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(Transcrito do Blog Bola de Meia, Bola de Gude, da deputada federal re-eleita, blogueira e tuiteira Manuela d’Ávila)
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A noite de domingo marcou a inversão total dos papéis. Sim, ganhamos as eleições presidenciais e daremos continuidade ao projeto de mudanças em curso no Brasil.
Sim, superamos uma campanha marcada pela intolerância e centrais de boataria. Sim, nós gostaríamos de enfrentar uma disputa marcada pelo debate de projetos. Mas o fato é que elegemos uma mulher presidente do Brasil.
Racionalmente é evidente que o aspecto mais relevante é o projeto representado por Dilma. A expectativa que temos que não dê apenas continuidade, mas avance em reformas que são estruturantes e necessárias para nosso país e nossa população.
Mas, para mim é inegável que, emocionalmente, me vi estática perante uma igual, uma mulher eleita por nosso povo. Há muitos que julgam superado o debate com relação aos direitos das mulher.
Dizem que já existe igualdade de direito e de fato. Fosse verdade não seríamos um dos países com maior índice de violência doméstica. Fosse assim, não seríamos apenas 8% do Parlamento. Não teríamos mulheres com remuneração média 30% inferior a dos homens, nos mesmos espaços. Por isso repito: é muito forte o fato de termos uma mulher comandando o projeto político que a maior parte do nosso povo defende.
Claro… não guardo ilusões. Não mudamos a história com sua eleição. Mas demos grande passo para a mudança cultural.
Será que os meninos chegarão à escola e olharão suas colegas do mesmo jeito? Como será a imagem de uma mulher passando em revista as Forças Armadas?
Invertemos os papéis. E mais do que dizer, sentimos isso.
Na noite da vitória vi Emir Sader, um dos maiores sociólogos do Brasil, gritar e sentar no chão como um guri de quinze anos.
Vi José de Abreu, grande ator, se portar como segurança para que ela pudesse subir ao palco e fazer sua primeira declaração.
E vi uma mulher, uma mulher como milhares que vejo e convivo todos os dias, se pronunciar como Presidente da República.
Agora é hora de unir nosso povo para que tudo dê certo.
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