Ex-secretário de Finanças de Pindamonhangaba (SP), Silvio Serrano disse em depoimento ao Ministério Público que uma empresa da família de Paulo César Ribeiro, cunhado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), se beneficiou de contrato fraudado para o fornecimento de merenda escolar no município.
A microempresa da família de Lú Alckmin se chama Lucas CR Transporte e Logística. O endereço informado é o mesmo de onde outro filho do cunhado de José Alckmin, Thiago César, declara residência.
A bancada do PT na Assembleia Legislativa vai pedir ao Ministério Público (MP) investigação sobre tráfico de influência do empresário e lobista Paulo César Ribeiro, o Paulão, cunhado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), em repartições do Estado. Segundo o PT, Ribeiro atuou como intermediário da Sistal Alimentação em contratos firmados com estatais paulistas no valor total de R$ 23,5 milhões.
Ribeiro já é alvo de inquérito do MP por de tráfico de influência em administrações municipais em favor de outra empresa do setor, a Verdurama Comércio Atacadista de Alimentos Ltda. – fornecedora de merenda escolar para diversas prefeituras, entre as quais a de Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba, terra natal de Alckmin e de sua mulher, Lu, irmã do empresário.
Amparado em ordem judicial, o MP fez buscas na residência e no escritório de Ribeiro no dia 27 de dezembro de 2010. O PT avalia que a atuação do cunhado de Alckmin não está restrita às prefeituras. A assessoria técnica do partido rastreou contratos da Sistal com a Imprensa Oficial (Imesp) e com a Companhia de Processamento de Dados (Prodesp).
Os dados relativos aos contratos constam de publicações no Diário Oficial e de auditorias do Tribunal de Contas do Estado (TCE). O PT quer que o MP as investigue
O primeiro contrato com o Imesp é de julho de 2000. Alckmin era vice-governador. Ele assumiu o governo oito meses depois, em março de 2001, com a morte de Mário Covas. Esse contrato foi prorrogado até julho de 2004. Há registro de vários aditamentos no ano seguinte à vitória de Alckmin nas eleições ao governo, em 2002.
O segundo contrato com o Imesp vai de agosto de 2004 até o fim de 2009. Já o contrato com a Prodesp vai de julho de 2001 até o fim de 2003, quando foi aditado. O valor nominal dos contratos é de R$ 13, 48 milhões – corrigido pelo IGP-DI até dezembro de 2010, alcança R$ 23, 53 milhões.
O deputado Antônio Mentor, líder do PT na Assembleia, disse que a bancada vai encaminhar ao MP documentos relativos aos contratos. O PT suspeita que Ribeiro transita em repartições estaduais e municipais há pelo menos dez anos – o lobista é rastreado pela promotoria desde 2006.
“Estamos investigando outras implicações (de Ribeiro) e encontramos a Sistal em contratos com o Imesp e a Prodesp desde 2000 em valores que chegam a quase R$ 24 milhões. Ele aparece como intermediário nessas negociações, agindo como lobista mesmo”, afirmou Mentor.
A Sistal, hoje EB Sistal, é uma das empresas líderes no mercado de alimentação escolar, segundo ela própria anuncia. Ela é investigada por pagamento de propinas a prefeitos. Os representantes da empresa não foram localizados para falar sobre o caso.
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