No final da manhã, depois de ler a íntegra da reportagem da revista Piauí com o perfil e as declarações do ministro da Defesa, a presidenta Dilma Rousseff avaliou que Nelson Jobim ficou numa "posição politicamente insustentável". Como antecipou no início desta tarde a coluna Poder Online, Dilma decidiu demitir Jobim depois de ter acesso à íntegra da entrevista, que recebeu das mãos do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
Segundo fontes do Planalto, a presidenta teria pedido para ele antecipar a volta de Tabatinga (AM), onde cumpriu agenda nesta quinta-feira, na companhia de outros auxiliares da presidenta, como o vice-presidente, Michel Temer, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Dilma ficou irritada com o fato de Jobim ter se encontrado ontem com ela e, na audiência, não ter falado sobre as críticas às ministras. Antes da reunião no Planalto, a presidenta havia recebido no Palácio da Alvorada o assessor de Jobim, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino. Ele não falou com Dilma sobre a reportagem da Piauí.
Em trechos da entrevista antecipados nesta quinta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo, Jobim disse à revista que a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, é "fraquinha", e que Gleisi Hoffmann, ministra-chefe da Casa Civil, "não conhece Brasília". O ministro da Defesa considerou o governo "atrapalhado" pela maneira como, dois meses atrás, tratou da Lei de Acesso à Informação, promovendo vários recuos ao se posicionar sobre o sigilo dos documentos ultrassecretos.
Ontem, Dilma já havia tomado conhecimento das declarações, que chegaram a ser discutidas internamente no PT. Ainda assim, Jobim empenhou-se em negar que tenha atacado colegas de Esplanada, em nota oficial divulgada em meio à repercussão da entrevista.
Ontem, no início da noite, Jobim ligou para Ideli Salvatti, falou da reportagem e disse que as palavras dele estavam "fora de contexto". Ideli foi até a presidenta e fez o relato sobre o que ouvira de Jobim. Hoje de manhã, quando já estava na Amazônia, a caminho da Tabatinga, Jobim tentou falar também com a ministra Gleisi Hoffmann. A ministra-chefe da Casa Civil não quis atender Jobim e mandou dizer, depois, pelos assessores, que as opiniões do colega da Defesa era "irrelevantes".
Embora o cenário ainda seja incerto sobre quem pode substituir Jobim, setores do Planalto citam o nome do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP). Alguns assessores citam também a possibilidade de o vice-presidente, Michel temer, assumir temporariamente, se for necessário. O atual ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, também aparece na lista
*Com informações da Agência Estado
Do Portal do IG.COM.BR
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