Esses tucanões não enganam mais ninguém. Tornaram-se avatares caricatos da velha e carcomida Casa Grande, e quanto mais falam, mais revelam seus preconceitos senhoris e obsoletos. O Brasil mudou, seus bicudos! O Globo de hoje publica uma matéria que não passa de uma peça de defesa de Serra contra os sindicatos. Joga um montão de fumaça sobre a questão do FAT e do seguro-desemprego, de maneira a ninguém entender nada. Confunde deliberadamente apenas para não responder a questão sobre a paternidade desses programas. As centrais fizeram uma denúncia clara: Serra não criou o FAT e o seguro-desemprego. Se o Globo pudesse simplesmente dizer sim ou não a esta afirmação, tudo bem. Os platinados apenas tergiversam, contribuindo para que os leitores que ainda botam fé no jornal se tornem ainda mais dementes do que já são. Os sindicalistas, de qualquer forma, não abordaram somente o FAT ou o seguro-desemprego; foram bem mais longe: quando deputado constituinte, Serra já havia se bandeado para a direita e atuou, na prática, como um deputado de oposição aos interesses dos trabalhadores.
Segundo as centrais, “Serra não votou pela redução da jornada de trabalho para 40 horas; não votou pela garantia de aumento real do salário mínimo; não votou pelo abono de férias de 1/3 do salário; não votou para garantir 30 dias de aviso prévio; não votou pelo aviso prévio proporcional; não votou pela estabilidade do dirigente sindical; não votou pelo direito de greve; não votou pela licença paternidade; não votou pela nacionalização das reservas minerais”.
Em virtude dessa postura sempre contra os trabalhadores, o tucano recebeu uma das avaliações mais negativas do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), que conferia aos deputados uma nota entre zero a dez, de acordo com a posição assumida na votação dos temas de interesse da classe trabalhadora. Serra levou nota 2,5 no primeiro turno das votações; no segundo turno, levou 5,0 apenas porque se ausentou nos momentos polêmicos. Na média, recebeu 3,75, uma das piores notas concedidas ao conjunto dos parlamentares.
As centrais acusaram Serra ainda de ter tentado aprovar uma lei com vistas a dividir e enfraquecer os trabalhadores, pois permitiria a “proliferação de vários sindicatos por empresa, cabendo ao patrão decidir com qual sindicato negociar.” Os sindicatos conseguiram derrotar a proposta.
O que me chamou mesmo a atenção, todavia, na matéria de hoje, foi a declaração do presidente do PSDB:
Olha só que democrata! Os operários agora não devem mais falar de política! Guerra deu vazão a todo seu preconceito antitrabalhador, cuja voz só tem valor quando se limita a pedir percentual de aumento no salário. O engraçado é que sabemos que nem assim o PSDB respeita o trabalhador, haja vista a truculência com que tratou greves de funcionários que apenas exigiam melhor remuneração.
A reação do PSDB é particularmente odiosa porque integra uma osquestração geral por parte da direita (incluindo aí seus tentáculos na burocracia, vide a atuação de procuradora Sandra Cureau), de calar a boca de qualquer setor da sociedade civil que não tenha um tucaninho grampeado na lapela do casaco. Exigiram silêncio do próprio presidente da República, que, segundo Sandra Cureu, não sabe "calar a boca". Depois pedirem silêncio aos senadores. Depois tentaram (e ainda estão tentando) amordaçar os blogs. E, finalmente, querem criminalizar a voz dos trabalhadores através de ações jurídicas contra a autonomia das centrais sindicais de apoiarem, abertamente, os candidatos que lhes convém.
A meu ver, estamos experimentando, nestas eleições, várias frentes de luta. Não basta vencer o pleito presidencial, é preciso também vencer, através de medidas legislativas e, sobretudo, argumentos demolidores, essa investida midiática conra as liberdades civis. Oh, suprema ironia! A mesma mídia que vive apontando inimigos das liberdades de expressão, tenta fazer valer a tese de que só ela, a mídia, tem liberdades. Veja e jornalões fazem propaganda negativa do PT, Lula e Dilma desde sempre. E agora, em pleno período eleitoral, quando os segmentos sociais precisam expressar suas opiniões políticas para que as informações reveberem, livres, no país, a mídia chancela o intolerável neoescravagismo tucano, segundo o qual só podem falar, só podem se manifestar, os meios de comunicação da direita. Trabalhadores, parlamentares, presidente da república, estudantes, todos devem permanecer em submisso silêncio.
Ao dizer que a voz das centrais sindicais é a voz do PT, Guerra ataca a dignidade sindical e partidária. Afinal, qual o problema? O PT é um partido político registrado, legal; segundo Datafolha, Ibope, Vox Populi, é o partido líder isolado na preferência dos brasileiros. Em vez de tentarem se articular politicamente para conquistar a simpatia dos sindicatos, o serrismo insiste em tratá-los como inimigos. E Serra ainda tem a cara de pau de dizer que não tem "inimigos". É só o que ele tem, isso sim. O serrismo não tem o mínimo respeito por seus adversários políticos. Dizer que as centrais são a voz do PT lá é resposta! Serra responde a perguntas incômodas com referências jocosas e agressivas contra o PT; não usa argumentos; não apresenta dados ou provas. Tem pedágio em São Paulo? "Isso é trololó petista!" E quando chega em casa dá um telefonema para pedir a cabeça do jornalista que fez a pergunta. Ou liga para seus advogados e pede que avaliem como assustar os dirigentes sindicais com ameaças de prisão por terem ousado atacá-lo politicamente.
