Do Luis Nassif Online
Por Andre Araújo
Comentário ao post "A Mídia e os Juízes, por Marcos Coimbra”.
Por Andre Araújo
Comentário ao post "A Mídia e os Juízes, por Marcos Coimbra”.
Sua analise é muito lucida e concordo em grande parte com ela. O Governo
tem que jogar com as armas que tem e não adianta alguns partidários do
Governo pretenderem falsas armas como uma hipotética Ley de Medios,
algo que aparentemente aqui ninguém tem ideia do que seja, mas pensam
que é uma censura prévia à imprensa, o que nem na Argentina maluca se
cogitou. A Ley de Medios trata de questões societárias das
empresas de comunicação, mas não pretende controlar conteúdo, o que
parece que aqui pensam que é. Leis e regras para controlar o controle
societário de empresas de mídia nós já temos no Brasil faz tempo, a
Argentina não tinha e está fazendo uma lei que é muita parecida com a
que nós já temos, não tem nada a ver com controle de conteúdo.
O que o Governo do PT não tem e portanto não faz é a defesa do Governo
perante a opinião publica. Não adianta se queixar da mídia se o Governo
NÃO TEM porta vozes com força e credibilidade, a imprensa obviamente
abriria espaço se eles existissem.
Quem nos últimos 90 dias de show do mensalão ouviu alguma vez um
discurso forte e marcante do Ministro da Justiça defendendo o PT no caso
mensalão? Ou do Presidente da Câmara dos Deputados, vendo sua Casa ser
acusada de ser venal? NEM UMA PALAVRA, mudos escondidos, olhando para o
outro lado.
E não venham com estorinhas de que o Governo é uma coisa e o PT é outra.
Numa democracia, os Partidos lutam para chegar ao Governo, uma vez lá
Governo e Partido se fundem, o Governo é do Partido e o Partido é do
Governo, não há essa separação, o Governo é O PARTIDO NO PODER, portanto
defender o Partido é defender o Governo, se o Partido for destruído, o
Governo dele derivado será destruído também.
Um Governo sem porta vozes está sem defesa e sem defesa pode ser deposto.
O PT e o Governo, os dois, não tem quem fale por eles perante a opinião
publica no caso do mensalão. A acusação, constituída pelo PGR e pelo
Relator, atuando em bloco, avança como uma Divisão Panzer de blindados
alemães esmagando os réus, lançando projéteis de altíssima potencia: uma
pena de 29 anos para Ramon Hollerbach, um publicitário premiado,
respeitado, que por circunstâncias assinou cheques de uma agência que
não era sua porque estava no contrato social, pena superior a assassinos
esquartejadores, e latrocidas, a estupradores que mataram depois a
vitima, penas absurdas, aberrantes, sem nexo, desproporcionais ao
conjunto das penas que os juízes brasileiros dão à bandidos de alta
periculosidade, isso tudo pode ocorrer porque o PT e o Governo nunca
defenderam os réus e ao assim fazer estão também se tornando
vulneráveis.
A mudez do PT e do Governo são incompreensíveis, inércia e passividade
que começou lá atrás quando não perceberam a armadilha que era juntar os
40 réus num só grupo, visando montar o circo. Naquele momento crucial o
então Ministro da Justiça Thomaz Bastos fez cara de paisagem,
obviamente contando com seus superpoderes de advogado famoso e
invencível na hora do julgamento. Era aquele o momento em que o Governo
deveria jogar todo seu peso, não permitir nunca o agrupamento dos réus, o
PGR é o Procurador do Rei, não tem na tradição brasileira uma
independência tão absoluta que pode atingir o coração do Governo com uma
bala. Foi ai o primeiro grande erro, depois deixou-se o processo CORRER
SOLTO, ninguém cuidou dele, criaram o monstro e agora não adianta se
queixar da mídia, que tal qual um chacal, se aproveita dos despojos do
massacre.
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