sexta-feira, 16 de julho de 2010

A vingança de O Globo é sempre maligna

O vampiro Bento Carneiro deve ter sido inspirado no comportamento das organizações Globo

Sempre que é desafiado em seu poderio, O Globo incorpora o personagem Bento Carneiro, de Chico Anísio, aquele vampiro cujo bordão era “minha vingança será maligna”. Meu avô sofreu isso em toda sua vida política desde que voltou do exílio, mas o espírito vingativo da organizações se volta até contra os aliados. No dia seguinte ao que José Serra foi malcriado com a colunista global Miriam Leitão, O Globo publicou na primeira página uma foto do tucano caindo da escada, olhos esbugalhados e sendo amparado por assessores, num recado claro de até onde ele poderia ir nos seus desaforos e sobre quem o amparava, como escrevemos aqui.

Mas quando a vítima é um inimigo, o prazer global se torna ainda maior e mais perverso. Depois que Lula classificou publicamente a manchete de O Globo de ontem de “vergonhosa“, o que ela era de fato, já era de se esperar que o jornal viesse hoje com pedras na mão, o que se verificou em sua primeira página. Nada menos do que seis das chamadas de primeira página denegriam de alguma forma o presidente, incluindo a manchete principal e a segunda notícia em importância, que tratava justamente do pré-sal que o jornal não quer que o país explore.

A miscelânea vingativa misturou Copa do Mundo, pré-sal, ex-presos cubanos, Sandra Cureau, ato no Rio e a própria declaração de Lula sobre a manchete vergonhosa, num coquetel de agressões para todos os gostos. Isso sem falar na charge política, de gosto duvidoso. O requinte de maldade, O Globo deixou para rebater a acusação de Lula, em que tentou apresentar o presidente como ignorante por ter dito que não havia petróleo na Europa. O curioso é que quando Lula afirmou isso, não houve nenhum reparo na edição online do jornal.

A resposta de O Globo é reveladora de todos os seus preconceitos e da maneira como vê o país. O Globo gosta das elites, do sociólogo da Sorbone, do colarinho branco. O povo é peça figurativa. O falar popular de Lula é um incômodo permanente e uma carta na manga a ser sacada sempre que precisa se vingar de forma rasteira. Só que isso não cola para o povão. Lula é adorado justamente por ser autêntico, por querer o melhor para o país e não bajular as organizações. Lula, aliás, se mostra muito mais educado do que O Globo ao questionar o jornal sem baixar o nível, ao contrário do que se vê hoje na primeira página do matutino dos Marinho.

Brizola Neto Comentários (29)

Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog)


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