Amorim e a “opinião” dos militares
Vamos combinar - Paulo Moreira Leite
Confesso que o debate sobre a nomeação de Celso Amorim para o ministério da Defesa tem um elemento surrealista.
Amorim foi nomeado pela presidente da República, que é a comandante-em-chefe das Forças Armadas. Em sua posição, Amorim é superior hierarquico a generais, brigadeiros e almirantes, capitais e soldados.
Mesmo assim, a diversão do dia é perguntar — em off — a opinião dos comandantes militares sobre Celso Amorim.
Não faz sentido.
Os militares, no Brasil, não são um poder autônomo. Não tem opinião. Tem o dever da obediencia. Estimular qualquer manifestação política da caserna é um jogo viciado e perigoso — quem se coloca no direito de questionar a nomeação de um ministro também pode se considerar, em breve, no direito de questionar a presidente, não é mesmo?
É tão absurdo que ninguém foi perguntar os professores das universidades federais o que eles acham do ministro Fernando Haddad na Educação quando Dilma resolveu mantê-lo na pasta. Também não se pergunta a opinião dos médicos que prestam serviços ao SUS sobre o ministro Padilha. Voltando a caserna: alguém já perguntou aos coronéis o que eles pensam dos generais?
O vício de ouvir a “opinião” dos militares é uma herança da ditadura e precisa ser superado por fardados e paisanos.
Vamos combinar - Paulo Moreira Leite
Confesso que o debate sobre a nomeação de Celso Amorim para o ministério da Defesa tem um elemento surrealista.
Amorim foi nomeado pela presidente da República, que é a comandante-em-chefe das Forças Armadas. Em sua posição, Amorim é superior hierarquico a generais, brigadeiros e almirantes, capitais e soldados.
Mesmo assim, a diversão do dia é perguntar — em off — a opinião dos comandantes militares sobre Celso Amorim.
Não faz sentido.
Os militares, no Brasil, não são um poder autônomo. Não tem opinião. Tem o dever da obediencia. Estimular qualquer manifestação política da caserna é um jogo viciado e perigoso — quem se coloca no direito de questionar a nomeação de um ministro também pode se considerar, em breve, no direito de questionar a presidente, não é mesmo?
É tão absurdo que ninguém foi perguntar os professores das universidades federais o que eles acham do ministro Fernando Haddad na Educação quando Dilma resolveu mantê-lo na pasta. Também não se pergunta a opinião dos médicos que prestam serviços ao SUS sobre o ministro Padilha. Voltando a caserna: alguém já perguntou aos coronéis o que eles pensam dos generais?
O vício de ouvir a “opinião” dos militares é uma herança da ditadura e precisa ser superado por fardados e paisanos.
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