quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Serra parte para o tudo ou nada: O golpismo nos ensina o que fazer com ele

Divulgue o quanto puder que é contra a vontade do povo que se levanta a mão crispada do golpismo. Que é contra Lula e Dilma, mas é também contra o salário, contra o progresso, conta a justiça social, contra a soberania nacional que a face hedionda do golpismo se mostra.

- por Brizola Neto, deputado federal do PDT/RJ, em seu blog

Já não tenho dúvidas de que esta história do tal “dossiê” que ninguém vê e das acusações – mais que levianas, criminosas – da campanha de Serra, com o apoio desabrido de determinados órgãos de imprensa acabará por revelar algum esquema rastaquera de chantagem, de banditismo puro e simples ou – talvez, e – se voltará como um bumerangue contra os autores desta campanha golpista.

Pode ter partido de algum idiota que desejasse “prestar serviços” ao PT? Pode, mas acho remotíssima a possibilidade de que assim seja. Idiotas e puxa-sacos existem em qualquer parte, mas isso parece cada vez mais improvável pelo grau de primarismo que a coisa toma.

Agora, se não é obra de chantagistas comuns, atraídos pelas suspeitas de que as pessoas que foram alvo de seu interesse em conhecer as declarações de renda pudessem estar metidas em negócios escusos, pode ser, também, a tal “arma secreta” de que se ouviu falar na fase “hora da virada” (?) da campanha serrista.
Se partiu do centro pensante ou dos arraiais tucanos uma tentativa de armação, isso virá à tona. Sabemos que eles são capazes disso e, depois do que já vimos da campanha de Serra, não se pode ter dúvidas de que possam apelar para esse tipo de ação.

A parte de qualquer hipótese, o que está claro até agora é a absoluta transparência com que os órgãos públicos estão tratando o caso. Tudo o que se revelou, até agora, provém da Receita Federal. Seus dirigentes tem se portado com honradez e sabedoria, evitando que uma investigação de responsabilidades funcionais seja tratada como espetáculo sem, ao mesmo tempo, esconder os fatos.

É assim que o Governo deve tratar o assunto, sem omitir coisa alguma mas, ao mesmo tempo, sem entregar carniça às aves rapinantes. E carniça, para eles, é submeter o Governo e a candidata do Governo à exposição espetaculosa da mídia.

Eu fiquei muito bem impressionado com a reação de Dilma. Está segura, firme, dosando sua justa indignação de ser humano honesto com a necessidade que o papel de candidata lhe impõe, de manter o equilíbrio e a serenidade.
Só as pessoas seguras de si o podem fazer.

Ao mesmo tempo, creio que este episódio está sendo um ensinamento para Dilma e, muito mais, para parte do grupo dirigente do PT. Não é possível transigir, quando o que está em questão é a honra. Não é possível dizer: deixa, eles vão se desmoralizar.
Não, é preciso agir.

É preciso dar o exemplo, mostrar que não se tergiversa diante do golpismo, da tentativa de usurpação da vontade popular. Para usar o antigo ditado, não se pode desconhecer que “quem poupa o inimigo pela sua mão se expõe a morrer”.
Nós, que fomos a vanguarda da luta quando as restrições da política e das leis impediam que os que simbolizam nosso enfrentamento pudessem combater, estamos chamados a agir, outra vez.

Mobilize, esclareça, informe.

Divulgue o quanto puder que é contra a vontade do povo que se levanta a mão crispada do golpismo. Que é contra Lula e Dilma, mas é também contra o salário, contra o progresso, conta a justiça social, contra a soberania nacional que a face hedionda do golpismo se mostra.

Mantenha a serenidade, como só aqueles que têm a verdade e a razão ao seu lado podem manter. Mas não tergiversse, não conceda. Não podemos ter vergonha do combate que travamos, pois ele é por nós e por nossos filhos.

Trabalhe com a idéia simples e real, aquela que nosso povo entenderá, em sua lúcida simplicidade: eles perderam no voto, querem ganhar no golpe.

Contra nós, a força da mídia. Contra ela, a força do povo, que é a verdade. Verdade, que, como nos escritos bíblicos, nos libertará, se lutarmos à sua sombra.

Valente amigo, valente amiga, teu povo tem uma batalha diante de si, quase vencida. A única arma que podem usar é o nosso próprio medo.

O medo, disse Monteiro Lobato em um dos seus livros, é o filho da ignorância com a escuridão.

Portanto, informação e luz! Verdade e coragem!

Sinto-me no direito de invocar uma frase de Leonel Brizola: “vamos em frente e vamos vencer!”

Nenhum comentário: