Bateu desespero na Editora Abril. Só isso explica o novo ataque de Reinaldo Azevedo ao 247; leia a resposta de Leonardo Attuch
Reinaldo Azevedo está com medo. Só isso é capaz de explicar o novo ataque que faz, neste domingo, ao 247. No texto de Reinaldo (leia mais aqui),
ele resgata uma reportagem de Veja da qual a revista deveria se
envergonhar. Afinal, os ataques que Veja desferiu contra mim renderam à
Abril uma condenação judicial com direito a indenização financeira
(leia mais aqui) e retratação formal, publicada nas suas páginas (leia mais aqui).
Ou seja: quando brigou comigo nos tribunais, a Abril perdeu. E, no confronto de ideias, perderá novamente.
Reinaldo nos acusa de sair em defesa do governador do Distrito Federal,
Agnelo Queiroz. Tudo porque decidimos publicar uma reportagem, com um
diálogo extraído dos grampos da Operação Monte Carlo, publicados em
primeira mão no 247.
- “Será que agora ele cai?”, pergunta Carlos Cachoeira a Cláudio Abreu, diretor da Delta, referindo-se ao governador Agnelo Queiroz.- “Arrebentou, hein, o bicho arrebentou, hein”, responde Abreu.- “Foi bom demais”, prossegue Cachoeira.- “Mas eu já tinha falado pro PJ lá: PJ, vai nesse caminho”.“PJ” é Policarpo Júnior. E o tema da conversa é uma reportagem publicada na revista Veja, associando o governador Agnelo Queiroz à prática de grampos ilegais. “Será que agora ele cai?”
Quando um veículo de comunicação se presta a ser usado por um
bicheiro/empreiteiro, que tenta emparedar governos legitimamente eleitos
na busca de seus interesses comerciais, isto é notícia. Pelo menos, no
247. Na Veja de outros tempos, também seria. Mas, hoje, a revista está
acuada. Age nos bastidores para que seu publisher, Roberto Civita, não
seja convocado a depor na CPI.
Compreensível. Civita teme ser humilhado. Reinaldo, não. Dá a cara a
tapa. E, nele, o medo provoca reações extremas. Até mesmo o delírio de
que tinha em mim um fã.
O que está ocorrendo no Brasil de hoje é muito simples. Antes, quatro
famílias controlavam a informação no Brasil e ditavam a agenda pública.
Hoje, com a democratização da internet e o avanço das redes sociais,
todos participam do processo de elaboração e depuração das notícias. O
modelo não é mais vertical. Na era do jornalismo 2.0, é horizontal. Com
isso, antigos impérios se tornam vulneráveis.
Neste novo mundo, as famiglias tradicionais perdem poder. E
tendem também a perder anunciantes, uma vez que haverá cada vez mais
fornecedores de conteúdo jornalístico num mundo plural, interativo e
democrático. Se Veja tem seu público, há também aqueles que preferem
defini-la como #VejaBandida ou #VejaGolpista, duas hashtags que se
tornaram os assuntos mais comentados do mundo no Twitter.
Reinaldo nos ataca dizendo que José Dirceu e Delúbio Soares publicam
artigos aqui. Mas ele não menciona César Maia, Arthur Virgílio, Gabriel
Chalita, Eduardo Braga, Manuela D´Ávila, Walter Feldman, Marcos Cintra,
Xico Graziano, Luciano Siqueira e muitos outros, de variados perfis
políticos. Até mesmo Demóstenes Torres e Reinaldo Azevedo poderiam
publicar artigos na nossa página, porque, no 247, a opinião é livre – é
isto que garante a pluralidade. Também nos condena dizendo que somos
“livres como um táxi”. Mas os passageiros aqui são os leitores. E muitos
continuam garimpando informações nos inquéritos da Operação Monte
Carlo sobre a parceria editorial entre Cachoeira e Veja, que rendeu
benefícios políticos e comerciais ao contraventor.
É disso que Reinaldo tem medo.
Leonardo AttuchNo Brasil 247
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