Depois a ombudswoman da Folha fica se queixando quando acontece uma reação indignada na internet contra o papelão a que o jornal está se prestando.
Está mandando gente para tudo o que é canto para tentar levantar informações que possa usar para explorar contra Dilma. Depois de mandar um enviado à Bulgária para ver se achava umas histórias escabrosas do pai da candidata, antes que este viesse para o Brasil nos anos 30(!!!), agora mandou um repórter a Porto Alegre para entrevistar um agente da ditadura, um espião da chamada “comunidade de informações” que diz ter sido encarregado de vigiar Dilma Rousseff.
Sim, acredite, o jornalzinho vai ouvir um ex-coronel da Brigada Militar, expulso da corporação por roubo de tijolos, é a fonte em que ele se ampara para tentar fazer uma contrapropaganda de Dilma.
Este cidadão, que não tem um pingo de autoridade moral e desonra a Brigada Militar – a força que resistiu à tentativa de golpe em 61 – ganha o direito de dar palpites sobre a personalidade de sua “espionada”:
“O ex-coronel relembra a Dilma que vigiou: cabelos armados, óculos de lente grossa, com personalidade forte para intervir em discussões entre esquerdistas e fazer valer sua opinião.”Pessoas desse tipo são duras, amargas. Ela é uma mulher amarga. Não é aquilo que está aparecendo na televisão. É lobo em pele de cordeiro”. “Lula vai se enganar com ela”, pontifica o espiãozinho.
Desde quando espião, araponga, agente da repressão tem o direito de ver um jornal sair publicando suas “análises” psicológicas? Ao que eu saiba, as únicas técnicas de “psicologia” usadas pelos agentes da repressão eram bordoadas, choques elétricos, chicotadas, sufocamento e outras barbaridades, que os colegas deste tal Sílvio Carriço Ribeiro, que a Folha de S. Paulo elevou à condição de “formador de opinião” sobre Dilma.
Que vergonha para a imprensa brasileira, que nojo para os democratas deste país!
A matéria, para quem tiver assinatura da Folha e estômago para ler, está aqui.
Um comentário:
Isso é um abuso. Eles não respeitam mais nada, nem a memória daqueles que lutaram contra o tipo de governo mais abusivo e desumano que existe: as ditaduras. Ainda colocam “ex agente da Ditadura” como se fosse algo bom, algo que merecesse respeito. Eu tenho o maior orgulho em dizer que a primeira presidenta do Brasil venceu preconceitos e sexismos e que lutou contra a Ditadura. O Brasil que viveu a Ditadura e nós, jovens que nascemos em tempos “livres”, temos de agradecer e respeitar mulheres como a Dilma. Eu espero que seja feita justiça pelas mãos da Dilma, e que essas revistinhas safadas paguem pelos crimes contra a memória dos que sofreram violência, tortura moral, física, psicológica... Se eu não confiasse tanto no Lula, votaria na Dilma só por causa desse contra sem dignidade da oposição.
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