A prisão do sargento César Rodrigues de Carvalho revela rastros do funcionamento de um aparelho clandestino de espionagem contra adversários políticos operado por assessores diretos da governadora Yeda Crusius (PSDB).Pelo menos é isso que conta a Folha tuca que finalmente resolveu dar uma nota sobre o assunto
Segundo o Ministério Público, pelo menos três desses funcionários encomendaram ou receberam dados de Rodrigues: Ricardo Lied, ex-chefe de gabinete de Yeda que trabalha na campanha dela, a assessora Sandra Terra e o tenente-coronel Frederico Bretschneider Filho.
Entre os espionados estão o candidato ao governo gaúcho Tarso Genro, políticos do PT e do PTB e seus familiares, jornalistas e policiais.
Segundo o promotor Amílcar Macedo, Carvalho era peça-chave e tinha senha de acesso irrestrito. Ele fez mais de 10 mil consultas ao Sistema de Consultas Integradas, um banco de dados de informações sigilosas civis e criminais da Secretaria de Segurança Pública, entre janeiro de 2009 e agosto deste ano.
A Promotoria dividiu os 10 mil acessos de Carvalho em dois grandes grupos: o do modo auditoria, pelo qual ele soube que outros agentes buscaram informações sobre a própria Yeda e seus assessores; e a busca aos bancos de dados sigilosos -onde foi possível saber se pessoas ligadas a adversários políticos tinham problemas com a lei.
Carvalho, lotado na Casa Militar do governo do Rio Grande do Sul, foi preso na semana passada sob suspeita de extorquir contraventores em Canoas (RS).Bretschneider, um oficial aposentado da Brigada Militar, ocupava cargo em comissão no gabinete de Yeda. Ele era um dos principais interlocutores do sargento. O oficial pediu demissão na segunda.
Lied já usou informações sigilosas contra petistas na campanha eleitoral de 2008, segundo o Ministério Público. Na ocasião, a Promotoria obteve evidências de que o então chefe de gabinete de Yeda repassava dados sigilosos a aliados no interior.Em alguns casos, Bretschneider requisitava as consultas ao sistema por e-mail e pedia que os resultados fossem encaminhados a Lied.
A Folha diz na edição de hoje que apurou que o sargento Carvalho também se reportava diretamente a Sandra, considerada uma das assessoras mais poderosas do círculo da governadora.A montagem do aparelho de espionagem no Palácio Piratini ocorreu no ápice da crise política que sacudiu o governo do PSDB após a PF descobrir fraude que desviou R$ 44 milhões do Detran-RS.
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