terça-feira, 5 de julho de 2011

Feira de hipocrisia: no velório, FHC volta a se apropriar do Real


FHC limpa o rosto (as lágrimas ?), diante de Cerra compungido. Snif, snif

Por sugestão do amigo navegante Stanley Burburinho acompanhei o desfile de hipocrisia do Farol de Alexandria, que agora deu para falar bem do Itamar (depois de morto).

Mas, Itamar nunca se enganou com ele.

Clique aqui para ler “FHC não fez o sucessor no Ministerio da Fazenda”.

Nem com o Cerra: clique aqui para ler “Cerra não quer ser Ministro, mas o meu lugar”.

Desprovido de simancol, Cerra foi ao velório e disputou no “chega pra lá” uma posição de destaque ao lado do caixão.

Vamos acompahar agora o desfile de Vaidade daquele que Mino Carta, num memorável concurso, elegeu como o Maior de Todos os Tarufos:

Em velório de Itamar, FHC volta a reivindicar paternidade do Real


Ana Cláudia Barros

Uma relação “entremeada por brincadeiras”. Foi assim que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) definiu o relacionamento entre ele e o também ex-chefe do Executivo nacional, Itamar Franco. Durante o velório do político mineiro, no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, FHC esqueceu as rusgas do passado, engrossou o coro dos elogios e destacou a importância de Itamar para a implantação do Plano Real, sem, entretanto, abrir mão da paternidade do projeto.


- Eu devo a Itamar por ter aberto espaço para um obscuro político da época. Sociólogo, não economista. Mal treinado ainda no Itamaraty. Por decisão do Itamar de me convocar para ser ministro da Fazenda numa época muito difícil. O plano Real foi feito por uma equipe. Eu chefiei esta equipe, mas nada disso seria feito sem o apoio irrestrito do presidente da República. Mesmo que o Itamar, lá no fundo da alma dele, não estivesse totalmente convencido. Mas ele confiava e deu a mim uma força difícil de imaginar que algum presidente pudesse dar – afirmou, sublinhando ainda o desprendimento do mineiro.


- Devo dizer mais, fez isso sem nenhum sentimento menor, sem nenhuma disputa de vaidade. Abria espaço como quem sentia aquilo com naturalidade, o que não é fácil para qualquer pessoa.


Fernando Henrique afirmou ainda que recebeu “com choque” a notícia da morte do senador.


- Nós tivemos uma relação estreita durante muitos anos. Itamar sempre foi um homem simples, extremadamente simples. No modo de viver, no modo de falar, no modo de se relacionar. Itamar foi um homem que nunca, nunca se deixou fascinar pelo poder. Sempre manteve seu modo de viver, o jeito como ele tratava as pessoas. E sempre teve um sentimento ético, que faz falta ao Brasil neste momento. Ele deixa realmente uma marca muito profunda.


O áudio da entrevista foi divulgado pela assessoria de comunicação do governo do Estado de Minas Gerais.

Não é isso que o Itamar Franco diz neste vídeo:

“Plano Real: Itamar Franco colocou Fernando Henrique Cardoso no devido lugar”.

Navalha Se o que diz o FHC fosse verdade – o trabalho foi dele, da equipe que ele chefiou sozinho e o Itamar deu o distante apoio espiritual – por que o Itamar não nomeou um economista da equipe do FHC para suceder o FHC e fazer aquilo que só o FHC e a equipe sabiam fazer ?

Um Malan, um Bacha, um Persio Arida ?

A Miriam Leitão, a verdadeira Madrinha do Real ?

E chamou o Ricúpero, que fazia parte do time do FHC tanto quanto o Dentinho.

Mas, e daí, amigo navegante ?

Todo mundo controlou a inflação.

Controlar a inflação deu voto em 1994 e 1998.

Agora, é um retrato na parede (conservadora).

A galera quer é comprar !


Paulo Henrique Amorim

Do Blog CONVERSA AFIADA.

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