terça-feira, 28 de setembro de 2010
Dois episódios nos bastidores do debate na Record:
1) Indio da Costa (DEM-RJ), candidato a vice na chapa presidencial tucana, acompanhando o debate, comentou nos corredores da emissora, sobre o desempenho de José Serra (PSDB): “Não está indo bem”, afirmou contrariado. “Estão fazendo pesquisa qualitativa. Na hora em que ele [Serra] fala, dizem: ‘O filho da … não responde’”, emendou o vice. (Do portal Ig)
2) A jornalista Conceição Lemes (do Viomundo), levantou a informação de que pesquisas qualitativas , feitas pelo PT durante o debate, indicaram que Dilma ganhou o debate. Não foi a melhor performance, mas o suficiente para ganhar dos outros.
Comentário:
Debates na TV, com 1 ou 2 minutos para falar de cada pergunta, exigem mais cálculo do fígado. Dilma foi calculista. Pautou suas falas nas agenda positiva do governo: 14,5 milhões de empregos, ProUni e Reuni, política de valorização real do salário mínimo todo ano, sucesso da Petrobras na capitalização para o pré-sal, defesa do governo Lula.
Ela poderia ter trucidado os adversários nas respostas da agenda negativa que perderia o debate, porque a pauta do debate para os outros dias da semana seria a agenda negativa.
Pode não ser do jeito que a gente gosta, mas é assim que funciona quando se lida com uma imprensa demo-tucana traiçoeira e golpista a espera de qualquer coisa que possa deturpar.
Marina foi beneficiada pela melhor exposição e por perguntas mais confortáveis, mas não conseguiu produzir uma boa agenda positiva, pelo contrário despertou desconfianças em como seria de fato um governo dela. O mais grave é que caiu do muro da terceira via para demarcar seu território no campo de oposição ao governo Lula. Pode ter ganho votos anti-lulistas num primeiro momento, mas angariou desconfiança e antipatia do eleitor lulista, que poderia vê-la como terceira via. No "day-after" do debate, ou seja, nos dias seguintes, tende a perder mais do que ganhou.
Onde Dilma pode melhorar no debate da Globo?
Não tenho acesso a pesquisas qualitativas, mas pelo "feeling" acredito que Dilma cresce quando começa suas respostas matando o assunto já na primeira frase, e gastando o resto do tempo com argumentação. Foi assim na resposta a Marina Silva (neste vídeo aqui).
Quando ela começa com algo como um Não ou com um Sim (conforme o caso), diante de uma provocação de denúncia ou questionamento, enche de confiança o telespectador.
Quando a resposta começa com argumentações, para só concluir o Sim ou o Não no final, a mensagem perde a força.
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