O Senado aprovou uma nova lei para a tevê por assinatura que resultará em dupla perda para a Folha (*) e uma perda para a Globo.
Só falta a sanção presidencial.
O projeto vai permitir baratear o pacote telefone-banda larga-tevê por assinatura.
E assim democratizar o acesso à teve por assinatura.
Por décadas, a Globo segurou a indústria da assinatura, para não canibalizar a teve aberta.
A assinatura é cara e só passa o que interessa à Globo (aberta) : filme americano e a exibição de seus 1001 analistas de tabela do Brasileirinho.
Agora, com a nova lei, a programação terá que ter conteúdo nacional no horário nobre.
E conteúdo de produção independente.
As empresas poderão ter ate 70% de capital estrangeiro.
E a Globo vai concorrer com quem tem músculo.
Em três meses, a Telefônica fatura o que a Globo fatura por ano.
Porque, agora, as teles vão poder controlar, no papel, o que já faziam escondidinho: o Slim da Embratel vai mandar na Net, que era da Globo; e a Telefônica, na TVA, que, por um breve período, foi da Abril.
Pela nova lei, quem faz conteúdo (Globo) não vai poder distribuir (telefônicas).
E quem distribui não vai produzir conteúdo.
As telefônicas vão ter que comprar produção independente, nacional.
Como se sabe, 50% dos empregos de Hollywood são de profissionais de produção independente para tevê.
Só com o monopólio foi possível a Globo produzir ela mesma 90% da sua programação.
Em qualquer outro regime democrático do mundo ela teria quebrado.
Como é que a Globo deixou passar a nova lei ?
Em Brasília, no Congresso e no Palácio do Planalto, este ansioso blogueiro recolheu nesta quarta feira as seguintes versões.
- a Globo bobeou. Quando viu já era tarde. Isso rolava no Congresso há tanto tempo que ela se distraiu.
- não, a Globo, no fim, chegou até a colaborar com o Governo para aprovar.
- não, os senadores da Globo lutaram contra até o fim.
- os senadores da Globo quiseram por todos os meios impedir a obrigatoriedade do “conteúdo nacional”. A Globo não quer ver no cabo um produto nacional que brigue com ela, na tevê aberta.
- a Globo é muito esperta. O que ela mais queria ela conseguiu: impedir que as teles produzissem conteúdo. Já imaginou se o Slim comprasse a Copa do Mundo com exclusividade para o Brasil, o México e a Argentina?
- não, a Globo se deu mal. Ela perdeu para a nova realidade dos fatos:
1) Assim como o Ricardo Teixeira, a Globo já viveu dias melhores em Brasília. O ar de Brasília ficou muito seco para a Globo e o Ricardo Teixeira. Esta mais difícil respirar;
2) O Congresso tem uma sensibilidade especial para perceber onde esta o poder. O poder ($$$) passou às mãos das telefônicas. Aos portadores e transmissores de conteúdo digital, em banda larga, ao terceiro comprador de computadores do mundo, depois dos Estados Unidos e da China
Como diria o Galvão Buenos depois que a Holanda empatou: a situação já esteve melhor para a seleção brasileira.
Paulo Henrique Amorim
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
Do Blog CONVERSA AFIADA.
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