Vemos aqui o Sociólogo Silvio Caccia Bava discordando veementemente da posição global (plim-plim) e também da política londrina. Lá, como muitas vezes se faz por aqui, a questão social vira um caso de polícia e, segundo a fala do primeiro ministro, um caso que a justiça terá que coibir com mão de ferro. Consideramos que o momento social mundial se aproxima do lendário 1968 e de outras revoltas populares que pipocam ocasionalmente mundo afora. Mas o que a torna importante como fenomeno de massas é que a mesma se faz sem um direcionamento político/partidário. Vemos os partidos políticos, mesmo os de esquerda, perdidos ante a eclosão destes protestos. Em relação à Londres e à Inglaterra como um todo - visto a ampliação dos protestos por outras cidades - é que os jovens, principalmente os de mais baixa renda, mas não apenas estes, estão sem uma perspectiva de futuro muito acalentadora.
Luiz Antonio Franke Settineri - SAROBA
Imaginem um jovem londrino, bombardeado com as propagandas de consumo, em uma sociedade que valoriza-o de acordo com o que consome, estar impedido de se destacar entre seus pares com a aquisição de tantos símbolos de status que lhe atingem através da TV ou de painéis publicitários sendo que não tem emprego - a população jovem é a que mais engrossa as estatísticas de desemprego. E, num país em que a acumulação das riquesas iniciou-se com as famigeradas "cartas de corso"! Como acha que ele se ve agora, diante dos tribunais respondendo por seus 'crimes' - ainda com o agravante de ter sido chamado pelas redes sociais (premeditação, segundo eles). Na crise de 2008 achamos que viram o Brasil passar quasem incólume por todo aquele tsunami e acharam um bom exemplo, só que pegaram o PROER do FHC para enfrentar a crise e não todos os incentivos ao aumento de produção do governo Lula.
Socorreram os bancos enquanto a produção e o consumo foram deixados de lado. E o mesmo aconteceu nos EUA, na crise de 2008 e na atual: remédios amargos para conter a dívida americana com o pagamento feito com os investimentos em projetos sociais. Contra as grandes fortunas nem pensar! Os tempos são de revoltas, os partidos do campo popular tem a obrigação de começarem a atuar junto a esta justa demanda e caminharmos juntos na construção de uma sociedade mais humana, mais justa, sem os abismos econômicos entre as pessoas, sem o consumismo desenfrado que atinge o meio ambiente. Para concluir, na bela voz da saudosa Mercedes Sosa
Luiz Antonio Franke Settineri - SAROBA
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