Em três páginas do Jornal O Globo da edição de ontem (Domingo – 07/08), um documento assinado por Roberto, João e José Marinho, traz sob título “Princípios editoriais das Organizações Globo” o que na visão da cúpula “Global” é “o exercício com integridade da prática jornalística”. Diz o documento, que não se trata de um “manual de redação”, mas, adiante, informam que o objetivo de sua publicação é que os veículos das organizações possam atualizar ou construir os “seus manuais”.
No papel é tudo muito bonito, mas, como na prática a teoria é outra, seria bom que no passado recente, principalmente em época de disputas eleitorais, as Organizações Globo tivessem se comportado dentro das regras do agora “explicitado”. Não foi assim lá atrás na edição escandalosa do debate entre Lula e Collor e não foi assim na entrevista com Dilma Rousseff no JN ainda no primeiro turno das eleições presidenciais de 2010.
Uma dezena de outros casos, em que o Jornal e a TV dos Marinho, passaram ao largo do que é informar com correção e isenção poderiam aqui ser desfiados. É justamente a percepção e a identificação por parte do cidadão, do leitor e telespectador, de como isso ocorre com freqüência, que leva à necessidade de as “Organizações” publicarem o presente documento, como já o haviam feito no período eleitoral último passado, dizendo aos seus jornalistas, repórteres e articulistas o que fazer e dizer.
Duas coisas ficam mais evidentes após a publicação desse documento, primeiro é o quanto os blogs e sites independentes incomodam, pelo contraditório que estabelecem ao que seja a verdade e fidelidade da notícia divulgada pelos jornalões, a outra é que, quando um grupo de comunicação precisa reiteradamente ficar editando “manuais” ainda que negue que sejam manuais, e propalando que são isentos e apartidários, é por terem se dado conta de que ninguém acredita nisso, nem eles.
Do 007BONDeblog.
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