Por Altamiro Borges
Há uma intensa movimentação dos monopólios midiáticos para evitar que a
CPI do Cachoeira apure também as relações do crime organizado com
setores da imprensa. A Operação Monte Carlo da PF já confirmou a
existência desta promíscua relação – só entre o editor da Veja,
Policarpo Jr., e o mafioso Carlinhos Cachoeira, foram mais de 200
telefonemas, além de jantares sinistros. Neles muita coisa deve ter sido
tramada para interferir nos rumos políticos do país e para beneficiar
alguns negócios “privados”.
Ameaças de retaliação
Segundo reportagem do sítio Brasil 247, outros dois barões da mídia
também já entraram em campo, num “pacto” para abortar qualquer risco de
investigação. “João Roberto Marinho, da Rede Globo, fez chegar ao
Palácio do Planalto a mensagem de que o governo seria retaliado se
fossem convocados jornalistas ou empresários de comunicação. Otávio
Frias Filho, da Folha, também aderiu ao pacto de não agressão. E este
grupo já tem até um representante na CPI. Trata-se do deputado Miro
Teixeira (PDT-RJ)”.
Por coincidência, numa notinha da coluna Painel da Folha, a jornalista
Vera Magalhães confirmou a trama. Intitulado “Vacina”, o texto revela:
“O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) vai argumentar na CPI, com base no
artigo 207 do Código de Processo Penal, que é vedado o depoimento de
testemunha que por ofício tenha de manter sigilo, como jornalistas”. Ou
seja: os barões da mídia procuram “vacinas” para se proteger!
Editoriais e colunistas amedrontados
Uma leitura mais atenta dos editoriais e dos principais colunistas da
chamada grande imprensa confirma o medo. Os mesmos que sempre vibraram
com as CPIs, principalmente no governo Lula, agora falam que ela é
“precipitada”, “revanchista”, “imprevisível”. Os mesmos que sempre
bravatearam sobre o “jornalismo investigativo”, agora fazem de tudo para
abortar qualquer investigação sobre as relações da mídia com o crime
organizado. A CPI pode ser transformar num processo bastante educativo,
elucidativo!
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