tinham licença ambiental, e nem sabia que essa terra era desse empresário".

O que Marina queria que o Ibama fizesse? Prevaricasse? Que primeiro fosse ver "com quem estava falando"?

Ora, os funcionários do Ibama tem o dever de averiguar casos assim, independente de quem seja o dono.

Técnicos do Ibama e do Instituto do Meio Ambiente da Bahia (IMA) foram à propriedade de Guilherme Leal, e tentam checar se as obras que estão sendo realizadas no local estão de acordo com o projeto original, apresentado à Secretaria do Meio Ambiente da Bahia (Sema) em 2007 e aprovado pela secretaria e pela administração da APA (Área de Proteção Ambiental).

De acordo com o documento de Anuência Prévia das obras, firmado em 31 de janeiro de 2008, o proprietário do terreno, de 73 hectares, poderia usar 0,48 hectare (ou 4.800 metros quadrados) para a construção de imóveis no terreno. A operação de uma instalação comercial, como uma pousada ou hotel, não estaria proibida, desde que fosse obtida uma licença do IMA.

A documentação apresentada pela empresa de Leal prevê um imóvel residencial, com duas casas anexas para abrigar funcionários, outras duas para receber hóspedes e ampla área de lazer (com piscinas, dois quiosques e churrasqueira).

O canteiro de obras estaria ocupando, no momento, 4 hectares do terreno, e aí que reside o problema, pois a autorização é para 0,48 hectare.

O empresário afirma que a área estava degradada e existe um compromisso de promover o reflorestamento após a conclusão das obras.

Então que atenda a fiscalização, sem reclamar. Se estiver tudo certo, parabéns. Se não estiver, que regularize e pague as multas.

Marina deveria pedir desculpas aos funcionários do Ibama, órgão que já esteve sob seu comando, quando foi Ministra do Meio Ambiente. Eles estão apenas fazendo o seu trabalho e cumprindo seu dever. (Com informações da Agência Estado).

Um comentário:

Unknown disse...

Não creio que Marina tenha agido mal. Não é agir mal quando se tem certeza de algo.

E é possível acreditar mesmo que o fotógrafo quis, apenas, mostrar algo que o deixou em dúvida?

No mais, qual foi o papel da imprensa neste caso? Apenas acusá-lo sem saber os detalhes - pensando, depois, se não for verdade em colocar as penas de volta no travesseiro com uma nota em escala menor num lugar longe da primeira capa do jornal?

Em tempos de política e com uma imprensa ávida em querer "furar" e/ou se colocar como "Justiça" diante do leitor todo cuidado é pouco antes de soltar as penas do travesseiro em um dia ventania na montanha.

E as redes sociais. Quem tuítou algo sobre essas acusações está, agora, tuitando sobre o outro lado da história?


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