Segundo as centrais, “Serra não votou pela redução da jornada de trabalho para 40 horas; não votou pela garantia de aumento real do salário mínimo; não votou pelo abono de férias de 1/3 do salário; não votou para garantir 30 dias de aviso prévio; não votou pelo aviso prévio proporcional; não votou pela estabilidade do dirigente sindical; não votou pelo direito de greve; não votou pela licença paternidade; não votou pela nacionalização das reservas minerais”.
Em virtude dessa postura sempre contra os trabalhadores, o tucano recebeu uma das avaliações mais negativas do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), que conferia aos deputados uma nota entre zero a dez, de acordo com a posição assumida na votação dos temas de interesse da classe trabalhadora. Serra levou nota 2,5 no primeiro turno das votações; no segundo turno, levou 5,0 apenas porque se ausentou nos momentos polêmicos. Na média, recebeu 3,75, uma das piores notas concedidas ao conjunto dos parlamentares.
As centrais acusaram Serra ainda de ter tentado aprovar uma lei com vistas a dividir e enfraquecer os trabalhadores, pois permitiria a “proliferação de vários sindicatos por empresa, cabendo ao patrão decidir com qual sindicato negociar.” Os sindicatos conseguiram derrotar a proposta.
O que me chamou mesmo a atenção, todavia, na matéria de hoje, foi a declaração do presidente do PSDB:
As centrais sindicais, enquanto representam operários em questões trabalhistas, considero a palavra delas. Quando falam de política são evidentemente palanques, aparelhos do PT. É o PT falando.
Olha só que democrata! Os operários agora não devem mais falar de política! Guerra deu vazão a todo seu preconceito antitrabalhador, cuja voz só tem valor quando se limita a pedir percentual de aumento no salário. O engraçado é que sabemos que nem assim o PSDB respeita o trabalhador, haja vista a truculência com que tratou greves de funcionários que apenas exigiam melhor remuneração.
A reação do PSDB é particularmente odiosa porque integra uma osquestração geral por parte da direita (incluindo aí seus tentáculos na burocracia, vide a atuação de procuradora Sandra Cureau), de calar a boca de qualquer setor da sociedade civil que não tenha um tucaninho grampeado na lapela do casaco. Exigiram silêncio do próprio presidente da República, que, segundo Sandra Cureu, não sabe "calar a boca". Depois pedirem silêncio aos senadores. Depois tentaram (e ainda estão tentando) amordaçar os blogs. E, finalmente, querem criminalizar a voz dos trabalhadores através de ações jurídicas contra a autonomia das centrais sindicais de apoiarem, abertamente, os candidatos que lhes convém.
A meu ver, estamos experimentando, nestas eleições, várias frentes de luta. Não basta vencer o pleito presidencial, é preciso também vencer, através de medidas legislativas e, sobretudo, argumentos demolidores, essa investida midiática conra as liberdades civis. Oh, suprema ironia! A mesma mídia que vive apontando inimigos das liberdades de expressão, tenta fazer valer a tese de que só ela, a mídia, tem liberdades. Veja e jornalões fazem propaganda negativa do PT, Lula e Dilma desde sempre. E agora, em pleno período eleitoral, quando os segmentos sociais precisam expressar suas opiniões políticas para que as informações reveberem, livres, no país, a mídia chancela o intolerável neoescravagismo tucano, segundo o qual só podem falar, só podem se manifestar, os meios de comunicação da direita. Trabalhadores, parlamentares, presidente da república, estudantes, todos devem permanecer em submisso silêncio.
Ao dizer que a voz das centrais sindicais é a voz do PT, Guerra ataca a dignidade sindical e partidária. Afinal, qual o problema? O PT é um partido político registrado, legal; segundo Datafolha, Ibope, Vox Populi, é o partido líder isolado na preferência dos brasileiros. Em vez de tentarem se articular politicamente para conquistar a simpatia dos sindicatos, o serrismo insiste em tratá-los como inimigos. E Serra ainda tem a cara de pau de dizer que não tem "inimigos". É só o que ele tem, isso sim. O serrismo não tem o mínimo respeito por seus adversários políticos. Dizer que as centrais são a voz do PT lá é resposta! Serra responde a perguntas incômodas com referências jocosas e agressivas contra o PT; não usa argumentos; não apresenta dados ou provas. Tem pedágio em São Paulo? "Isso é trololó petista!" E quando chega em casa dá um telefonema para pedir a cabeça do jornalista que fez a pergunta. Ou liga para seus advogados e pede que avaliem como assustar os dirigentes sindicais com ameaças de prisão por terem ousado atacá-lo politicamente.
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Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)
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